Fink (1966b:60-62) – tudo em relação e delimitação mútuas

destaque traduzido

Superficial e aproximadamente, todos nós sabemos que tudo é mantido, é incluso numa relação de coisas e que todas as relações de coisas são mantidas, estão inclusas numa relação global universal. Tudo a que chamamos entes: o solo, a luz do céu, o campo e o mar, as montanhas e as planícies, as cidades, os campos, as árvores, as casas, os móveis, os veículos, etc.; todo ente é com outros entes, nenhum é só, para si mesmo e completamente separado das outras coisas. Sua individualidade e seu contorno determinado, encerrado em limites estáveis, só se mantém pelo fato de que esses limites que o encerram também o unem a outras coisas. Tudo está na vizinhança de outras coisas, tudo está numa situação, e todas as situações estão num presente comum que engloba tudo. No entanto, interessa-nos em primeiro lugar apenas a situação circundante, as coisas pelas suas múltiplas utilizações. Quando os limites do interesse utilitário são relaxados e um campo mais amplo se abre para a nossa contemplação das coisas, surgem novos interesses teóricos que estabelecem uma determinada perspectiva sobre as coisas. Assim, temos um interesse prático e teórico pelo ente, e somos guiados por uma antecipação de situações específicas. A situação total (o mundo) é demasiado “óbvia” para que o problema seja colocado de imediato. As árvores impedem-nos de ver a floresta.

Hildenbrand & Lindeberg

FINK, Eugen. Le jeu comme symbole du monde. Tr. Hans Hildenbrand & Alex Lindenberg. Paris: Minuit, 1966, p. 60-62

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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