Tag: McNeill

  • No entanto, a aparência exterior ou “aspecto” de algo, que de alguma forma chega a excitar e despertar antecipadamente o desejo de curiosidade, enigmaticamente dando origem à sua emergência, está também no ponto de partida do desejo filosófico. Aussehen, a aparência exterior, o aspecto ou a aparência de algo, é a tradução de Heidegger do…

  • No caso da terceira pergunta — Podemos nos transpor em outro ser humano? — a própria pergunta, indica Heidegger, não tem sentido. Não porque o ir-junto-com o outro ser humano seja impossível, mas porque nós, como seres humanos, já estamos transpostos para outros seres humanos no próprio modo de existir. Na medida em que o…

  • O argumento de Sócrates torna claro que, pelo menos na apreensão humana, os órgãos dos sentidos (em grego, organon) não são, por si só, aquilo que ativamente faz a percepção; pelo contrário, são apenas aquilo através do qual a percepção ocorre. Os órgãos dos sentidos são meros canais ou “instrumentos” da percepção, como o grego…

  • Expressamente escolher si mesmo aqui se refere à existência autêntica, como Heidegger segue indicando, que demanda “total auto-engajamento”, isto é, expressamente atuar sua própria finitude, a finitude do eu concretamente existente, corporificado. Esta atuação explícita de pleno auto-engajamento acarreta vir a ver, e assumir como as bases de suas ações, a finitude que o Dasein…

  • Vimos, então, um número de surpreendentes similaridades na compreensão do si mesmo no Heidegger inicial e no Foucault tardio: (1) O si mesmo é concebido ontologicamente, como uma relação ao si mesmo que é fundamentada na possibilidade da liberdade. “Cuidado de si” em Foucault, ou a existência autêntica em Heidegger, designam um cuidado pelo ser,…

  • Uma compreensão autêntica dessa dependência da finitude e do que é finitamente dado em uma situação foi desenvolvida pela primeira vez explicitamente por Heidegger em suas análises da historicidade em Ser e Tempo. Como indicamos nos capítulos 3 e 4, a analítica do Dasein esclarece a maneira pela qual todo comportamento teórico está enraizado no…

  • Heidegger aqui se despede não apenas do conceito vulgar de liberdade como “fazer o que quisermos”, mas também do conceito kantiano de liberdade como causalidade da vontade limitada pela lei da autonomia. Os seres humanos não são em si a “causa” de suas ações. As ações humanas não têm uma “causa” ou origem simples neste…

  • Em primeiro lugar, deve notar-se que Heidegger traduz o grego oregontai (de orexis, geralmente traduzido como “desejo”) por Sorge, cuidado. O cuidado é, naturalmente, o termo utilizado em Ser e Tempo para designar o ser do Dasein, o ser daquele ente que nós próprios somos. Existindo como cuidado, o Dasein não só já está no…

  • Mas qual é exatamente o papel da aisthesis prática na phronesis? Phronesis é descrito como um meta logon hexis; ocorre por meio de deliberação, de dizer algo através do logos. Esta deliberação segue a forma de um “silogismo” prático ou dedução. No entanto, como Heidegger constantemente enfatiza em sua interpretação do Livro VI (Ética a…

  • (…) O saber como ter-visto é descrito como uma preservação da obra, um deixar-ser, uma capacidade de “deixar a obra ser uma obra”; significa tanto uma abertura para o ser como um não encobrimento, como assumir uma posição dentro daquilo a que Heidegger chama das Ungeheure deste des-encobrimento, tal como ocorre na obra (GA5, 54-55).…