GA6T2:435-436 – produção de um efeito (Wirken)

Casanova

(…) Se a verdade se transforma em certeza, então todo ente verdadeiro efetivamente real enquanto efetivamente real precisa se remeter ao efetivamente real que ele é. Toda produção de um efeito desvela-se agora como a conquista do efeito em meio a uma tal produção. A sua essência não se preenche já na efetuação de algo; ao contrário, toda efetuação é em si e não apenas incidentalmente: a conquista de um efeito. Na produção de um efeito reside o traço essencial, que talvez seja o mais imediatamente denominado com a expressão “com-vistas-a-si…”, porque essa denominação não antecipa nada. Em si mesma, a produção de um efeito está ligada a si, e é só nessa ligação que ela determina o seu elemento efetivo. Isso, contudo, em função do que o “com-vistas-a-si” se essencializa, ainda não precisa ser nenhum eu, nem tampouco nenhum si próprio. O “com-vistas-a-si…” pode ser concebido a partir do ponto de vista do prosseguimento da efetivação para o efetivado como reflexão (reflexio). No entanto, é preciso deixar em aberto, nesse caso, para onde é que essa flexão traz de volta e o que ela propriamente re-presenta. Toda produção de um efeito é uma efetuação que se conquista. Na medida em que coloca a cada vez algo diante de si, ela realiza uma a-presentação e representa, assim, de certa maneira, aquilo que é obtido. Produzir um efeito é em si um re-presentar (percipere). Pensar a essência da realidade efetiva de maneira mais própria, em direção ao seu próprio, significa agora, no âmbito da essência da verdade como certeza, pensar a essência da perceptio (da representação) com vistas ao modo a partir do qual a essência da produção de um efeito e da realidade efetiva se desdobra mais plenamente.

Stambaugh

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress