Blattner (1999:39-42) – possibilidades (habilidades) e projeção [Entwurf]

destaque

Vimos que para o Dasein ser (propriamente) A, tem de se compreender ele mesmo como A. Agora, o que é que está envolvido em compreender-se como A? Heidegger responde a esta questão introduzindo a sua noção de projeção (Entwurf). A palavra alemã “Entwurf” não tem todos os significados que a palavra inglesa “projection” tem. O seu sentido central é o de um plano, esboço ou projeto. No entanto, Heidegger esforça-se por indicar que, com “projeção”, não tem em mente algo tão explícito e pensado como um plano: “Projetar não tem nada a ver com comportar-se em relação a um plano pensado, de acordo com o qual o Dasein organiza o seu ser” (SZ:145). O que pretende Heidegger com a linguagem da “projeção”? Ele também joga com a construção da palavra alemã para “projeção”: “ent-werfen” é atirar ou lançar para fora (ver Caputo 1986a). Parece antes querer enfatizar esta metáfora. Assim, no início do parágrafo em que introduz a projeção, escreve,

Porque é que a compreensão, de acordo com todas as dimensões essenciais do que nela pode ser revelado, avança sempre para as possibilidades (dringt … in …)? Porque a compreensão tem em si a estrutura existencial a que chamamos projeção. (SZ:145)

original

  1. This is one of the principal burdens of chapters 4-6 of Dreyfus (1991).[↩]
  2. For a detailed account of ability acquisition that is consistent with Heidegger’s thinking, see Dreyfus and Dreyfus (1986).[↩]
  3. I was first made aware of this difficulty by Ted Schatzki, who objected to my taking[↩]
  4. But why would Heidegger then use the plural “possibilities” when describing this function of projection? Because Dasein is never just one for-the-sake-of-which, but rather several or many of them at once. Jones is a simultaneous interpreter, a loyal sister, a conscientious employee, etc.[↩]
  5. This contrast makes plain what is wrong with Macquarrie and Robinson’s translation of “Seinkönnen” as “potentiality-for-Being,” rather than as “ability-to-be.”[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress