Categoria: Gesamtausgabe

Para um autor que, ao conceber o rumo da sua Edição integral (Gesamtausgabe), a caracterizou com o lema Wege, nicht Werke (caminhos, não obras) … (Irene Borges-Duarte)

  • A humanidade (Mensch) acredita que deve fazer algo consigo mesma — e não entende que o (Da-sein) já fez algo com ela (início da filosofia (Anfang der Philosophie)) — do qual a humanidade fugiu há muito tempo. Isso — o fato de que no Dasein os entes têm ser (Seiende seiend) — ou seja, tornam-se…

  • Apesar de, visto em termos principiais, tudo ter permanecido na mesma na filosofia moderna, a distinção e o acento no sujeito (Subjekt) precisaram de qualquer modo levar a que se colocasse de alguma maneira a diferença entre sujeito e objeto (Objekt) no centro e a que se tomasse de maneira mais profunda também a própria…

  • É fácil depreender que as coisas se dão assim devido ao modo como caracterizamos o rigor (Strenge): a saber, o modo como pode ser conquistado e determinado o conhecimento (Erkenntnis) adequado ao objeto. Rigor é consequentemente um determinado caráter da apropriação referente à adequação do objeto do conhecimento. Essa adequação (Angemessenheit) do conhecimento está apreendida…

  • Ainda podemos exprimir a consonância (Einstimmigkeit) do direcionamento desse caminho (Wegrichtung) em meio às interpretações filosóficas de ser e realidade efetiva (Wirklichkeit) por meio de uma outra formulação do problema. Ser, realidade efetiva e existência (Existenz) estão entre os conceitos mais gerais que o eu por assim dizer traz consigo. Por isso, costumou-se denominar e…

  • Aos fenômenos essenciais da modernidade pertence a sua ciência. Um fenômeno de um nível igualmente importante é a técnica de máquinas (Maschinentechnik). No entanto, não se pode confundi-la com a simples aplicação prática da moderna ciência natural matemática. A técnica de máquinas é ela mesma uma transformação autônoma da prática (eigenständige Verwandlung der Praxis), de…

  • Mas o avião comercial, dis-posto na pista de decolagem, é fora de qualquer dúvida um objeto (Gegenstand.). Com certeza. É possível representar assim essa máquina voadora. Mas, com isso, encobre-se, justamente, o que ela é e a maneira em que ela é o que é. Pois, na pista de decolagem, o avião se des-encobre como…

  • As três conferências querem nos colocar na possibilidade de fazer uma experiência (Erfahrung) com a linguagem (Sprache). Fazer a experiência de alguma coisa significa: a caminho, num caminho (Weg), alcançar alguma coisa. Fazer uma experiência com alguma coisa significa que, para alcançarmos o que conseguimos alcançar quando estamos a caminho, é preciso que isso nos…

  • Com que direito decretamos simplesmente que o mito é uma superstição (Aberglaube)? Mas, se não há razão alguma para que façamos isso, (177) haveria razão para afirmar a subsistência de verdades diversas em relação ao ente? E como essas verdades se comportam e se relacionam umas com as outras? Se aceitarmos ou compreendermos fundamentalmente que…

  • Começamos o esclarecimento do contexto, no qual se insere a palavra, com o último termo expresso: φυσικά. No interior deste termo encontra-se a palavra φύσις (physis), que traduzimos habitualmente por “natureza”. Esta palavra vem do latim natura – nasci: nascer, surgir, crescer (werden, entstehen, wachsen). Esta é, simultaneamente, a significação fundamental do grego φύσις, φύειν.…

  • (…) A palavra grega para ciência (Wissenschaft) é ἐπιστήμη (episteme). ἐπίστασθαι diz: possuir ascensão sobre uma coisa, ser versado nela. ἐπιστήμη significa, então, dirigir-se para junto de uma coisa, ser versado nela, dominá-la, penetrar incisivamente o seu conteúdo objetivo. Somente em Aristóteles esta palavra surge com o significado determinado de “ciência” em sentido amplo; isto…

  • Com o propósito de determinar a posição real de Descartes na história da filosofia ocidental, no tocante às questões fundamentais, e ao fazê-lo, realçar o predomínio decisivo da ideia matemática do método (Methode), afirmo o seguinte: 1. a radicalidade da dúvida (Zweifels) de Descartes e o vigor (Strenge) da nova fundamentação (Grundlegung) da filosofia e…

  • Tentamos, na preleção anterior, interpretar mais precisamente o primeiro estágio do homem dentro da caverna (Höhle), explicitando com mais exatidão os seus diversos momentos. Concluímos com a remissão para a última frase, da qual resulta que se trata do ἀληθές (alethes), do desencoberto (Unverborgene). Aqui se determina, se alude positivamente ao desencoberto; não a qualquer…

  • Que devemos fazer quando a questão tem um caráter histórico? Que significa aqui «histórico» (geschichtlich)? Em primeiro lugar, afirmamos somente que a resposta provisória à questão acerca da coisa (Ding) provém de um tempo anterior, já passado. Podemos afirmar que, desde esse tempo, o tratamento da questão sofreu várias alterações, embora nenhuma fosse decisiva e…

  • Desde que a Filosofia Moderna pisou aquilo que, para ela, é terra firme, vigora a verdade como certeza (Wahrheit als Gewißheit). O verdadeiro é o sabido no saber-de-si-mesmo incondicionado (Sich-selbst-wissen Gewußte). Antes, entendia-se a verdade como sendo a concordância (Übereinstimmung) do representar com o ente. A verdade é uma característica do representar. Mas, como certeza…

  • A inserção na história (Geschichte) talvez não se mostre sempre e necessariamente como tal fuga diante das tarefas “atuais”. Pode-se considerar o passado a partir dos pontos de vista e segundo os critérios do presente vivo. Por meio disso, o passado (Vergangene) é liberado de seu encrostamento, é relacionado com o presente (Gegenwart) e se…

  • É conhecido o fato de que a ciência, sobretudo as ciên­cias naturais, não deixa a consideração historiológica (historischer Betrachtung) do seu próprio passado (Vergangenheit) viver senão como um adendo, do mesmo modo que, em geral, o que passou só se mostra para ela como o que não é mais. As próprias ciências naturais (Naturwissenschaften) sempre…

  • (…) Aristóteles designa por episteme tis o por ele caracterizado contemplar do ente enquanto ente (Beschauen des Seienden als des Seienden), um modo (Weise) em que assim se encontra o nosso ver e perceber (Sehen und Vernehmen), designadamente, no estar-presente (Anwesen) enquanto tal. A (episteme), enquanto modo do estar-em (Weise des Dabeistehens), é, no que…

  • No século XIX, torna-se corrente o discurso acerca dos valores (Rede von den Werten) e é comum pensar em valores. Mas só no seguimento da propagação dos escritos de Nietzsche é que o discurso dos valores se tornou popular. Fala-se em valores vitais, em valores culturais, em valores eternos, na hierarquia dos valores, em valores…

  • Toda a historiografia (Historie) calcula o futuro (Kommende) pelas suas imagens do passado (Bildern vom Vergangenen), determinadas através do presente (Gegenwart). A historiografia é a constante destruição do futuro (Zerstörung der Zukunft) e da relação histórica com o advento do destino (Ankunft des Geschickes). Hoje, o historicismo não só não está ultrapassado, como só agora…

  • Quanto a palavra imagem, devemos pensar na reprodução de alguma coisa. Um Weltbild seria portanto como um quadro do ente em sua totalidade. No entanto, Weltbild diz mais. Pois assim entendemos o Mundo (Welt) ele mesmo, o ente em sua totalidade, assim como nos impõem suas diversas ordens de medidas. Imagem (Bild) designa, por conseguinte,…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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