Tag: (A) Wrathall
WRATHALL, Mark A.
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The factical life of the individual… is for the most part not lived as such. Rather, it moves within a certain averageness that belongs to its caring, its going about its dealings, its circumspection, and its understanding of the world. This averageness is that of the reigning publicness at any particular time, of the social…
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“Tudo está no caminho”, disse Heidegger. Com isso, ele quis dizer algumas coisas. Primeiro, que não havia meta ou destino final para seu pensamento, que não era possível chegar a um ponto em que tudo estivesse claro, em que todos os problemas estivessem resolvidos, em que tivéssemos respostas definitivas para os problemas filosóficos. A razão…
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Para compreender o que Heidegger diz sobre estados de espírito (Stimmung) e disposição (Befindlichkeit), vamos primeiro tentar ter uma ideia dos fenômenos sobre os quais está falando. Pense por um momento no que é estar em um estado de espírito, sentir medo, por exemplo. (O próprio Heidegger considera esse exemplo em Ser e Tempo, pp.…
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A tradução “estado de espírito” é enganosa porque dá a impressão de que nossa maneira de nos encontrarmos no mundo é algo mental ou meramente “em nossas mentes”. Mas nada poderia estar mais longe da intenção de Heidegger: Befindlichkeit vem do verbo befinden, literalmente, se encontrar (a raiz da palavra finden significa “encontrar”). Assim, o…
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(…) normalmente usamos a palavra “verdade” para denotar entidades proposicionais verdadeiras, como afirmações ou crenças. O que faz com que as proposições verdadeiras sejam verdadeiras é que elas desempenham uma função específica, ou seja, elas desencobrem um fato ou um estado de coisas. Assim, Heidegger considera que a função ontológica da verdade é desencobrir em…
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A análise da ordenação tecnológica e totalizante do mundo (…) explora maneiras de resistir ao niilismo implícito nas práticas totalizantes. Dreyfus define o niilismo como o nivelamento de todas as diferenças significativas, o que faz com que a existência não tenha mais um significado inerente. A existência humana perde seu objetivo ou direção e, portanto,…
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(…) Os cientistas, argumenta Dreyfus, são “realistas de fundo”, o que significa que suas práticas de fundo “tomam como certa a existência independente de seu domínio de objetos”. Dreyfus defende um tipo de “realismo hermenêutico” sobre as entidades descobertas pelas ciências naturais. Sua posição é “hermenêutica” no sentido de que reconhece que nosso acesso à…
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Considerando que já estamos sempre imersos em um mundo pleno de sentido, Heidegger afirma que vivemos dentro de “uma interpretação (Ausgelegtheit) transmitida, retrabalhada ou recém-estabelecida” (GA62:354). Encontramo-nos em uma “situação hermenêutica”, na qual as várias interpretações do passado se cruzam e criam uma abertura para uma intervenção interpretativa ou hermenêutica, a fim de continuar, criticar,…
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Como princípio hermenêutico, o confronto aparece já em 1922 para descrever a tarefa da filosofia, tanto na interpretação da vida fáctica (GA62:76-77) quanto na interpretação da filosofia anterior: “para a pesquisa filosófica, o confronto destrutivo com sua história não é um mero anexo com o objetivo de ilustrar como foi no passado”; em vez disso,…
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We surely should indeed resist the thought that our thinking is parochial — or otherwise less-than-objective — simply by virtue of being “restricted” to addressing entities “within a definite kind of seeing” of them. To be free of such a “restriction” — in order to glimpse, as we might imagine, the “in-itself” — would seem…
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(…) these reflections draw on the vision that the Metaphysics offers (see A 1 981b23) of science emerging out of a certain leisure, of humanity “releasing itself from its tendencies to direct itself to its routine tasks” to instead utake a break and make a sojourn” (GA62:354/160). Such an insistence on “objects in the sense…
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World is not something that discloses itself as a supplement to life, or not. Life rather means: being in a world. (GA62:355) (WRATHALL, Mark A. The Cambridge Heidegger Lexicon. Cambridge New York (N.Y.): Cambridge university press, 2021)
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Our third — and, for the Cartesian, perhaps the most shocking — feature of Heidegger’s account of our relationship to the Umwelt emerges from the “many different modes of actualizing itself” that Dasein’s “movement of concern displays”; Heidegger’s examples are (106) tinkering with, preparing for, production of, guaranteeing by, making use of, utilizing for, taking…
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(…) Mas o que quer Heidegger dizer com “projeção”? “No seu caráter projetivo, a compreensão constitui existencialmente aquilo a que chamamos a visão do Dasein” (SZ:146; tradução modificada). Como uma espécie de “visão”, isto é, um modo de acesso a entidades, a projeção deve ser entendida na sua diferenciação de outras formas de visão, em…
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But if we’re not asking for a definition of “being,” what is the question of being after? We make progress in understanding being, Heidegger argues, by getting clearer about the “meaning” or “sense” (Sinn) of being.1 The way Heidegger uses the term “sense” is akin to the way we say in English that something “makes…
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Seu foco nas estruturas e funções ontológicas leva Heidegger a um uso bastante idiossincrático da terminologia. Heidegger usa palavras como linguagem, verdade e história no que às vezes chama de um sentido “ontologicamente amplo”. De fato, a primeira regra geral para interpretar Heidegger é lembrar-se constantemente de que Heidegger tende a usar seus termos de…
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“Des-encobrimento” (Unconcealment), “Unverborgenheit”, foi um termo que entrou pela primeira vez na filosofia de Heidegger como uma tradução para a antiga palavra grega aletheia. A tradução mais comum de aletheia é “verdade” (Wahrheit em alemão), mas Heidegger optou por uma tradução literal: a-letheia significa literalmente “des-encoberto”. Ele fez isso porque acreditava que os primeiros gregos…
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Nossa familiaridade e compreensão fundamentais do mundo são a base de tudo o que fazemos. Sou livre para agir e decidir meu próprio rumo na vida somente porque compreendo o que é possível fazer. Sem qualquer compreensão, o mundo nos apresentaria um caos confuso e sem sentido. Mas, ao mesmo tempo em que me libertam,…
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Vamos resumir o que aprendemos com nossa análise do exemplo do medo. Primeiro, o medo que sinto no beco me mostra como estou em relação ao mundo ao meu redor — me mostra como sou vulnerável em relação ao que está me ameaçando, como sou carente em relação ao que oferece refúgio, etc. Em seguida,…
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Ontologicamente, o humor (Stimmung) é um tipo primordial de ser para o Dasein, no qual o Dasein é desvelado a si mesmo antes de toda cognição e volição, e além de seu alcance de desvelamento… Ontologicamente, obtemos, assim, como primeira característica essencial dos estados de espírito (Befindlichkeit), o fato de que desvelam o Dasein em…