- tradução
- original
tradução
O que eu sou, na sua essência, é sempre um como-eu-sou, isto é, como me relaciono com a minha própria possibilidade de ser. As proposições sobre o eu e o eu-mesmo, isto é, todos os predicados essenciais no “eu sou”, não dizem nada sobre uma coisa subsistente: este dizer e falar precisamente sobre o que não se é, mas sobre o que é o outro e este outro, o ente não semelhante ao “eu”. Este discurso peculiar tem a sua peculiaridade no fato de atribuir algo ao outro (κατηγορεῖν — κατά: para baixo, para o outro, para longe de si em direção ao outro). Chamo a essas determinações do ente que significam o ente de tal gênero, que só se torna acessível na ascrição, categorias, enunciados categóricos. Por outro lado, dizer algo sobre o eu, que é tal, que só é sempre o eu como “eu sou”, — dizer algo sobre o eu nunca significa atribuir algo a este ente como um outro de si mesmo, mas tudo o que “eu sou tal e tal” significa: eu coloco-me nesta e naquela minha tarefa, eu entendo-me no meu existir tal e tal, isto é, eu existo tal e tal. As determinações do eu, da existência humana, não são fundamentalmente categorias. Chamo-lhes existenciais, mas não para introduzir uma nova palavra, nem para dar um nome diferente a uma classe de categorias, mas para mostrar desde o início do problema que não pode haver aqui qualquer questão de categorias.