SZ (STMS) – compreensão tempo

Se a temporalidade constitui o sentido ontológico originário da presença (Dasein), onde está em jogo o seu próprio ser, então a cura deve precisar de “tempo” e, assim, contar com “o tempo”. A temporalidade da presença (Dasein) constrói a “contagem do tempo”. O “tempo” nela experimentado é o aspecto fenomenal mais imediato da temporalidade. Dela brota a compreensão cotidiana e vulgar do tempo. STMS: ET45

A investigação deve, sobretudo, familiarizar-se, preliminarmente, com o fenômeno originário da temporalidade para, a partir dele, esclarecer a necessidade e a espécie de origem da compreensão vulgar do tempo e também a razão de seu predomínio. STMS: ET61

O que foi dito não permite, de modo algum, apreender o “ante” de “anteceder” (Vor im Vorweg) e o “já” de “já-ser-em” a partir da compreensão vulgar de tempo. STMS: ET65

A tentação de se passar por cima da finitude do porvir originário e próprio e, com isso, da temporalidade, considerando-a “a priori” impossível, nasce da constante imposição da compreensão vulgar de tempo. STMS: ET65

Deve-se, ao invés, colocar, de modo ontológico e existencial, a seguinte questão: Qual o modo de temporalização da temporalidade da presença (Dasein) que se revela na direção em que se formaram a contagem do tempo e o uso do relógio? Junto com a resposta a esta questão deve nascer uma compreensão mais originária de que também a medição do tempo, ou seja, a publicação explícita do tempo [510] ocupado, está fundada na temporalidade da presença (Dasein) e, na verdade, numa sua temporalização bem determinada. STMS: ET80

A compreensão do relógio natural, construída através da evolução da descoberta da natureza, acena para novas possibilidades de medição do tempo que são relativamente independentes do dia e de toda observação explícita do céu. STMS: ET80

Mas como esta compreensão e o ser nela compreendido tornam-se um problema de princípio para a presente investigação, a análise aristotélica do tempo só poderá ser tematicamente interpretada, após se resolver a questão do ser. STMS: ET81

Para a compreensão vulgar do tempo, este se mostra, portanto, como uma sequência de agora, sempre “simplesmente dados”, que, igualmente, vêm e passam. STMS: ET81

O que implica essa interpretação do tempo do mundo nas ocupações? Pode-se obter a resposta, retornando-se à estrutura plena e essencial do tempo do mundo e comparando-a com o que a compreensão vulgar do tempo conhece. STMS: ET81

Esse encobrimento nivelador do tempo do mundo, realizado pela compreensão vulgar do tempo, não é acidental. STMS: ET81

É justamente quando o impessoal dirige a compreensão vulgar da presença (Dasein) que se consolida a “representação” da “infinitude” do tempo público, que se esquece de si. STMS: ET81

Em contrapartida, no horizonte da compreensão vulgar do tempo, a temporalidade permanece inacessível. STMS: ET81

A compreensão vulgar do tempo, ao contrário, vê o fenômeno fundamental do tempo no agora e no puro agora que, moldado em toda sua estrutura, se costuma chamar de “presente”. STMS: ET81

A primeira interpretação legada pela tradição e que trata amplamente da compreensão vulgar do tempo encontra-se na Física de Aristóteles, ou seja, no contexto de uma ontologia da natureza. “ STMS: ET82

Não é necessária uma discussão mais detalhada para se esclarecer que, com a sua interpretação, Hegel se move totalmente na direção da compreensão vulgar de tempo. STMS: ET82

 

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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