Caron (2005:86-89) – do eu ao si mesmo e à ipseidade

destaque

Trata-se, portanto, em primeiro lugar, de ascender do eu ao si mesmo para mostrar a sua essência temporal e, portanto, não subjectiva, e, em segundo lugar, de dar o salto para essa essência para regressar à necessidade ontológica do si na economia da dispensação. E como o si será então reconduzido ao seu ser, a sua denominação desaparecerá enquanto tal e será renovada na sua nomeação: o si será o mortal no seio do Quadripartido, será inscrito no desdobramento do Ereignis. Não se pode acceder ao Sein permanecendo fixado no Dasein. O Kehre é o salto para a essência em desdobramento do ser, o salto que todo o pensamento fundamental tem de dar pela sua própria natureza. Apontar para algo que nos engloba é, em última análise, ter a consequência de nos deixarmos englobar por aquilo que nos contém e que foi reconhecido como tal. Só deixando ser este fundo que me domina, e não o reduzindo exclusiva e inadequadamente à minha subjetividade, é que posso chegar a um pensamento verdadeiro do ser desta subjetividade.

original

  1. Né de la nécessité même où nous plonge l’analytique existentiale, comme nous le verrons et montrerons plus loin.[↩]
  2. J. Bousquet, Traduit du silence, p. 128.[↩]
  3. C’est Heidegger lui-même qui opère ce rapprochement. Cf. GA24:155, 171, 318, et surtout SuZ:14.[↩]
  4. Claudel, Cinq grandes odes, in Œuvre poétique, p. 222-223.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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