Poderíamos dizer que o modo como Heidegger pensa a questão do ser não exige a ideia de um ser absoluto. Já Husserl quer que apareça, no fim da última redução, um ser absoluto. Para Heidegger, essa ideia de ser absoluto não faz sentido, porque o ser depende da compreensão, isto é, do Dasein e das próprias condições temporais da historicidade. Assim sendo, em Husserl temos a ideia da representação e da consciência vinculadas à ideia de uma espécie de semântica absoluta, e, em Heidegger, temos a ideia do ser ligada à compreensão do ser num modo prático de ser-no-mundo, ou seja, ligado a certa dimensão pragmática: enquanto compreendo o ser, compreendo-me a mim mesmo. Em Husserl, a compreensão do ser se daria na redução transcendental, e não na compreensão de mim como indivíduo finito e histórico. E isso que vai produzir as duas dimensões radicais de separação: a fenomenologia transcendental é a radicalização impossível da Psicologia pura. A fenomenologia hermenêutica é a radicalização da História e, portanto, a introdução da historicidade com todos os elementos do Dasein que são descritos na analítica existencial. (ErStein2015:86)
Ernildo Stein (2015:86) – absoluto
- Beneval de Oliveira: A Questão do Método na Filosofia Heideggeriana segundo Ernildo Stein
- Beneval de Oliveira: Ernildo Stein – uma ontologia da finitude
- Ernildo Stein (1973:283-297) – Introdução ao Método Fenomenológico Heideggeriano (1-3)
- Ernildo Stein (1973:283-297) – Introdução ao Método Fenomenológico Heideggeriano (4-6)
- Ernildo Stein (1973:315) – possibilidade (Möglichkeit)
- Ernildo Stein (1973:316) – “postura antropocêntrica” em Ser e Tempo?
- Ernildo Stein (1983:30-52) – As intuições heideggerianas e o movimento fenomenológico (6)
- Ernildo Stein (1983:30-52) – As intuições heideggerianas e o movimento fenomenológico (7-8)
- Ernildo Stein (2001:163-165) – fenômeno (phainomenon)
- Ernildo Stein (2001:26-28) – ser-verdade como ser-descoberto