- Giachini
- Brogan & Warnek
Giachini
Portanto, precisamos perguntar por fim de maneira mais decidida: em que medida a questão pelo estar ali presente de forças causa tal embaraço a ponto de provocar essas discussões maçantes? Poderes são inumeráveis e estão constantemente em contato conosco e sem que nos demos conta. Conhecemos o sapateiro, o padeiro, o ceramista, o marceneiro; com eles estão ali presentes poderes bem determinados. O ceramista, por exemplo, é aquele que se assenta na taverna; é aquele que pode fabricar vasilhame, é aquele que sabe produzir. Com ele está ali atuante um poder. Bom; mas como? Onde e como está o poder? Ele não o carrega consigo em seu bolso, como traz seu canivete; nesse caso a questão seria facilmente resolvida. Tampouco pode-se fazer saltar o poder da estrutura anatômica de seu corpo. Talvez suas mãos tenham uma forma toda especial; mas nesse caso, em última instância, isso é conseqüência do fato de que o poder está nele, mas náo é ele mesmo. Dizemos que o poder está “nele”. Dentro, onde? No cérebro? Ali iriamos procurar em vão. Na alma, naturalmente! Mas o que significa “alma”? E como é que a alma está ali presente? (p. 176)