GA66:39 – decisão (Entscheidung)

Casanova

Mas decisão 1 é: se nós auscultamos e dizemos ou se nós nos arremetemos primeiramente, em um estranho esquecimento do ser, em direção à tarefa de extrair o homem do ente por um cálculo, ainda que por meio da hipótese de catástrofes; pois “catástrofe” permanece apenas uma locução se, desconhecendo acontecimentos apropriativos abissais das origens essenciais, procuramos deduzir tudo do mesmo caldo original chamado “vida”.

Mas decisão é: se conservamos a insistência no seer como abismo de todas as fundações do ente e recusamos a nossa essência ao cálculo razoável.

Decisão é isto; quer dizer: já acontecimento da apropriação por meio do seer. Nenhuma mera escolha, mas de-terminação (107) por meio de tonalidades afetivas fundamentais, graças às quais a essência do homem é arrancada à animalidade, a fim de deixá-lo vir-a-ser pela primeira vez em meio à contenda de terra e mundo. Esse arrebatamento é o acontecimento da apropriação a partir do seer. O instante da história do mundo, isto é, do acontecimento apropriativo da verdade do seer, não pode ser avaliado com a cronologia técnico-historiológica. Essencial não é a duração e o caráter fugidio, nem tampouco a mera profusão e o vazio, mas a ab-issalidade como o fundamento do vir-ao-encontro do assinalamento alternante dos deuses e do homem em sua decisibilidade essencial a cada vez fundável.

Boutot

Emad & Kalary

Original

  1. O conceito inicial de decisão, um conceito marcado pela história do seer, e o caráter de ser-aí insistente em verdade determinado pela história do seer, mas que já aconteceu apropriativamente.[↩]
  2. der anfängliche seynsgeschichtliche Begriff der Entscheidung und das zwar seynsgeschichtliche aber schon ereignete, inständliche Daseinshafte (vgl. oben S. 83, 45 f.)[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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