Poderíamos dizer que o modo como Heidegger pensa a questão do ser não exige a ideia de um ser absoluto. Já Husserl quer que apareça, no fim da última redução, um ser absoluto. Para Heidegger, essa ideia de ser absoluto não faz sentido, porque o ser depende da compreensão, isto é, do Dasein e das próprias condições temporais da historicidade. Assim sendo, em Husserl temos a ideia da representação e da consciência vinculadas à ideia de uma espécie de semântica absoluta, e, em Heidegger, temos a ideia do ser ligada à compreensão do ser num modo prático de ser-no-mundo, ou seja, ligado a certa dimensão pragmática: enquanto compreendo o ser, compreendo-me a mim mesmo. Em Husserl, a compreensão do ser se daria na redução transcendental, e não na compreensão de mim como indivíduo finito e histórico. E isso que vai produzir as duas dimensões radicais de separação: a fenomenologia transcendental é a radicalização impossível da Psicologia pura. A fenomenologia hermenêutica é a radicalização da História e, portanto, a introdução da historicidade com todos os elementos do Dasein que são descritos na analítica existencial. (ErStein2015:86)
Ernildo Stein (2015:86) – absoluto
- Ernildo Stein (2001:396-399) – “Fim da Filosofia…” [GA14]
- Ernildo Stein (2002:122-125) – a paradoxal condição da filosofia como tarefa da finitude
- Ernildo Stein (2003:17-18) – Dasein e Antropologia
- Ernildo Stein (2003:267-268) – imortalidade dos filósofos
- Ernildo Stein (2003:27-28) – Analítica Existencial e Antropologia Filosófica
- Ernildo Stein (2003:30-32) – círculo hermenêutico e diferença ontológica
- Ernildo Stein (2003:36-37) – transcendência do ser do Dasein
- Ernildo Stein (2003:67) – da reflexão à compreensão
- Ernildo Stein (2003:93-97) – crítica à Antropologia
- Ernildo Stein (2008:110-111) – essência da técnica