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JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)

  • Bochenski1962 No em-si não há possibilidade de espécie alguma; a única fonte do possível é o para-si, porque o possível não é. Também o valor é nada, uma modalidade do nada; o fundamento de todo valor é a livre eleição do para-si, o qual se escolhe a si mesmo e, com isso, seus valores. Portanto,…

  • Bochenski1962 O segundo éc-stase do para-si é um ser-para-outrem. A relação com outrem é essencial ao homem; Sartre professa que não possuímos impulsos sexuais porque temos órgãos sexuais, mas inversamente: possuímos órgãos sexuais porque o homem é essencialmente sexual, isto é, um ser-para-outrem. Não é necessário demonstrar a existência de outrem: é-nos dada imediatamente no…

  • Bochenski1962 Assevera Sartre que o para-si é caracterizado por três éc-stases, a saber, por uma tendência ao nada, a outrem e ao ser. O primeiro éc-stase é o da consciência e da liberdade. A consciência, que Sartre analisa primeiramente, não é a consciência reflexiva, mas a que acompanha todo conhecimento: por exemplo, quando conto os…

  • Bochenski1962 A resposta a esta pergunta é assim concebida: isso é possível, porque no mundo, além do em-si pleno, rígido, subordinado às leis do em-si, há outro tipo muito diferente de ser: o para-si (le pour-soi), o ser especificamente humano. Mas, como tudo o que é deve ser ente, portanto, ente em-si, consequentemente deduz Sartre…

  • Bochenski1962 O sistema existencial de Sartre, segundo todas as aparências, aparta-se muito das ideias “subjetivas”, baseadas em experiências pessoais, de Kierkegaard. Apresenta-se como sistema de ontologia, rigorosamente racional, quase apriórico: partindo da análise do ser, aplica com rigor os princípios mais gerais obtidos por essa análise a domínios especiais, entre outros aos problemas antropológicos. Entre…

  • J.-P. Sartre, L’Être et le Néant, Gallimard, 1943, pp. 11-12 et 14. Tr. Paulo Perdigão VIDE Análise de Florent Gaboriau Certo é que se eliminou em primeiro lugar esse dualismo que no existente opõe o interior ao exterior. Não há mais um exterior do existente, se por isso entendemos uma pele superficial que dissimulasse ao…

  • J.-P. Sartre, Merleau-Ponty vivant, in Les Temps modernes, 1961, n. 184-185, pp. 363-365. Foi uma descoberta do coração: a prova é que impressiona pela sua densidade sombria. Vou contar-vos como ele (= Merleau-Ponty) me falou disso, há cerca de dois anos: o homem é retratado nestas palavras, subtil, lacónico, enfrentando os problemas de frente quando…

  • J.-P. Sartre, Esquisse d’une théorie des émotions, Hermann, 1939, p. 3-6. “A psicologia é uma disciplina que se pretende positiva, ou seja, que retira os seus recursos exclusivamente da experiência. Já não estamos certamente no tempo dos associacionistas, e os psicólogos contemporâneos não são avessos à interrogação e à interpretação. Mas eles querem estar diante…

  • J.-P. Sartre, L’Être et le Néant, Gallimard, 1943, p. 720 ss. A ontologia não pode formular de per si prescrições morais. Consagra-se unicamente àquilo que é, e não é possível derivar imperativos de seus indicativos. Deixa entrever, todavia, o que seria uma ética que assumisse suas responsabilidades em face de uma realidade humana em situação.…

  • J.-P. Sartre, Les Mots, Gallimard, 1964, p. 38-39. A biblioteca continha basicamente os grandes clássicos da França e da Alemanha. Havia também gramáticas, alguns romances famosos… Um universo modesto. Mas o Grande Larousse me servia de tudo: eu pegava um volume ao acaso, atrás da escrivaninha, na penúltima prateleira – A-Bello, Bello-Ch ou Ci-D, Mele-Po…

  • Jean-Paul Sartre, Critique de la Raison dialectique, Gallimard, 1960, p. 456-457. A ligação imediata entre liberdade e restrição deu origem a uma nova realidade, um produto sintético do grupo como tal… esta realidade, neste momento abstraída da nossa experiência do grupo, é simplesmente o poder difuso de jurisdição. Ainda temos que concordar: e só uso…

  • J.-P. Sartre, L’Être et le Néant, p. 514-515. Quando descrevi a consciência, não poderia tratar-se de uma natureza comum a certos indivíduos, mas sim da minha consciência singular que, como minha liberdade, está além da essência ou — como mostramos diversas vezes — para quem ser é ter sido. Para alcançar essa consciência em sua…

  • (Bornheim1989) Na sua primeira fase, Sartre fala em ontologia e pretende dar conta da condição humana como tal; a partir dos anos 60 prefere a palavra antropologia, publica a Crítica da razão dialética e pergunta pela condição humana tal como ela se manifesta hoje. A grande virada concentra-se toda na descoberta da história, entendida através…

  • (Bornheim1989) O tema da liberdade é o núcleo central do pensamento sartriano e como que resume toda a sua doutrina. Sua tese é insólita: a liberdade é absoluta ou não existe. Sartre recusa todo determinismo e mesmo qualquer forma de condicionamento. Assim, ele recusa Deus e inverte a tese de Lutero; para este, a liberdade…

  • (Bornheim1989) O grande desbravador de caminhos, nesta questão, foi Hegel. A sua intuição genial, expressa na dialética do mestre e do escravo, foi mostrar que a consciência depende, em seu próprio cerne, para ser, do reconhecimento de outra consciência: eu só sou na medida em que o outro me reconhece como tal. Heidegger não é…

  • (Bornheim1989) A experiência da náusea põe de manifesto ao menos três coisas. Em primeiro lugar, a necessidade de converter a revelação do absurdo em um sentido que justifique a existência humana: o existencialismo deve ser um Humanismo. Em segundo lugar, a náusea revela, para mim mesmo, que eu sou consciência – a consciência é o…

  • (Bornheim1989) A questão do método é muito ampla, mesmo porque o pensamento de Sartre se desdobra em três fases fundamentais. A primeira, em que se constitui o existencialismo propriamente dito, dominada pela principal obra de Sartre, O ser e o nada (1943), adota o método fenomenológico. A Segunda, inspirada por preocupações de ordem marxista, assimila…

  • (Bornheim1989) O existencialismo é das doutrinas mais características de nosso século. Todo o seu empenho está em pensar o indivíduo concreto, a partir de sua existência cotidiana, desprovida de qualquer relevo especial. O único filósofo que aceita a palavra existencialismo para designar a sua própria doutrina é Sartre. Mas ele toma de Heidegger (outro filósofo)…

  • Poderíamos ser tentados a contrastar o em-si com o para-si, como o cheio com o vazio, o ser com o nada. No entanto, mesmo que seja verdade que Sartre define por vezes o para-si como “um buraco no ser”, uma tal apresentação seria demasiado inexacta. Tanto o em-si como o para-si descrevem dois tipos de…

  • Lendo Sartre e Heidegger sobre a questão da “escolha”, que se pode depreender? “Nosso” ser, este aí-se-é 1], é escolha “originária”. E esta escolha é no mais das vezes “impessoal” do “a-gente” (das Man) que escolhe papel e interpretação do si-mesmo em formato de “mim-mesmo” em atos-fatos. A consciência é a vidraça transparente à escolha…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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