transcendens

Transzendenz, transzendent e transzendieren

As palavras latinas transcendens e transcendentalis eram aplicadas pelos filósofos medievais ao ser, à verdade, à unidade e ao bem, pela razão de que esses termos aplicam-se a entes de todas as categorias, os genera mais elevados, sem que eles mesmos constituam um gênero (SZ, 3, 14, 38). Supor que há um gênero de entes, como há um gênero de animais, seria como supor que há um gênero de coisas saudáveis, onde “coisas saudáveis” inclui aquilo que possui saúde (p.ex. homens saudáveis), aquilo que manifesta saúde (p.ex. bochechas saudáveis) e aquilo que produz saúde (p.ex. comida saudável). Assim como “ser”, “saúde” é demasiadamente equívoca para demarcar um gênero, mas não é qualificada como transcendens, pois, ao contrário do ser, não se aplica a tudo. (São Tomás sustentou que tudo é verdadeiro ou inteligível, unitário e bom, na medida em que é criado por Deus.) Heidegger concorda que o ser é heterogêneo: não podemos dar uma explicação única e inequívoca do ser. (DH:190)