Este trabalho procura fazer uma fenomenologia do comportamento que chamamos “aventura” e da temporalidade que lhe é própria. Procura-se o que é característico da sua experiência original e da sua sedimentação numa atitude e forma vital, potencialmente trivializável. Nesse sentido, partimos do ensaio de Simmel (1910) sobre a aventura, antes de aprofundar a análise, em diálogo com Jankélévitch (1963), que põe esse fenómeno em relação com o do tédio e o da seriedade. Esta perspectiva, assim alcançada, é submetida à consideração fenomenológico-existencial heideggeriana, para tentar entender a abertura do mundo que ela apresenta, quer no seu sentido mais próprio, quer em acepções decadentes de tipo repetitivo, que buscam a realização de expectativas já sedimentadas. O horizonte desta pesquisa é ao mesmo tempo o do indivíduo, nos tempos de sua existência singular, e o da cultura, em que podem reconhecer-se épocas especialmente abertas à consideração de certos caminhos da aventura como formas de vida eminentes.
Borges-Duarte (2020) – A aventura como abertura afectiva do a-vir: uma abordagem fenomenológica
- Borges-Duarte (2003) – O espelho equívoco. O núcleo filosófico da entrevista ao Spiegel
- Borges-Duarte (2012) – O Pai devorador de seus filhos
- Borges-Duarte (2018) – estar em casa do amor
- Borges-Duarte (2018) – Sossego e desassossego: o paradoxo do tempo vivido
- Borges-Duarte (2019) – pensar-propício
- Borges-Duarte (2021) – Cuidado e bom humor em Heidegger
- Borges-Duarte (2022) – Ereignis
- Borges-Duarte (2024) – o que é estar em casa?
- Borges-Duarte: A origem da obra de arte
- Borges-Duarte: Dasein