Ao atribuirmos espacialidade à presença (Dasein), temos evidentemente de conceber este “ser-no-espaço” a partir de seu modo de ser (Seinsart). Em sua essência, a espacialidade da presença (Dasein) não é um ser simplesmente dado (Vorhandenheit) e por isso não pode significar ocorrer em alguma posição do “espaço (Raum) cósmico” e nem estar à mão em um lugar. Ambos são modos de ser de entes que vêm ao encontro (begegnen) dentro do mundo. A presença (Dasein), no entanto, está e é “no” mundo, no sentido de lidar familiarmente na ocupação (Besorgen) com os entes que vêm ao encontro (begegnen) dentro do mundo. Por isso, se, de algum modo, a espacialidade lhe convém, isto só é possível com base nesse ser-em. A espacialidade do ser-em apresenta, porém, os caracteres de DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) e direcionamento (Ausrichtung). STMSCC: §23
Enquanto modo de ser (Seinsart) da presença (Dasein) no tocante a seu ser-no-mundo (In-der-Welt-sein), o distanciamento não é por nós entendido como distância (proximidade) ou mesmo como intervalo. Usamos a expressão distanciamento com significado (Bedeutung) ativo e transitivo. Indica uma constituição de ser da presença (Dasein) em virtude da qual o distanciar de alguma coisa, no sentido de afastar, é apenas um modo determinado e fático. Distanciar diz fazer desaparecer o distante (NH: de onde provém a distância que se distancia?), isto é, a distância de alguma coisa diz proximidade. Em sua essência, a presença (Dasein) é em dis-tanciando. Como o ente que é, sempre faz com que os entes venham à proximidade (NH: proximidade e vigência (Anwesenheit), não é a grandeza do intervalo que é essencial). O DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) descobre a distância. Assim como o intervalo, a distância é uma determinação categorial dos entes destituídos do modo de ser (Seinsart) da presença (Dasein). Distanciamento, ao contrário, deve ser mantido como existencial. Somente ao se descobrir (entdecken) para a presença (Dasein) a distância dos entes é que no próprio (eigentlich) ente intramundano (innerweltlich) tornam-se acessíveis “distanciamentos” e intervalos com referência (Verweisung) a outros entes. Da mesma forma que duas coisas quaisquer, dois pontos não estão distantes um do outro porque nenhum deles é capaz de distanciar em seu (158) modo próprio (eigentlich) de ser. Apenas possuem um intervalo que pode ser constatado e medido num distanciar (NH: dis-tanciar é mais penetrante do que aproximação). STMSCC: §23
Dis-tanciar é, numa primeira aproximação e, sobretudo, um aproximar dentro da circunvisão (Umsicht), isto é, trazer para a proximidade no sentido de providenciar, aprontar, ter à mão. Determinados modos de descobrir (entdecken) os entes numa atitude puramente cognitiva também apresentam o caráter de aproximação. Na presença (Dasein) reside uma tendência essencial de proximidade (NH: em que medida e por quê? Ser como vigência (Anwesenheit) constante tem primazia, atualização (Gegenwärtigen)). Todos os modos de aumentar a velocidade com que, hoje, de forma mais ou menos forçada lidamos, impõem a superação da distância. Assim, por exemplo, com a “radiodifusão”, a presença (Dasein) cumpre hoje o DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) do “mundo” através de uma ampliação e destruição (Destruktion) do mundo circundante (Umwelt) cotidiano (alltäglich), cujo sentido para a presença (Dasein) ainda não se pode totalmente avaliar. STMSCC: §23
Embora não necessariamente, subsiste no DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) uma avaliação explícita da distância em que um manual (zuhanden) se acha com relação (Beziehung) à presença (Dasein). A distância jamais é apreendida de antemão como intervalo. A avaliação da distância sempre se faz relativamente a dis-tanciamentos em que a presença (Dasein) cotidiana (alltäglich) se mantém. Por mais imprecisos e oscilantes que sejam os seus cálculos, tais avaliações possuem uma determinação própria e compreensível para todos no modo de ser (Seinsart) cotidiano (alltäglich) da presença (Dasein). Assim, dizemos – até lá é um passeio, é um pulo, são “dois passos”. Essas medidas exprimem que elas não apenas não querem “medir” como também indicam que as distâncias avaliadas pertencem a um ente com que lidamos numa circunvisão (Umsicht) e ocupação (Besorgen). Mesmo quando nos servimos de medidas precisas e dizemos: “até em casa é meia hora”, essa medição deve ser tomada como uma avaliação, pois aqui “meia hora” não são trinta minutos mas uma duração (Dauer) que não possui “tamanho”, no sentido de extensão quantitativa. Essa duração (Dauer) é interpretada, cada vez, segundo as “ocupações” cotidianas de nossos hábitos. As distâncias são avaliadas, em primeiro lugar, de acordo com a circunvisão (Umsicht), mesmo quando se conhecem medidas estabelecidas “oficialmente”. Porque nessas avaliações o dis-tante se acha à mão, ele conserva o seu caráter especificamente intramundano (innerweltlich). Isso explica por que todo dia os caminhos corriqueiros que levam ao ente dis-tante são diferentemente longos. O manual (zuhanden) do mundo circundante (Umwelt), na (159) verdade (Wahrheit), não se oferece como algo simplesmente dado para um observador eterno, destituído de presença (Dasein), mas vem ao encontro (begegnen) na cotidianidade (Alltäglichkeit) da presença (Dasein), empenhada em ocupações dentro da circunvisão (Umsicht). Em seus caminhos, a presença (Dasein) não atravessa um trecho do espaço (Raum) como uma coisa corpórea simplesmente dada. Ela “não devora quilômetros”, a aproximação e o distanciamento são sempre modos de ocupação (Besorgen) com o que está próximo e dis-tante. Um caminho “objetivamente” longo pode ser mais curto do que um caminho objetivamente muito curto que, talvez, seja uma “difícil caminhada” e, por isso, se dá para um ou outro como um caminho sem fim. É nesse “dar-se como” que cada mundo está propriamente à mão. Os intervalos objetivos de coisas simplesmente dadas não coincidem com a distância e o estar próximo do manual (zuhanden) intramundano (innerweltlich). Por mais que se saibam com exatidão aqueles intervalos, este saber permanecerá cego por não possuir a função de aproximar o mundo circundante (Umwelt) descoberto na circunvisão (Umsicht); este saber só se aplica num ser e para um ser que, em suas ocupações, não está medindo trechos de um mundo que “lhe diz respeito”. STMSCC: §23
Seguindo a orientação prévia pela “natureza” e pelos intervalos entre as coisas, medidos “objetivamente”, tem-se a tendência de considerar tais avaliações e interpretações do distanciamento como “subjetivas”. Trata-se, porém, de uma “subjetividade” que talvez descubra o mais real da “realidade” do mundo, a qual nada tem a ver com uma arbitrariedade “subjetiva” nem com “apreensões” subjetivistas de um ente “em si” diverso. O DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) guiado por uma circunvisão (Umsicht) na cotidianidade (Alltäglichkeit) da presença (Dasein) descobre o ser-em-sido “mundo verdadeiro”, isto é, de um ente junto ao qual a presença (Dasein), existindo, já sempre está. STMSCC: §23
Orientando-se primária ou até exclusivamente pelas distâncias enquanto intervalos medidos, encobre-se a espacialidade originária do ser-em. O que se pretende “mais próximo” não é, de forma alguma, o que tem o menor intervalo “de nós”. O “mais próximo” é o que está distante no raio de uma visão (Sicht), apreensão e alcance medianos. Porque a presença (Dasein) é essencialmente espacial, segundo os modos do DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung), o lidar com as coisas sempre se mantém num “mundo circundante (Umwelt)”, cada vez determinado pela distância de um certo espaço de jogo (Spielraum). Por isso é que, de início, ao ouvirmos e (160) vermos, desconsideramos o que, do ponto de vista dos intervalos, se acha “mais próximo”. Ver e ouvir são sentidos da distância, não devido a seu alcance, mas porque, distanciando-se, a presença (Dasein) neles se mantém de forma predominante. Para quem usa óculos, por exemplo, que, do ponto de vista do intervalo, estão tão próximos que os “trazemos no nariz”, esse instrumento (Zeug) de uso, do ponto de vista do mundo circundante (Umwelt), acha-se mais distante do que o quadro pendurado na parede em frente. Esse instrumento (Zeug) é tão pouco próximo que, muitas vezes, nem pode ser encontrado imediatamente. O instrumento (Zeug) de ver, o de ouvir como o fone do telefone, por exemplo, possuem a não-surpresa caracterizada anteriormente do que está imediatamente à mão. Isso vale também, por exemplo, para a estrada que é o instrumento (Zeug) de caminhar. Ao caminhar, toca-se a estrada a cada passo e assim, aparentemente, ela é o mais próximo e o mais real dos manuais, insinuando-se, por assim dizer, em determinadas partes do corpo, ao longo da sola dos pés. E, no entanto, ela está mais distante do que o conhecido que vem ao encontro (begegnen) “pela estrada” a um “distanciamento” de vinte passos. É a ocupação (Besorgen) guiada pela circunvisão (Umsicht) que decide sobre a proximidade e distância do que está imediatamente à mão no mundo circundante (Umwelt). A ocupação (Besorgen) se atém previamente ao que está mais próximo e regula os dis-tanciamentos. STMSCC: §23
Quando, em suas ocupações, a presença (Dasein) aproxima de si alguma coisa, isto não significa que a tenha fixado numa posição do espaço (Raum) que possua o menor intervalo de algum ponto do seu corpo. Aproximar significa: na periferia do que está imediatamente à mão numa circunvisão (Umsicht). A aproximação não se orienta pela coisa-eu dotada de corpo, mas pelo ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) da ocupação (Besorgen), isto é, pelo que sempre vem ao encontro (begegnen) imediatamente no ser-no-mundo (In-der-Welt-sein). A espacialidade da presença (Dasein) também não se determina, indicando-se a posição em que uma coisa corpórea é simplesmente dada. Sem dúvida, também dizemos que a presença (Dasein) sempre ocupa um lugar. Este “ocupar”, no entanto, deve ser em princípio distinto do estar à mão num lugar, dentro de uma região (Gegend). Ocupar um lugar deve ser concebido como distanciar o manual (zuhanden) do mundo circundante (Umwelt) dentro de uma região (Gegend) previamente descoberta (entdecken) numa circunvisão (Umsicht). A presença (Dasein) compreende o aqui a partir de um lá do mundo circundante (Umwelt). O aqui não indica o (161) onde de algo simplesmente dado, mas o estar junto (Wobei) de um ser que produz simultaneamente com esse DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung). De acordo com sua espacialidade, a presença (Dasein), numa primeira aproximada, nunca esta aqui, mas sempre lá, de onde retorna para aqui. Todavia, tudo isso apenas se dá no modo em que a presença (Dasein) interpreta o seu ser-para (Um-zu)… das ocupações a partir do que lá está a mão. É o que se torna totalmente claro pela particularidade fenomenal (phänomenal) inerente a estrutura do DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung), própria do ser-em. STMSCC: §23
Como ser-no-mundo (In-der-Welt-sein), a presença (Dasein) se mantém essencialmente num distanciar. A presença (Dasein) nunca pode cruzar esse DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung), a distância em que o manual (zuhanden) está de si mesmo. A distância de um manual (zuhanden) pode, sem dúvida, ser constatada pela presença (Dasein) como intervalo quando, por exemplo, se determina a distância com relação (Beziehung) a uma coisa que se pensa dada simplesmente num lugar que antes a presença (Dasein) havia ocupado. Este entre do intervalo só poderá ser atravessado posteriormente pela presença (Dasein) na condição de o próprio (eigentlich) intervalo tornar-se distante. A presença (Dasein) não cruza de forma alguma o seu DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) e isso a tal ponto que o leva consigo constantemente, pois a presença (Dasein) é essencialmente DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung), ou seja, é espacial. A presença (Dasein) não pode percorrer a periferia de seus dis-tanciamentos. Ela pode apenas transformá-los. Espacial, a presença (Dasein) existe segundo o modo da descoberta (entdecken) do espaço (Raum) inerente a circunvisão (Umsicht), no sentido de se relacionar num continuo distanciamento com os entes que lhe vêm ao encontro (begegnen) no espaço (Raum). STMSCC: §23
Em seu ser-em, que instala DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung), a presença (Dasein) também possui o caráter de direcionamento (Ausrichtung). Toda aproximação toma antecipadamente uma direção dentro de uma região (Gegend), a partir da qual o dis-tanciado se aproxima para poder ser encontrado em seu lugar. A ocupação (Besorgen) exercida na circunvisão (Umsicht) é um distanciamento direcional. Nessa ocupação (Besorgen), isto é, no ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) da própria presença (Dasein), já se dá previamente a necessidade de “sinais”; é esse instrumento (Zeug) que assume a indicação explicita e facilmente manuseável das direções. E ele que mantém expressamente abertas as regiões utilizadas na circunvisão (Umsicht), cada destino (Schicksal) do pertencer, do encaminhar-se, do ir buscar e levar. Sendo, a presença (Dasein), na qualidade de um ser que distancia e se direciona, possui um regido já desde sempre descoberta (entdecken). Assim como o DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung), o direcionamento (Ausrichtung) (162) direcionamento (Ausrichtung) é conduzido, previamente, como modo de ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) pela circunvisão (Umsicht) da ocupação (Besorgen). STMSCC: §23
Enquanto ser-no-mundo (In-der-Welt-sein), a presença (Dasein) já descobriu a cada passo um “mundo”. Caracterizou-se esse descobrir (entdecken), fundado na mundanidade (Weltlichkeit) (164) do mundo, como liberação (Freigabe) dos entes numa totalidade conjuntural (Bewandtnisganzheit). A ação (Handeln) liberadora de deixar e fazer em conjunto (Bewendenlassen) se perfaz no modo da referência (Verweisung), guiada pela circunvisão (Umsicht) e fundada numa compreensão prévia da significância (Bedeutsamkeit). Mostra-se assim que, dentro de uma circunvisão (Umsicht), o ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) é espacial. E somente porque a presença (Dasein) é espacial, tanto no modo de DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) quanto no modo de direcionamento (Ausrichtung), o que se acha à mão no mundo circundante (Umwelt) pode vir ao encontro (begegnen) em sua espacialidade. A liberação (Freigabe) de uma totalidade conjuntural (Bewandtnisganzheit) é, de maneira igualmente originária, um deixar e fazer em conjunto (Bewendenlassen) que, numa região (Gegend), dis-tancia e direciona, ou seja, libera a pertinência espacial do que está à mão. Na significância (Bedeutsamkeit), familiar à presença (Dasein) nas ocupações de seu ser-em, reside também a abertura (Erschlossenheit) essencial do espaço (Raum). STMSCC: §24
A interpretação temporal (zeitlich) da presença (Dasein) cotidiana (alltäglich) deve partir das estruturas constitutivas da abertura (Erschlossenheit). São elas: compreender (Verstehen), decadência (Verfallen) e fala. Os modos de temporalização (Zeitigung) da temporalidade (Zeitlichkeit), a serem liberados no tocante a estes fenômenos, propiciam a base para se determinar a temporalidade (Zeitlichkeit) do ser-no-mundo (In-der-Welt-sein). Isso levará, de novo, ao fenômeno (Phänomen) do mundo, permitindo uma delimitação da problemática especificamente temporal (zeitlich) da mundanidade (Weltlichkeit). Esta deve confirmar-se mediante a caracterização do ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) cotidiano (alltäglich) e imediato da ocupação (Besorgen) decadente na circunvisão (Umsicht). É a sua temporalidade (Zeitlichkeit) que possibilita a modificação da circunvisão (Umsicht) em visualização perceptiva e em conhecimento teórico aí fundado. A temporalidade (Zeitlichkeit) do ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) que assim emerge demonstra-se, também, fundamento da espacialidade específica da presença (Dasein). Deve-se mostrar a constituição temporal (zeitlich) de DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) e direcionamento (Ausrichtung). O todo destas análises desvela uma possibilidade (Möglichkeit) de temporalização (Zeitigung) da temporalidade (Zeitlichkeit) em que se funda, ontologicamente, a impropriedade (Uneigentlichkeit) da presença (Dasein). Além disso, conduz à questão (Fragen) de como se deve compreender (Verstehen) o caráter temporal (zeitlich) da cotidianidade (Alltäglichkeit), o sentido temporal (zeitlich) da expressão – “numa primeira aproximação e na maior parte das vezes (zunächst und zumeist)”, aqui constantemente utilizada. A fixação desse problema torna claro que e em que medida o esclarecimento do fenômeno (Phänomen) até agora obtido é insuficiente. STMSCC: §67
A presença (Dasein) arruma espaço (Raum) através de direcionamento (Ausrichtung) e DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung). com base na temporalidade (Zeitlichkeit) da presença (Dasein), como isso é existencialmente possível? A função fundadora da temporalidade (Zeitlichkeit) com relação (Beziehung) à espacialidade da presença (Dasein) será demonstrada apenas em suas linhas gerais, na medida em que esta demonstração é imprescindível para as discussões ulteriores a respeito do sentido ontológico do “acoplamento” de espaço (Raum) e tempo. A descoberta (entdecken) de uma região (Gegend) que dá direções pertence à arrumação de espaço (Raum), própria da presença (Dasein). Por região (Gegend), indicamos, de início, o para onde a que possivelmente pertence um instrumento (Zeug) à mão no mundo circundante (Umwelt) e, portanto, passível de localização. Em todo deparar-se, ter à mão, deslocar e descartar um instrumento (Zeug), já se descobriu uma região (Gegend). O ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) das ocupações está direcionado em se direcionando. O pertencer traz uma remissão (Bezug) essencial à conjuntura (Bewandtnis). Esta sempre se determina faticamente a partir do nexo (Zusammenhang) conjuntural do instrumento (Zeug) de que se ocupa. As remissões conjunturais são apenas compreensíveis no horizonte de um mundo já aberto. Da mesma forma, somente o seu caráter de horizonte é que possibilita o horizonte específico do para onde a que pertence na região (Gegend). A descoberta (entdecken) de uma região (Gegend) direcionadora funda-se num aguardar (Gewärtigen) que retém ekstaticamente o possível para-lá e para-aqui. Enquanto aguardar (Gewärtigen) que se direciona à região (Gegend), arrumar-se é, de modo igualmente originário, aproximar (dis-tanciar) do que está à mão e do que é simplesmente dado. A partir da região (Gegend) previamente descoberta (entdecken), a ocupação (Besorgen) em se dis-tanciando volta ao que está próximo. Tanto a aproximação como a avaliação e medição dos intervalos, dentro do que é simplesmente dado num DIS-TANCIAMENTO (Ent-fernung) dentro (458) do mundo, estão fundadas numa atualização (Gegenwärtigen), inerente à unidade da temporalidade (Zeitlichkeit), dentro da qual também o direcionamento (Ausrichtung) se faz possível. STMSCC: §70