Morujão
Não há, em geral, nenhum fundamento sólido, nem próximo, nem distante, para pôr em dúvida a nossa experiência quotidiana. Certamente, não basta reclamar, simplesmente, que aquilo que nos mostra a nossa experiência quotidiana das coisas é o verdadeiro, tal como não é suficiente aparentar ser crítico e prudente; na verdade, enquanto homens, somos sujeitos e eus individuais e aquilo que representamos e em que acreditamos são imagens subjectivas que trazemos em nós; às próprias coisas, nunca chegamos. Por outro lado, mesmo no caso de esta concepção ser falsa, ela não será ultrapassada só porque em vez de «eu» se diz agora «nós» e porque, em vez do indivíduo, temos em conta a comunidade; assim, permanece ainda a possibilidade de não trocarmos, uns com os outros, senão imagens subjectivas das coisas, que não se tornam mais verdadeiras por resultarem de um intercâmbio em comunidade. [GA41CM:22]
Reid & Crowe
At first, and subsequently too, there is no tenable reason to doubt our everyday experience. Of course, it is not enough simply to claim that what everyday experience shows of things is true, any more than it suffices to assert, in a seemingly more critical and cautious way, that we are, after all, only individuals, particular subjects and egos; that what we represent and intend are only subjective images which we carry around in ourselves; and that we never arrive at the things themselves. Nor will this interpretation be overcome, should it prove to be untrue, by saying “we” instead of “I” and taking into account the community rather than the individual. It still always remains possible that we exchange subjective images of things with one another, which may be no truer just because we have exchanged them communally. [GA41RC:8]