Caputo (MEHT:159-161) – homem em Heidegger e Eckhart (II)

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Assim, existe em Eckhart e em Heidegger uma distinção comparável entre o ente que entrou verdadeiramente na sua própria natureza essencial e o ente que se deixa ocupar por uma coisa ou por outra. Aquilo a que Eckhart chama o “homem exterior” é o homem que gasta todas as suas energias em coisas exteriores. É um homem “ocupado”, ocupado com coisas criadas, cobrando impostos, negociando no mercado, ou mesmo “ocupado” jejuando, dando esmolas e visitando igrejas. Esse homem não está “em casa”, mas fora, no meio das coisas. E quanto mais ocupado estiver, tanto mais se “esquecerá” do solo oculto e silencioso da alma, onde “nada” acontece. Pois o homem exterior vive uma vida de ação (Tun), empregando constantemente as suas “faculdades” (intelecto, vontade, sentido). Mas o homem interior permanece em casa, no solo da alma, que é mais profundo e anterior às faculdades. Aqui, então, não há ação (Tun), mas apenas ser (Wesen), que para o homem de ação não se parece com nada. Um tal terreno é facilmente esquecido e coberto.

original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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