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Todo questionar é um buscar. Toda busca retira do que se busca a sua direção prévia. Questionar é buscar cientemente o ente naquilo que ele é e como ele é. A busca ciente pode transformar-se em “investigação” se o que se questiona for determinado de maneira libertadora. O questionar enquanto “questionar acerca de alguma coisa”…
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Mas o ser para a possibilidade como ser para a morte deve comportar-se em relação a ela de modo que, nesse ser e para ele, ela se desvende como possibilidade. Tal ser para a possibilidade, nós o apreendemos terminologicamente como adiantar-se na possibilidade. Mas esse comportamento não contém em si uma aproximação do possível, e…
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O que se discutiu até agora sobre a morte pode ser formulado em três teses: 1. Ao Dasein, enquanto ele é, pertence um ainda-não que ele será — o faltante constante. 2. O chegar-ao-seu-final do cada vez ainda-não-sendo-no-final (a eliminação, conforme-ao-ser, do faltante) tem o caráter do já-não-Dasein. 3. Para o Dasein de cada vez,…
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O Dasein dos outros, ao atingir na morte o seu todo, é também um já-não-ser-“aí” (Nichtmehrdasein), no sentido do já-não-ser-no-mundo (Nicht-mehr-in-der-Welt-seins). Morrer não significa sair-do-mundo, perder o ser-no-mundo? Todavia, o já-não-ser-no-mundo do morto é ainda-entendido em extremo — um ser no sentido do ainda-só-subsistência de uma coisa corporal que vem-de-encontro. No morrer dos outros se…
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Além disso, na caracterização da passagem do Dasein ao já-não-Dasein no sentido do já não-ser-no-mundo, mostrou-se que o sair-do-mundo do Dasein no sentido de morrer deve se distinguir do ir-se-do-mundo do somente-vivo. O findar de um vivo, nós o apreendemos terminologicamente como cessar-de-viver. A diferença só pode se tornar visível por uma delimitação do findar…
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É indiscutível que entre as possibilidades-de-ser do ser-um-com-um-outro no mundo está a substitutibilidade de um Dasein por (661) um outro. Na cotidianidade da ocupação se faz um emprego multiplice e constante de tal substitutibilidade. Todo ir a… todo contribuir com… é substituível no âmbito do imediato “mundo ambiente” da ocupação. A ampla multiplicidade dos modos…
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Há no Dasein uma constante “não-totalidade” indelével até que com a morte encontra seu final. Mas esse dado-de-fato fenomênico que pertence ao Dasein enquanto ele é, esse ainda-não, pode ser interpretado como faltante? A que ente nos referimos ao falar de faltante? A expressão significa o que “pertence” certamente a um ente, mas que ainda…
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Por nenhum desses modi do findar, a morte se deixa caracterizar como final adequado do Dasein. Se o morrer fosse entendido como ter-chegado-ao-final no sentido que findar tem em um dos modos referidos, o Dasein seria tomado como algo subsistente ou utilizável. Na morte, o Dasein não se tornou completo, nem desapareceu simplesmente, nem menos…
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La muerte, en sentido latísimo, es un fenómeno de la vida. La vida 1 debe ser comprendida como un modo de ser al que le pertenece un estar-en-el-mundo. Este modo de ser sólo puede precisarse ontológicamente en forma privativa y con referencia al Dasein. También el Dasein se deja considerar como pura vida. Para el…
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As considerações sobre o faltante, o final e a totalidade fizeram ver a necessidade de que o fenômeno da morte seja interpretado como ser-para-o-final a partir da constituição-fundamental do Dasein. Somente assim pode ficar clara, na medida em que é possível, no Dasein ele mesmo, conforme a sua estrutura-de-ser, uma totalidade constituída pelo ser-para-final. A…
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Sua possibilidade mais-própria, irremetente e insuperável, o Dasein não a cria para si posteriormente e de modo circunstancial, no curso do seu ser. Mas se o Dasein existe, ele já está também dejectado nessa possibilidade. Que ele (691) seja entregue a sua morte sob sua responsabilidade, que ela pertença, assim, ao ser-no-mundo, é algo de…
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Mas tentação, tranquilização e alienação caracterizam o modo-de-ser do decair. O cotidiano ser para a morte é, como decair, uma constante fuga dela. O ser para o final tem o modus de um esquivar-se desse final, dando-lhe outro sentido, entendendo-o impropriamente, encobrindo-o. Que o Dasein próprio já morra sempre cada vez factualmente, a saber, que…
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Estar-certo de um ente significa: tê-lo por verdadeiro como verdadeiro. Mas verdade significa o ser-descoberto do ente. Mas todo ser-descoberto se funda ontologicamente na verdade mais-originária: na abertura do Dasein 1. O Dasein como ente aberto-abridor e descobridor é, essencialmente, “na verdade”. Mas a certeza se funda na verdade ou a ela pertence com igual…
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O modus da certeza é a convicção. Nela o Dasein pode ser determinado unicamente pelo testemunho da coisa descoberta (verdadeira) ela mesma. O ter-por-verdadeiro (assentir) como manter-se-na-verdade somente é suficiente quando se funda no ente descoberto ele mesmo e se, como ser-para o ente assim descoberto, tornou-se transparente quanto a sua (705) adequação a esse…
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O Dasein cotidiano no mais das vezes encobre a possibilidade mais-própria, não-relativa e insuperável de seu ser. Essa factual tendência-para-o-encobrimento confirma a tese de que o Dasein como factual está na “não-verdade”1. Por conseguinte, a certeza pertencente a tal encobrimento do ser para a morte deve ser um ter-por-verdadeiro inadequado e não algo assim como…
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A-gente diz: a morte certamente vem, mas por ora ainda não. Com esse “mas” a-gente nega certeza à morte. O “por ora ainda não” não é uma proposição meramente negativa, mas uma interpretação que a-gente dá-de-si-mesma e com a qual ela se reporta ao que de imediato ainda permanece acessível ao Dasein e de que…
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O ser-para-a-morte se funda na preocupação. Como dejectado ser-no-mundo, o Dasein já é cada vez responsável por sua morte. Sendo para sua morte, ele morre factualmente e sem dúvida constantemente, enquanto não chega ao seu deixar-de-viver. Que o Dasein morre factualmente significa ao mesmo tempo que, em seu ser-para-a-morte, ele já se decidiu sempre desta…
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Também no aguardar, o Dasein se comporta em relação à possibilidade de um possível. No tender para um possível, este pode vir-de-encontro desimpedido e sem restrição em seu “talvez sim, talvez não, ou talvez finalmente sim”. Mas no fenômeno do aguardar, a análise não desviará a busca para aquele modo-de-ser de relacionar-se ao possível já…
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A morte é a possibilidade mais-própria (eigenste Möglichkeit) do Dasein. O ser para a morte abre para o Dasein seu poder-ser mais-próprio, no qual o ser do Dasein está pura e simplesmente em jogo. Nisso pode se tornar manifesto para o Dasein que, na assinalada possibilidade de si mesmo, ele é subtraído à-gente, isto é,…
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No adiantar-se para a morte certa indeterminada, o Dasein se abre para uma constante ameaça que surge do seu “aí” ele mesmo. O ser para o final deve nela se manter e não pode ficar cego para ela, devendo, ao contrário, desenvolver a in-determinação da certeza. Como é existenciariamente possível a abertura genuína dessa constante…