Tag: (A) Merleau-Ponty
MAURICE MERLEAU-PONTY (1908-1961)
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J.-P. Sartre, Merleau-Ponty vivant, in Les Temps modernes, 1961, n. 184-185, pp. 363-365. Foi uma descoberta do coração: a prova é que impressiona pela sua densidade sombria. Vou contar-vos como ele (= Merleau-Ponty) me falou disso, há cerca de dois anos: o homem é retratado nestas palavras, subtil, lacónico, enfrentando os problemas de frente quando…
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Se este homem ama hoje esta mulher, é porque sua história passada o preparou para amar esse caráter, esse rosto, mas, enfim, é também porque ele a encontrou, e esse encontro revela em sua vida possibilidades que, sem ela, teriam permanecido adormecidas. Uma vez estabelecido, esse amor assume a forma de destino, mas no dia…
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(MP1945) O gesto linguístico, como todos os outros, desenha ele mesmo o seu sentido. Primeiramente essa ideia surpreende, mas somos obrigados a chegar a ela se queremos compreender a origem da linguagem, problema sempre urgente embora psicólogos e linguistas concordem em recusá-lo em nome do saber positivo. Primeiramente parece impossível dar às palavras, assim como…
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(Montavont1999) Gostaríamos de mostrar que uma filosofia dos atos da consciência não é incompatível com uma fenomenologia da passividade 1, e [10] talvez ainda mais, que uma reflexão sobre a passividade só pode começar em uma filosofia que remete todo objeto constituído a uma consciência constituinte, ou seja, ao ato de uma instância subjetiva. A…
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Na medida em que a linguagem então emerge a partir dos movimentos prévios da vida corporal e diretamente os reflete, então poderia parecer que a linguagem está sujeita à carga de solipsismo tal como estavam essas relações prévias. Parte do que ele escreve parece dar suporte a esse ponto. Em um conjunto lírico e inacabado…
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Em um argumento que pode ser visto como extensão do esforço de Heidegger, em Ser e tempo, de estabelecer a prioridade da ontologia sobre a epistemologia, Merleau-Ponty procura voltar-se à relação que vincula sujeito e objeto antes de sua divisão, antes de sua formação como termos opostos e distintos. Heidegger insistiu que toda relação interrogativa…
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Trata-se de descrever, não de explicar nem de analisar. Essa primeira ordem que Husserl dava à fenomenologia iniciante de ser uma “psicologia descritiva” ou de retornar “às coisas mesmas” é antes de tudo a desaprovação da ciência. Eu não sou o resultado ou o entrecruzamento de múltiplas causalidades que determinam meu corpo ou meu “psiquismo”,…
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Essas fórmulas podem parecer enigmáticas: se a subjetividade última não se pensa logo que existe, como algum dia ela o faria? Como aquilo que não pensa poderia pôr-se a pensar, e a subjetividade não é reduzida à condição de uma coisa ou de uma força que produz seus efeitos no exterior sem ser capaz de…
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O mundo está ali antes de qualquer análise que eu possa fazer dele, e seria artificial fazê-lo derivar de uma série de sínteses que ligariam as sensações, depois os aspectos perspectivos do objeto, quando ambos são justamente produtos da análise e não devem ser realizados antes dela. A análise reflexiva acredita seguir em sentido inverso…
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Descartes irá considerar rapidamente a união entre a alma e o corpo, e preferirá pensá-los separados porque então ficam claros (225) para o entendimento. A “mistura” da alma com o corpo é, ao contrário, o campo de Montaigne, ele só se interessa pela nossa condição de fato, e seu livro descreve sem cessar esse fato…
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Nossas perguntas rotineiras — “onde estou?”, “que horas são?” — constituem a falta e a ausência provisória de um fato ou de um enunciado positivo, buracos num tecido de coisas ou de indicadores, de cuja continuidade (105) estamos certos, já que há um tempo, um espaço, tratando-se apenas de saber em que ponto desse espaço…
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« Ce que chacun peut dire brièvement, c’est de quelle signification peu à peu le mot de métaphysique s’est chargé pour lui, à quoi il l’oppose, à quelle intention il l’emploie. Un compte rendu de ce genre ne suffit pas à fonder le concept dont il ne donne, pour ainsi dire, que la valeur d’emploi.…
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Fala-se sempre do problema do “outro”, de “intersubjetividade” etc… Na realidade, o que se deve compreender é, além das “pessoas”, os existenciais segundo os quais nós as compreendemos e que são o sentido sedimentado de todas as nossas experiências voluntárias e involuntárias. Este inconsciente a ser procurado, não no fundo de nós mesmos, atrás das…
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Le visible et l’invisible a le caractère d’une oeuvre inachevée, mais, en elle, s’incarne la direction ontologique des recherches de Merleau-Ponty, liée à la notion d’être sauvage, d’être brut, de monde vertical. La notions de “chair” a émergé dans le travail de l’écriture, au dernier chapitre: “l’expérience de ma chair” comme prototype de l’être. En…
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M. Merleau-Ponty. Pelo simples fato de eu fazer da moralidade um problema, você conclui que eu a nego. Mas a questão é colocada para todos nós. Como sabemos que há alguém diante de nós, a menos que olhemos? O que vemos, antes de tudo, além das aparências corporais? Como estes autômatos. . . se tornam…
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Descartes irá considerar rapidamente a união entre a alma e o corpo, e preferirá pensá-los separados porque então ficam claros para o entendimento, A “mistura” da alma com o corpo é, ao contrário, o campo de Montaigne, ele só se interessa pela nossa condição de fato, e seu livro descreve sem cessar esse fato paradoxal…
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O problema da memória está num impasse enquanto hesitarmos entre a memória como conservação e a memória como construção. É sempre possível mostrar que a consciência só encontra nas suas “representações” aquilo que lá colocou, que a memória é, portanto, uma construção — e que, no entanto, deve haver uma outra memória por detrás dela,…
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O que todo mundo pode dizer brevemente é qual o significado que a palavra metafísica gradualmente assumiu para si, a que se opõe, com que intenção a usa. Um relato deste tipo não é suficiente para estabelecer o conceito do qual dá, por assim dizer, apenas o valor de uso. É legítimo pelo menos como…
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Em sua orientação atual, as ciências humanas são metafísicas ou transnaturais no sentido de que nos ajudam a redescobrir, por meio da estrutura e da compreensão das estruturas, uma dimensão do ser e um tipo de conhecimento que o homem esquece na atitude que lhe é natural. (M. Merleau-Ponty, Sens et non-sens, Nagel, 1948, p.…
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Se tiver compreendido que a verdade e o valor só podem ser para nós o resultado de nossas verificações ou avaliações, em contato com o mundo, diante dos outros e em determinadas situações de conhecimento e ação, então o mundo recupera seu relevo, os atos particulares de verificação e avaliação nos quais recupero uma experiência…