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RÜDIGER SAFRANSKI (1945)
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A filosofia da vida compreende-se como uma filosofia da vida no sentido do genitivo subjetivo: ela não filosofa sobre a vida, mas é a própria vida que filosofa nela. Como filosofia, ela quer ser um órgão dessa vida; quer intensificá-la, abrir-lhe novas formas e figuras. Não quer apenas descobrir quais valores valem, mas é suficientemente…
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Logo depois da sua chegada em Marburg, Heidegger assistiu a uma conferência de Eduard Thurneysen, que era um dos teólogos dialéticos reunidos em torno de Karl Barth. Para Gadamer a intervenção de Heidegger ficou inesquecível, pois o que ele dizia não contrariava o espírito do lugar mas aquilo que os boatos diziam sobre Heidegger em…
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A obra (Ser e Tempo), de muita eficácia na sua dramaturgia, começa com uma espécie de prólogo no céu. Aparece Platão. Cita-se um trecho do diálogo Sofistas: “Pois obviamente há muito estais familiarizados com o que na verdade eu quis dizer usando a expressão ente (seiend): nós pensávamos um dia tê-la compreendido, agora porém estamos…
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Su obra más reciente, aguardada con gran expectación, verdaderamente un opus magnum, es el proyecto Esferas en tres volúmenes, el primero de los cuales es éste en traducción castellana. Sloterdijk convoca los sentidos, las sensaciones y el entendimiento para conseguir claridad sobre lo cercano. ¿Lo cercano? Lo cercano es aquello que la filosofía pasa a…
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É isso: Heidegger quer forçar seus ouvintes a, por um momento, olharem o “fundo do mundo”. O fundo, fundamento, todas essas frases sobre fundo suficiente, a postura científica e o sentimento cotidiano da vida – aonde quer que se olhe: por toda a parte manifesta-se a necessidade de pisar chão firme. Heidegger passa em revista…
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Quando Edmund Husserl foi a Freiburg em 1916, a fama da fenomenologia ainda não saíra do campo da filosofia especializada. Mas poucos anos depois, nos primeiros anos do pós-guerra, uma especialidade filosófica didática já é quase um portador de esperanças em nível de concepção de mundo. Hans-Georg Gadamer relata como no começo dos anos vinte,…
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Já mencionei a grande preleção sobre Metafísica do semestre de inverno 1929/30, que Heidegger anuncia sob o título Os Conceitos Fundamentais da Metafísica. Mundo – Finitude – Solidão. Aqui tenta-se um novo estilo. No capítulo anterior eu a chamei filosofia dos acontecimentos. Nessa preleção Heidegger comenta que a filosofia tem de provocar um acontecimento fundamental…
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E como devo olhar, indaga Heidegger, para que possa se mostrar isso que o ser humano “é”? A resposta só pode ser: se quiser compreender esse dasein, o pensar do dasein tem de colocar-se dentro do seu sentido-de-realização. É isso que Heidegger quer dizer com a citada formulação no manuscrito de Aristóteles: o apreender explícito…
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Na “Doutrina do Juízo no Psicologismo”, Heidegger mostra ser o discípulo mais aplicado e estudioso de Husserl, cujas Investigações Lógicas têm enorme influência nele. Com Husserl ele briga contra os representantes do psicologismo, portanto contra a tentativa de esclarecer o lógico com o psíquico. São filósofos muito reconhecidos como Theodor Lipps e Wilhelm Wundt, esses…
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Na época hostil à metafísica de 1914, a esfera do valor (G. Simmel), ainda que a do valor do dinheiro, era asilo para os resíduos metafísicos. E assim – voltando ao ponto irrupção – também acontece em Husserl, que defende contra as toupeiras da psicologia naturalista o valor não-psicológico da lógica como um reino de…
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Heidegger não pretende expor as estruturas iniciais da consciência que determinam todos os processos de conhecimento. O conhecimento é, segundo Heidegger, uma determinada modificação de nosso ser-no-mundo-cotidiano. O conhecer – assim poderia ser formulada a essência de sua ontologia fundamental – não começa na vida real como conhecimento do conhecimento, mas nasce de trato com…
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Arthur se assombrava porque, desde o começo, sentia dentro de si uma disposição de ânimo que não lhe permitia reconhecer a calidez da vida. Ele a percebia de forma diversa: era um turbilhão gelado que o percorria e ao longo do qual ele mesmo era arrastado. O que dele estava mais próximo — a realidade…
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A “filosofia da reflexão”, que desenvolvia a totalidade da vida humana e da natureza a partir das estruturas identificadas no espírito, iniciada por Fichte e chegando até Hegel com intensidade crescente, havia atribuído ao processo histórico a tarefa de levar o espírito a descobrir-se a si mesmo. A história humana foi interpretada como a realização…
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No caso de Schopenhauer, não obstante, se ele situou o corpo tão energicamente no centro de sua metafísica, isto não significava em absoluto que ele quisesse combater a religião idealista do “mais além” (jenseits) da alma e fundar, por sua vez, uma nova religião do “mais aqui” (diesseits), uma espécie de religião do corpo (Religion…