Gadamer (VM): lembrança

Parece que, de todos os sinais, o que tem maior realidade própria é a lembrança. A lembrança intenciona o passado e é, nesse sentido, realmente um sinal, mas é valiosa para nós mesmos, porque mantém presente para nós o passado, como uma (158) parte dele mesmo, que não é passado. Seja como for, é evidente que não se fundamenta no próprio ser do objeto da lembrança. A lembrança só tem valor de lembrança para quem já — e isto significa, ainda — está preso ao próprio passado. As lembranças perdem o seu valor, quando o passado, de que nos lembram, não tem mais nenhum significado. Ao contrário, para quem não somente se deixa acordar através das lembranças, mas que faz um culto com elas, vivendo com o passado como se fosse um presente, há que se afirmar que se encontra numa perturbada relação de realidade. (Gadamer Verdade e Método I)

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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