Tag: Ricoeur

  • De fato, quase duzentas páginas são dedicadas ao ser-no-mundo, à mundanidade do mundo em geral, como se fosse necessário penetrar primeiro no sentido do mundo circundante, antes de ter o direito — antes de ter o direito — de nos deixarmos confrontar pelas estruturas do “ser-aí… como tal”: situação, compreensão, explicitação, discurso. Não é sem…

  • 1) Esse termo — ser — é colocado desde as primeiras páginas da {Filosofia} (de Jaspers) e a questão do ser será, do começo ao fim, o ímpeto que impulsionará o filósofo de todas as posições que ele conquistar; no final, nem o objeto das ciências, nem mesmo a existência, será o ser em si…

  • 2) Como uma filosofia da existência pode agora ser um pensamento (ein Denken), de acordo com o segundo voto da philosophia perennis? A dificuldade de pensar sobre a existência está, antes de tudo, no desmembramento do ser; por causa disso, a filosofia corre o duplo perigo da incoerência e da confusão. De fato, é possível…

  • Porque é que é preciso partir do nível prudencial? É este o momento de lembrar as situações em que se aplica a virtude da prudência. O seu domínio é o das decisões tomadas em situações singulares. Enquanto a ciência, afirma Aristóteles, diz respeito ao universal, a technê diz respeito ao particular. Isto é eminentemente verdadeiro…

  • O problema hermenêutico adquiriu uma nova ênfase na esfera da lógica das ciências sociais. Certamente, dever-se-á reconhecer que a dimensão hermenêutica encontra-se à base de toda experiência de mundo, desempenhando por isso uma função também no trabalho das ciências naturais, como ficou demonstrado sobretudo por Thomas Kuhn. E isso vale ainda com mais decisão para…

  • 1. Os filósofos de língua inglesa e de cultura analítica aprenderam em primeiro lugar em Locke e em Hume que sem o fio condutor da distinção entre dois modelos de identidade e sem o auxílio da mediação narrativa, a questão da identidade pessoal perde-se nos arcanos de dificuldades e de paradoxos paralisantes. Do primeiro, a…

  • Gwendoline JARCZYK. — Seu último livro, com o sugestivo título Soi-même comme un autre (Eu mesmo como um outro), é uma importante contribuição para sua pesquisa ao longo da vida. Como você encontra o “sujeito”? Paul RICŒUR. — Eu o encontro sob um título que foi deliberadamente escolhido: distinto do “eu”. Nas discussões filosóficas, a…

  • [(e) Al oponerse a la tesis idealista de la última responsabilidad de si del sujeto que medita, la hermenéutica incita a convertir a la subjetividad en la última y no la primera categoría de una teoría de la comprensión. La subjetividad debe perderse como origen, para que pueda recuperarse en un papel más modesto que…

  • Excerto de RICŒUR, Paul. SOI-MÊME COMME UN AUTRE. Paris: Seuil, 1990, p. 10-11 A primeira intenção era indicar a primazia da meditação reflexiva sobre a posição imediata do sujeito, pois isso é expresso na primeira pessoa do singular: “Eu penso”, “Eu sou”. Essa intenção inicial baseia-se nas gramáticas das línguas naturais, na medida em que…

  • Devemos distinguir entre moralidade e ética? Para dizer a verdade, nada na etimologia ou na história do uso das palavras o impõe: uma vem do grego, a outra do latim, e ambas se referem à ideia de costumes (ethos , mores); no entanto, uma nuance pode ser discernida, dependendo se se enfatiza o que é…