Balibar (2017) – Subjekt em Descartes?

nossa tradução

(…) O fato é que seria difícil encontrar nas Meditações a mínima referência a “sujeito” como subjectum, e que, em geral, a tese que colocaria o ego ou o “eu penso/eu sou” (ou o “eu sou uma coisa pensante”) como sujeito, quer no sentido de hypokeimenon, quer no sentido do futuro Subjekt (oposto a Gegenstandlichkeit), não aparece em parte alguma em Descartes. Ao evocar uma definição implícita, que aguarda a sua formulação, e portanto uma teleologia da história da filosofia (um retardo da consciência, ou melhor, da linguagem), Heidegger apenas torna a sua posição mais insustentável, quanto mais não seja porque a posição de Descartes é de fato incompatível com este conceito. Isto pode ser facilmente verificado examinando tanto o uso que Descartes faz do substantivo “sujeito”, como as razões fundamentais pelas quais ele não chama “sujeito” à substância pensante ou “coisa pensante”.

Original

[BALIBAR, Étienne. Citizen subject: foundations for philosophical anthropology. New York: Fordham University Press, 2017]

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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