GA65:75 – duas meditações sobre a ciência

Casanova

Há hoje dois e apenas dois caminhos de uma meditação sobre “a ciência”.

Um deles concebe a ciência não como a instituição agora presente, mas como uma possibilidade determinada do desdobramento e da construção de um saber, cuja essência mesma só se vê enraizada em uma fundamentação mais originária da verdade do seer. Essa fundamentação realiza-se como primeira confrontação com o início do pensamento ocidental e vem a ser, ao mesmo tempo, o outro início da história ocidental. A meditação assim dirigida sobre a ciência retorna de maneira igualmente decidida para o sido, assim como ela antecipa de maneira ousada um porvir. Ela não se movimenta em parte alguma na discussão de algo presente e de sua fabricação imediata. Calculada a partir do presente, essa meditação sobre a ciência se perde no efetivamente irreal, o que de imediato significa também para todo o cálculo o impossível (cf. A autoafirmação da universidade alemã, GA16).

O outro caminho, que estaria prelineado nas seguintes sentenças diretrizes 1, concebe a ciência em sua constituição atual real e efetiva. Essa meditação tenta conceber a essência moderna da ciência segundo as aspirações que lhe são pertinentes. Como meditação, porém, ela também não é nenhuma mera descrição de um estado presente à vista, mas a exposição de um processo, na medida em que esse processo conflui para uma decisão sobre a verdade da ciência. Essa meditação permanece dirigida pelos mesmos critérios de medida que a primeira e não é senão o reverso daquela. [GA65PT:141-142]

Emad & Maly

Original

  1. uma delas[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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