Tag: Nancy

  • Hoje em dia se costuma dizer que perdemos o sentido, que ele nos falta e, como resultado, precisamos e esperamos por ele. Aquele que fala desta maneira esquece que a própria propagação deste discurso é ela mesma cheia de sentido. Lamentar a ausência de sentido em si mesmo tem sentido. Mas tal lamento não tem…

  • É tempo, afinal, portanto, de interrogar mais precisamente esta posição de Heidegger. Pois trata-se, a princípio, de uma posição: pura evocação, se assim se preferir, puro “apelo”; mas nada aparentemente que se assemelhe a um uso, isto é, a uma leitura. De fato, apenas evocado o filosofema heideggeriano o “homem no sendo” (Escritos, 527), se…

  • Costuma-se dizer hoje que perdemos o sentido, que ele nos falta e, como resultado, estamos precisando e esperando por ele. Quem fala assim esquece que a própria propagação deste discurso é plena de sentido. Lamentar a ausência de sentido em si tem sentido. Mas este lamentação não tem sentido apenas neste modo negativo; negar a…

  • Apresentar o pensamento da ética em Heidegger envolve uma dificuldade tríplice, cujos termos inevitavelmente precisam ser definidos, pelo menos em breve. Primeiro de tudo, o envolvimento nazista de Heidegger, depois seu silêncio quase completo sobre os campos de concentração, marcaram sua memória (mesmo fora de qualquer julgamento político adequado) com uma mancha moral que muitos…

  • Um mundo “visto”, um mundo representado, é um mundo dependente do olhar de um sujeito do mundo (sujet du monde). Um sujeito do mundo (ou seja, também um sujeito da história) não pode, ele próprio, ser/estar no mundo (être dans le monde). Mesmo sem uma representação religiosa, um tal sujeito, implícito ou explícito, perpetua a…

  • Tal é a identidade daquilo a que chamamos, em qualquer sentido possível, um sujeito ou o sujeito — que é, sempre e em última análise, o sujeito filosófico. Esta identidade não é a simples posição abstrata de uma coisa como sendo imediatamente o que é e apenas o que é; antes, actualiza-se como uma apreensão…

  • Digamos “nós” para todo o ente, isto é, para cada ente, para todos os entes um a um, cada vez no singular do seu plural essencial. A linguagem fala por todos e de todos: para todos, no seu lugar, no seu nome, incluindo aqueles que não têm nome. A linguagem diz o que há do…

  • Assim como não pode morrer — “seriamente” não pode morrer, se é que podemos dizer isso com uma cara séria — o sujeito não pode nascer, ou mesmo não pode dormir. Imortal, não engendrado e insone: esta é a tripla negação sobre a qual a vida do espírito se ergue, imperturbavelmente adulta e acordada. A…