Declève (1970:75-78) – realidade do mundo e ser-no-mundo

destaque

A ontologia do Dasein, por seu lado, já não se detém na exterioridade de um conjunto de estados ou mesmo no “real”. Estes dois títulos correspondem talvez a experiências ônticas. Mas a partir do momento em que se trata de explicitar a compreensão do ser do ser-aí, torna-se claro que a consciência da realidade é ela própria um modo de ser-no-mundo. A realidade remete então para o fenômeno da preocupação (Sorge), isto é, para o ser-aí-no-mundo, diante de si mesmo em relação ao que é: o mundo e o ser-aí não são dois subsistentes de índices diferentes, mas no ser-aí o mundo revela-se como um modo de ser do ser-aí.

Assim, longe de constituir, como Kant supostamente diz, “um escândalo para a filosofia e para a razão humana em geral”, a questão de saber se o mundo existe e se pode ser provado (76) de forma vinculativa é simplesmente uma questão absurda: ela só é colocada a um ser-que-já-está-no-mundo. Só assume a aparência de um problema para um modo de pensar que ainda está escravizado aos pressupostos substancialistas de um tagarela ingenuamente decaído.

original

  1. SZ, 203 citant B XXXIX note 1 ; voyez plus bas le contexte d’où ce membre de phrase est extrait.[↩]
  2. La note 1 B XXXIX de la seconde préface; la «Réfutation de l’idéalisme», B 275 ss.; «Des paralogismes de la raison pure», B 399-432, surtout B 412.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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