GA65 – Modernidade

Visão de mundo”, exatamente como o domínio de “imagens de mundo”, é uma planta da Modernidade, uma consequência da metafísica moderna. GA65 (Casanova): 14

E de vista ainda mais curta é a orientação da filosofia pelas “ciências” que, desde o começo da Modernidade – não por acaso –, se tornou usual. GA65 (Casanova): 16

Com certeza, Nietzsche tem em vista pela “retidão” ao mesmo tempo algo diverso, uma vez que ele não penetra com o “sistema” na essência da Modernidade. GA65 (Casanova): 43

Não é suficiente apreender o “sistema” como determinação peculiar da Modernidade, isso pode ser correto e, porém, a Modernidade ser apenas superficialmente apreendida por meio daí. GA65 (Casanova): 43

Se a “decisão” contra o “sistema” se apruma, então temos aqui a transição da Modernidade para o outro início. GA65 (Casanova): 43

O que significa aqui decisão? Ela determina sua essência a partir da essência da transição da Modernidade para o seu outro. GA65 (Casanova): 44

O velamento desse desenraizamento por meio do encontrar a si mesmo que se inicia de maneira supostamente nova do homem (Modernidade); esse encobrimento banhado no brilho do e intensificado pelo progresso: descobertas, invenções, indústria, máquina; ao mesmo tempo a massificação, a negligência, a desertificação, tudo como desatrelamento do fundamento e das ordens; o desenraizamento, porém, como o mais profundo velamento da indigência, a falta de força para a meditação, a impotência da verdade; o pro-gresso em direção ao não ente como abandono crescente do seer. GA65 (Casanova): 56

Parece ser uma lei da maquinação, cujo fundamento ainda não foi investigado, o fato de que ela, quanto mais normativamente ela se desdobra – assim na Idade Média e na Modernidade –, tanto mais tenaz e maquinacionalmente ela se encobre enquanto tal; na Idade Média por detrás do ordo e da analogia entis, na Modernidade por detrás do caráter do que se encontra contraposto e da objetividade como as formas fundamentais da realidade efetiva e, com isso, da entidade. GA65 (Casanova): 61

Mas mesmo se ela vier à tona em determinadas figuras, tal como na Modernidade, e ganhar a esfera pública da interpretação do ente, ela não é conhecida enquanto tal ou mesmo concebida. GA65 (Casanova): 61

Que visual a antropologia porta nesse caso, se um visual iluminista e moral, se um psicológico e científico-natural, se um personalista e ligado às ciências humanas, se um visual cristão ou um politicamente marcado pelo elemento populista, é completamente indiferente: a questão justamente é saber se a Modernidade é aí concebida como um fim e um outro início ou se as pessoas se cristalizaram na eternização de uma decadência que perdura desde Platão, o que só se pode de qualquer modo empreender, caso elas se convençam de sua ignorância enquanto superação da tradição. GA65 (Casanova): 69

Como, então, contudo, na Modernidade e enquanto Modernidade, a verdade assume a figura da certeza, como essa certeza se firma sob a forma do pensar, que pensa a si mesmo imediatamente, do ente como aquilo que se encontra contra-posto re-presentado, e como a fundamentação da Modernidade consiste na fixação desse elemento fixo; além disso, como essa certeza do pensar se desdobra na instituição e no empreendimento da “ciência” moderna, o abandono do ser (e, isto significa, a retenção da aletheia até a sua coação a se manter reprimida em meio ao esquecimento) é decidido concomitantemente pela ciência moderna, e, em verdade, sempre apenas, na medida GA65 (Casanova): 73

Como, então, contudo, na Modernidade e enquanto Modernidade, a verdade assume a figura da certeza, como essa certeza se firma sob a forma do pensar, que pensa a si mesmo imediatamente, do ente como aquilo que se encontra contra-posto re-presentado, e como a fundamentação da Modernidade consiste na fixação desse elemento fixo; além disso, como essa certeza do pensar se desdobra na instituição e no empreendimento da “ciência” moderna, o abandono do ser (e, isto significa, a retenção da aletheia até a sua coação a se manter reprimida em meio ao esquecimento) é decidido concomitantemente pela ciência moderna, e, em verdade, sempre apenas, na medida em que ela GA65 (Casanova): 73

Como, então, contudo, na Modernidade e enquanto Modernidade, a verdade assume a figura da certeza, como essa certeza se firma sob a forma do pensar, que pensa a si mesmo imediatamente, do ente como aquilo que se encontra contra-posto re-presentado, e como a fundamentação da Modernidade consiste na fixação desse elemento fixo; além disso, como essa certeza do pensar se desdobra na instituição e no empreendimento da “ciência” moderna, o abandono do ser (e, isto significa, a retenção da aletheia até a sua coação a se manter reprimida em meio ao esquecimento) é decidido concomitantemente pela ciência moderna, e, em verdade, sempre apenas, na medida em que ela pretende ser um ou até mesmo o saber normativo. GA65 (Casanova): 73

Se já, então de volta para a fonte dessa “Modernidade” medieval: Aristóteles, empeiria. GA65 (Casanova): 78

O ente em seu despontar em relação a ele mesmo (Helenismo); causado por algo supremo de sua essência (Idade Média); o presente à vista como objeto (Modernidade). GA65 (Casanova): 84

A visão desse contexto é, então, porém, tanto mais essencial, uma vez que ele é mantido ainda por toda parte na Metafísica da Modernidade, mesmo lá onde o erigir medieval a partir do “bem de fé” da igreja já tinha sido abandonado há muito tempo e de maneira mesmo fundamental. GA65 (Casanova): 225

Como é que, porém, ainda e precisamente na Modernidade, no que concerne ao tempo e ao espaço, se reteve uma interpretação metafísica e se tentou levá-la a termo uma vez mais: espaço como sensorium Dei. GA65 (Casanova): 239

de que o apreender do seer é um visar vazio do que é mais universal e de suas categorias), “pressupostos” esses que são naturalmente os mais correntes e os mais amplamente postos “de antemão”? Porque nós dificilmente reconhecemos até mesmo aquilo que é necessário para isso: o abalo desse “nós”, do homem moderno, que enquanto “subjectum” se tornou o refúgio daqueles pressupostos, e isso de tal modo que o caráter de sujeito do próprio homem tem sua origem e o amparo de seu firme poder no predomínio concedido àqueles pressupostos (os pressupostos da compreensão de ser ocidental e sedimentada na Modernidade). GA65 (Casanova): 261

A “Modernidade” não leva por acaso a historiologia ao domínio propriamente dito. GA65 (Casanova): 273

Esse domínio já se estende tão amplamente hoje, no começo do corte decisivo da Modernidade, que, por intermédio da concepção da história determinada pela historiologia, a história é reprimida em meio ao elemento a-histórico e que é lá que sua essência é buscada. GA65 (Casanova): 273

Mas e se nós buscássemos a salvação em meio a um caminho de volta à intuição goethiana da natureza e, então, transformássemos mesmo a “terra” e a “vida” em teoria? E se o revolvimento no irracional começar e, então, com maior razão, tudo se mantiver como era até aqui, sim, se o que se tinha até aqui for, então, completamente ratificado sem restrição? Isso ainda está por vir, pois sem isso a Modernidade não alcançaria sua consumação. GA65 (Casanova): 275

 

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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