GA15:127-129 – sujeito-objeto

tradução

(…) No “Prefácio” (Ciência da Lógica) Hegel diz algo fundamental sobre a filosofia, que ela deve pensar a verdade não apenas como substância, mas também como sujeito. Em grego, substância significa…

Participante: … υποκείμενον, e o que está subjacente.

Heidegger: Como é que a substância é pensada por Hegel? Se eu disser que a casa é grande ou alta, como é que se caracteriza o modo de pensar que só pensa a substância? O que é que não é pensado aqui?

Participante: O movimento entre a casa e o ser alto.

Heidegger: Os gregos, que segundo Hegel pensam apenas a substância, υποκείμενον, têm categorias para isso.

Participante: O movimento só pode vir à tona quando ainda outra base sobrevém, o sujeito.

Heidegger: Quando se diz que a casa é alta, o que é que não se pensa nela?

Participante: Aquele que pensa.

Heidegger: Assim, que tipo de pensamento é aquele que simplesmente vê o υποκείμενον e não o sujeito?

Participante: Hesito em dizer as palavras demasiado usadas.

Heidegger: Em filosofia nenhuma palavra ou conceito é usado em excesso. Nós (77) temos de pensar os conceitos de forma nova todos os dias. Temos, por exemplo, a afirmação de que este copo está cheio. Diz-se, com isso, algo sobre o que está diante de nós, mas a referência a um eu não é pensada. Quando essa referência se torna temática para o pensamento, para o eu, então o que está diante de nós torna-se o que está à nossa frente, ou seja, torna-se um objeto. Em grego não há objetos. O que significa objeto na Idade Média? O que é que significa literalmente?

Participante: Aquilo que é lançado ao encontro.

Heidegger: O objeto é o que é lançado ao encontro de quem? Podemos lançar o copo contra nós mesmos? Como é que posso lançar algo ao encontro de mim mesmo, sem que aconteça alguma coisa? O que significa subiectum [substância] na Idade Média? O que significa literalmente?

Participante: O que é lançado sob.

Heidegger: Para o pensamento medieval, o copo é um subiectum, que é a tradução de υποκείμενον. Obiectum (representação), para a Idade Média, significava, pelo contrário, o que é representado. Uma montanha dourada é um objeto. Assim, o objeto aqui é aquilo que é precisamente não objetivo. É subjetivo. Perguntei como é que os gregos pensam de acordo com a interpretação de Hegel. Dissemos que no seu pensamento a referência ao sujeito não se torna temática. Mas os gregos continuavam a pensar? Para Hegel, no entanto, o seu pensamento era uma reviravolta para o que jaz antes e para o que subjaz, a que Hegel chamou o pensamento do imediato. O imediato é este entre o qual nada se interpõe. Hegel caracterizou todo o pensamento grego como uma fase de imediaticidade. Para ele, a filosofia atinge a terra firme pela primeira vez com Descartes, ao começar pelo eu.

Seibert

(…) In the “Preface” Hegel says something fundamental about philosophy, that it should think the truth not only as substance, but also as subject. In Greek, substance means…

Participant: … υποκείμενον, and what is underlying.

Heidegger: How is substance thought by Hegel? If I say that the house is big or tall, how is the manner of thinking that only thinks substance to be characterized? What is not thought here?

Participant: The movement between the house and being tall.

Heidegger: The Greeks, who according to Hegel think only of substance, υποκείμενον, have categories for this.

Participant: The movement can only come into view when yet another basis supervenes, the subject.

Heidegger: When it is said that the house is tall, what is not thought therein?

Participant: The one who thinks.

Heidegger: Thus, what kind of thinking is that which simply views υποκείμενον and not the subject?

Participant: I hesitate to say the overused words.

Heidegger: In philosophy no word or concept is overused. We (77) must think the concepts new each day. We have, for example, the statement that this glass is full. Something is said, therewith, about what lies before us, but the reference to an I is not thought. When this reference becomes thematic for thinking, for the I, then what lies before us becomes what lies opposite us, that is, it becomes an object. In Greek there are no objects. What does object mean in the Middle Ages? What does it mean literally?

Participant: What is thrown up against.

Heidegger: The object is what is thrown up against whom? Can you throw the glass up against yourself? How can I throw something up against myself, without something happening? What does subiectum (substance) mean in the Middle Ages? What does it mean literally?

Participant: What is thrown under.

Heidegger: For medieval thinking, the glass is a subiectum, which is the translation of υποκείμενον. Obiectum (representation), for the Middle Ages, meant, on the contrary, what is represented. A golden mountain is an object. Thus the object here is that which is precisely not objective. It is subjective. I have asked how the Greeks think according to Hegel’s interpretation. We have said that in their thinking the reference to the subject does not become thematic. But were the Greeks still thoughtful? For Hegel, nevertheless, their thinking was a turning toward what lies before and what underlies, which Hegel called the thinking of the immediate. The immediate is that between which nothing intervenes. Hegel characterized all of Greek thought as a phase of immediacy. For him, philosophy First reaches solid land with Descartes, by beginning with the I.

Original

(…) In der Vorrede sagt Hegel Grundsätzliches über die Philosophie, daß sie das Wahre nicht nur als Substanz, sondern auch als Subjekt denken solle. Substanz heißt griechisch:

Teilnehmer: ὑποκείμενον und ist das Zugrundeliegende.

(128) Heidegger: Wie wird von Hegel die Substanz gedacht? Wenn ich sage: das Haus ist groß bzw. hoch, wie ist dann die Art des Denkens, das nur die Substanz denkt, zu charakterisieren? Was ist hier nicht gedacht?

Teilnehmer: Die Bewegung zwischen dem Haus und dem Hochsein.

Heidegger : Dafür haben die Griechen, die nach Hegel nur die Substanz, das ὑποκείμενον denken, die Kategorien.

Teilnehmer: Die Bewegung kann nur in den Blick kommen, wenn noch ein anderes Zugrundeliegendes hinzukommt, das Subjekt.

Heidegger: Wenn gesagt wird: das Haus ist hoch, was ist darin nicht gedacht?

Teilnehmer: Der Denkende.

Heidegger: Also was für ein Denken ist dasjenige, das geradezu auf das ὑποκείμενον und nicht auf das Subjekt hin blickt?

Teilnehmer: Ich scheue mich, die abgegriffenen Worte zu nennen.

Heidegger: In der Philosophie ist kein Wort und kein Begriff abgegriffen. Wir müssen die Begriffe jeden Tag neu denken. – Wir haben etwa die Aussage: dieses Glas hier ist gefüllt. Damit ist etwas über das Vorliegende ausgesagt, nicht aber ist die Beziehung zu einem Ich gedacht. Wenn diese Beziehung ins Thema kommt für das Denken, für das Ich, dann wird das Vorliegende zu einem Entgegenliegenden, d. h. zu einem Objekt. Im Griechischen gibt es keine Objekte. Was heißt Objekt im Mittelalter? Was heißt es wortwörtlich?

(129) Teilnehmer: Das Entgegengeworfene.

Heidegger: Das Objekt ist das Entgegengeworfene für wen? Können Sie sich das Glas entgegenwerfen? Wie kann ich mir etwas entgegenwerfen, ohne daß etwas passiert? Was heißt im Mittelalter subiectum? Was bedeutet es wortwörtlich?

Teilnehmer: Das Daruntergeworfene.

Heidegger: Für das mittelalterliche Denken ist das Glas ein subiectum, das die Übersetzung von ὑποκείμενον ist. Obiectum meint im Mittelalter dagegen nur das Vorgestellte. Ein goldener ßerg ist ein Objekt. Dort ist also das Objekt das, was gerade nicht objektiv ist. Es ist das Subjektive. Ich hatte gefragt, wie die Griechen nach Hegels Interpretation denken. Wir haben gesagt, daß in ihrem Denken der Bezug zum Subjekt nicht ins Thema kommt. Aber die Griechen waren doch Denkende? Für I Icgel jedoch war ihr Denken ein Zugewandtsein dem Vor- und Zugrundeliegenden, was er das Denken des Unmittelbaren nennt. Das Unmittelbare ist das, zwischen dem nichts dazwischenkommt. Hegel charakterisiert das ganze griechische Denken als Stufe der Unmittelbarkeit. Erst mit Descartes betritt für ihn die Philosophie festes Land durch den Ansatz beim Ich.