Índice da lonjura, designando de maneira paradoxal o que não é justamente aí (aqui não presente, aí-diante), parece que a palavra “aí” seja capaz de dizer este não-fechamento essencial (Unverschlossenheit), esta “exterioridade” da qual Heidegger diz em Ser e Tempo (GA2 132) que ela é própria deste ser que é um “ser das lonjuras” (GA9 175). É nesta “lonjura original” que o Da-sein é ek-staticamente aberto e o aí parece assim bem sugerir a abertura que lhe é essencial (GA2 132). Ora, aberto ao mundo, aos outros e a si, o Da-sein não o é somente por seu entendimento do ser, mas também pela tonalidade (Stimmung) e, graças a sua homofonia com uma nota que tem um papel privilegiado nisto que ela “dá o aí”, talvez não seja impossível que o aí diga também algo do essencial pôr em ressonância que dispõe cada vez o Da-sein em o abrindo. (p. 455)