GA65:138 – Compreensão de ser

Casanova

Observação prévia: caso se considere, sem anteriormente devotar uma escuta ao que é dito em Ser e tempo sobre a compreensão de ser, o compreender como uma espécie de conhecimento constatador das “vivências” internas de um “sujeito” e, de maneira correspondente, aquele que compreende como um eu-sujeito, então toda concepção daquilo que se tem em vista com a compreensão de ser estará fadado ao fracasso. Em seguida, ocorrem inevitavelmente as mais toscas interpretações falsas, por exemplo, a de que por meio da compreensão de ser o seer (o que se tem em vista é, além disso, o ente) se tornaria “dependente” do sujeito, de tal modo que tudo confluiria para um “idealismo”, cujo conceito permanece, além disto, obscuro.

Em contraposição a isso, é preciso remeter para a determinação fundamental do compreender como projeto. Nisso reside: trata-se de uma abertura e de um lançar-se e colocar-se para fora no aberto, no qual pela primeira vez o que compreende chega a si como um si mesmo.

Além disto, o compreender como projeto é um projeto jogado, o chegar ao aberto (verdade), que já se encontra em meio ao ente aberto, enraizado na terra, soerguendo-se em um mundo. Assim, o com-preender do ser como fundação de sua verdade é o contrário da “sub-jetivação”, uma vez que superação de toda subjetividade e dos modos de pensar que lhe são determinantes.

No compreender como projeto jogado reside necessariamente, de acordo com a origem do ser-aí, a viragem; o que joga o projeto é um jogado, mas somente na jogada e por meio dela.

Compreender é performance e assunção da insistência que suporta, ser-aí; assunção como sofrimento, no qual o que se fecha se abre como sustentador e vinculante. [GA65PT:255-256]

Fédier

Emad & Maly

Rojcewicz & Vallega-Neu

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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