Fink (1994b:199-200) – o ente que aparece na técnica

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E a questão da natureza do aparecer volta a ser outra, quando partimos do homem que atua praticamente no seu trabalho (werktätig), do homem que não deixa a natureza em paz, tirando dela apenas o que ela oferece de si mesma — que, em vez disso, modifica constantemente o mundo circundante, cobrindo a terra com as marcas do seu trabalho, limpando a paisagem, cuidando da floresta, canalizando rios, represando-os, equipando-se com ferramentas e máquinas. Num ambiente tão completamente tecnificado, dificilmente são as coisas puras da natureza e a percepção ordenada por elas que determinam o significado de “aparecer”. Aparecer aqui significa antes o processo de emergência a partir das mãos do homem, ou seja, o nascimento de uma obra feita (Machwerk), que requer pressupostos irrealizáveis. E é, mais uma vez, um outro aparecer diferente da formação da obra de arte.

Kessler

[FINK, Eugen. Proximité et distance: essais et conférences phénoménologiques. Tr. Jean Kessler. Grenoble: Jérôme Millon, 1994b]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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