GA65:5 – Erschrecken – espanto

Casanova

O espanto: ele precisa ser elucidado antes de tudo em contraposição à tonalidade afetiva fundamental do primeiro início, à admiração. Mas elucidação de uma tonalidade afetiva nunca garante que ela real e efetivamente afine, ao invés de ser apenas representada.

O espanto é a viagem de volta do caráter corrente do comportamento no familiar para a abertura do acometimento do que se encobre, em cuja abertura o que há até aqui de corrente se revela ao mesmo tempo como o estranho e como o agrilhoante. O que há de mais corrente, porém, e, por isto, mais desconhecido, é o abandono do ser. O espantar-se deixa que o homem volte ao fato de que o ente é, enquanto anteriormente o ente para ele era justamente o ente: o fato de que o ente é e de que esse – o seer – abandonou todo “ente” e o que assim se parecia, de que ele se retirou dele.

Todavia, esse espanto não é nenhum mero recuo, nem tampouco a abdicação perplexa da “vontade”, mas, como nele precisamente o encobrir-se do seer se abre e o ente mesmo e a referência a ele se veem inclinados a serem conservados, se associa com esse espanto a partir dele mesmo a “vontade” que lhe é mais própria, e essa é aquilo que se denomina aqui a retenção. [GA65PT:30-31]

Muñoz

Fédier

Emad & Maly

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress