Fédier (2010:169-171) – Sorge

destaque

I. “O ser do Dasein revela-se como preocupação”.

Não se trata de preocupação no sentido banal do termo, daquilo que aparece sempre no plural como preocupações, mas de uma estrutura existencial em que é o próprio ser do ser humano (como Dasein — ser fora de si = ser (transitivamente) o “aí”) que se revela. Assim, o ser humano é fundamentalmente preocupação.

Se traduzirmos a palavra não por preocupação mas por cuidado, evitamos felizmente o entendimento banal de Heidegger. Se a ek-sistência é fundamentalmente cuidado, de que ela é cuidado? Aqui devemos recordar os dois níveis que Heidegger distingue por todo o lado, o nível próprio e o nível impróprio.

a) Impropriamente, o Dasein sob a forma banal de “a-gente” (das Man), não tem exatamente cuidado, mas necessidade. Assim, cada indivíduo tem necessidade dos outros. E precisa também do ente.

b) Mas propriamente, o cuidado ele mesmo, o cuidado que se trata de tomar, o cuidado que dá ritmo à ek-sistência, é o cuidado do ser (cuidado do ser humano e cuidado do ser do que não é humano).

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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