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FRANÇOIS RAFFOUL (1960)

  • (Raffoul2010) O impossível torna-se a possibilidade do possível. Aqui podemos vislumbrar o pensamento renovado do possível e do impossível no pensamento de Derrida: o impossível como possível e o possível como impossível, a possibilidade do impossível. O impossível já não seria o oposto do possível, nem o limite onde o possível termina, mas, ao contrário,…

  • (Raffoul2010) Para Derrida, a relação com a aporia é o enfrentamento de uma experiência, a experiência de um limite que precisa ser suportado; como se uma aporia, longe de indicar um fechamento, representasse um limite através do qual algo se anuncia de forma afirmativa. É por isso que não se trata de “parar nela nem…

  • (Raffoul2010) O que o pensamento de Heidegger revelou em relação à responsabilidade é que ser responsável significa assumir algo inapropriável: o chamado da consciência manifesta um ser-culpado irredutível; ser propriamente si mesmo é projetar-se resolutamente em direção a esse ser-culpado; o chamado do Ereignis vem de um retraimento, indicando uma expropriação ou Enteignis no coração…

  • Em relação ao surgimento de um pensamento do ser como evento, em seus trabalhos iniciais, como, por exemplo, na palestra de 1924 sobre “O Conceito de Tempo” (GA64), Heidegger atribuiu o evento ontológico aos efeitos de uma constituição temporal. Ele define Dasein (agora substituindo “vida fática”) como o ente que é constituído pela especificidade temporal,…

  • No pensamento de Levinas, o motivo do peso (se carregar um peso) marca a situação (ética) do (sujeito) finito como designado (refém!) ao outro, a designação de um sujeito finito à demanda infinita do outro: o que pesa neste caso é a dissimetria ou incomensurabilidade entre o Eu finito e o (Outro) infinito. A demanda…

  • A agitação do ser revela uma falta radical de fundamento. Não precedido por nenhum princípio ou fundamento, e não mais referido a nenhuma substância anterior, o ser nada mais é do que o acontecimento de si mesmo. Como Jean-Luc Nancy enfatiza, nada preexiste ao acontecimento do ser: “Para ser mais preciso, o Ser absolutamente não…

  • No concept is a-temporal or a-historical. Nietzsche challenges this characteristic of philosophers to approach philosophical problems in an a-historical or de-historicized way, and in particular those so-called historians of morality who lack “historical spirit.” Nietzsche claims that “the thinking of all of them is by nature unhistorical” (GM, 25)1. Such would be the “common failing”…

  • (Raffoul2010) O primeiro ponto a ser lembrado em qualquer discussão sobre Heidegger e responsabilidade é que, se há uma noção de responsabilidade em sua obra, ela não será e não poderá ser a de prestação de contas no sentido clássico. Também não será, como em Levinas, sua mera inversão. Em vez disso, Heidegger situará a…

  • (…) o próprio conceito de Dasein significa ser uma responsabilidade de e para si próprio, uma vez que Dasein designa aquele ente em que o ser está em causa. O ser é dado de tal forma que eu tenho de o assumir e ser responsável por ele. O Dasein é entregue ao seu ser, é…

  • (…) a responsabilidade não é pensada como uma consequência decorrente de um sujeito “possuir” as suas acções, mas é antes abordada em termos de uma resposta a um acontecimento que é também um chamamento, tematizado em Ser e Tempo como o chamamento da consciência e, em escritos posteriores, como chamada ou encaminhamento (Anspruch) do ser.…

  • (…) depois de Ser e Tempo, o Dasein será cada vez mais referido como “o chamado” (der Gerufene), tendo de responder pela própria abertura e dação do ser e ser o seu “guardião”. Ser responsável significa aqui ter sido tocado, desde sempre, pelo acontecimento de ser. A responsabilidade refere-se a esse acontecimento pelo qual o…

  • 2. Fala-se também de “ser responsável pelas consequências das próprias ações”, um acréscimo importante, pois em primeira instância (em ser responsável pelas próprias ações), a ênfase está essencialmente na dimensão do passado, como é solicitado. responder por seus atos passados, enquanto dizer que alguém é responsável pelas consequências de suas ações implica que se está…

  • Heidegger muitas vezes foi censurado por sua alegada negligência de questões práticas, especificamente sua “incapacidade” de propor ou articular uma ética ou uma política. As razões apresentadas para apoiar tal afirmação variam. Eles incluem, por exemplo, seu suposto privilégio de “o Mesmo” em oposição a um pensamento autêntico de “o Outro”; seu “desprezo” por assuntos…

  • Um dos erros constitutivos da confiança da tradição metafísica na causalidade é a imposição de causas em toda existência, em todo acontecimento, como seu substrato: a causalidade é o suposto substrato do acontecimento. A crença na causalidade envolve a crença no sujeito. Em Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche enfatiza a natureza fictícia do ego, que é…

  • Em seu ensaio de 1946, “What Is Existential Philosophy?”1, retornando às raízes da filosofia existencial, Hannah Arendt faz a afirmação radical de que o acontecimento da existência é um fenômeno que ocorre fora do pensamento. Com esse insight, que postula a exterioridade da existência em relação ao pensamento, é possível pensar genuinamente no acontecimento em…

  • O Dasein é um ser ético em sentido primal posto que não é um ser dado, “presente”, mas uma tarefa de ser. Como Heidegger nos recorda no seu curso de conferências de 1929-1930, “esquecemo-nos de que o Dasein não é algo que se possa transportar, por assim dizer, mas algo que o homem tem de…

  • É POSSÍVEL RASTREAR o giro livre do acontecimento das categorias de causalidade, razão e subjetividade na genealogia destrutiva da tradição filosófica de Nietzsche, bem como na desconstrução do princípio da razão por Heidegger. Se o acontecimento em seu caráter de acontecimento foi neutralizado na tradição metafísica, enquadrado em todo um aparato metafísico e epistemológico, então…

  • Como vimos, para Nietzsche, um conceito é uma entidade imaginária. Em A Gaia Ciência, Nietzsche afirma que, durante “imensos períodos de tempo”, o intelecto “não produziu nada além de erros”1 e que um conceito como o de causalidade, ou seja, a dualidade de causa e efeito, “provavelmente nunca existiu” (GS, 172). De fato, causa e…

  • A suposta “simplicidade” do “eu penso” é igualmente enganosa, uma sedução de palavras. Nietzsche desafia a confiança na noção de uma certeza imediata (o imediatismo e a evidência do “eu penso”). Em Além do Bem e do Mal (parágrafo 16), Nietzsche fala da crença desses “inofensivos observadores de si mesmos” na superstição do “eu quero”…

  • Na verdade, um ego substancial subjacente não é um fato fenomenológico, mas um ídolo metafísico e, em última análise, para Nietzsche, um preconceito linguístico. A egologia substancialista da tradição cartesiana abriga uma metafísica implícita da gramática. “Infere-se aqui de acordo com o hábito gramatical: ‘pensar é uma atividade; toda atividade requer um agente; consequentemente —’”…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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