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JEAN-FRANÇOIS MATTÉI (1941-2014)
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(…) a essencialidade de uma posição metafísica fundamental através do retorno de quatro momentos distintos: 1.o modo como o homem é homem ; 2.a interpretação da essência do ser do ente; 3. o projeto essencial da verdade; 4. o sentido segundo o qual o homem é medida. L’année suivante, en 1938, la conférence L’époque des…
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Voltemos à condição humana, vista aqui na forma da vita activa e não da vita contemplativa, sob o ângulo da praxis e não da theoria. Ao longo de seu texto, Hannah Arendt desenvolve a intuição do prólogo, que prevê o mundo a partir da figura inicial da quadripartite (Geviert), e rejeita a interpretação mistificadora do…
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Hannah Arendt faz pouco uso do termo “divino”, referindo-se sobretudo ao deus cristão no parágrafo seguinte para enfatizar sua retirada. No entanto, “os sinais das divinos”, que para Heidegger tornam manifesta “a divindade”, permanecem presentes em toda a obra na forma da exigência do sentido. Assim, eles nos orientam em direção ao que deve ser…
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Basta começar o prólogo de {A condição humana} para se encontrar diretamente na estrutura do pensamento heideggeriano e ver a oposição fundamental entre a Terra e o Céu, entre o Divino e o Mortal, onde a moradia dos homens e a instituição da cidade se enraízam. Nas palavras de Heidegger: A condição humana reside na…
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A Carta sobre o Humanismo de 1946, cujas conotações políticas são bem conhecidas, caracteriza o projeto ontológico fundamental de Heidegger nesses termos, fiel ao que Nietzsche já havia chamado de “a concepção estrita do solo natal”: Essa proximidade com o Ser, que é em si o “aí” do ser-aí (Dasein), o discurso sobre a elegia…
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Em 1935, Introdução à Metafísica (GA40) estabeleceu que, para toda a tradição, o ser é limitado pela presença de outro em quatro divisões: 1. ser e devir; 2. ser e aparência; 3. ser e pensar; 4. ser e dever. O diagrama pentádico das limitações do ser é apresentado na forma de um diagrama em cruz,…
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Esse movimento de pensamento que busca acolher o mundo na palavra, como em um templo, deve então encontrar acesso à sua livre morada. Construir, habitar e pensar dizem o mesmo, o que equivale a construir o templo, habitar o templo, pensar o templo do Ser. O grego Τέμενος, “clausura, recinto, lugar sagrado”, de τέμνειν, “cortar,…
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(A) decadência espiritual decorre da incapacidade de habitar o mundo: apesar da ausência, em 1935, de um termo apropriado para designar o Geviert, e da ambiguidade que faz da Terra tanto o lugar dessa decadência quanto uma das formas dela, Heidegger busca aqui, não salvar o mundo de seu destino de vagar, mas simplesmente pensá-lo.…
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A palavra essencial de Heidegger é, por completo, mítica, e tem ainda menos a ver com lógica ou dialética do que o próprio pensamento platônico. H. G. Gadamer testemunha o espanto que tomou conta da plateia na palestra de 1936 sobre A Origem da Obra de Arte, quando ouviu a estética ser falada em termos…
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A leitura que Heidegger faz de Kant parece fazer parte do mesmo esquema interpretativo que vê o campo metafísico espalhado pelas quatro direções do ente. A este respeito, desde Aristóteles e as suas quatro modalidades do ente que respondem ao to on legetai pollachos, a questão orientadora sempre se manifestou através de uma quádrupla interrogação.…
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Para confirmar este encontro singular entre Aristóteles e Hölderlin num comentário à Física e, de um modo mais geral, esta intersecção da metafísica com a sua própria essência, basta referir a conferência Introdução à Metafísica (GA40), de 1935. Esta está dividida em quatro partes (1 / A questão fundamental da metafísica; 2 / A gramática…
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Nous rencontrons alors la pensée cruciale de Heidegger, celle de la Contrée (Gegend) ou du Quadriparti (Geviert) qui, en rassemblant toutes choses, les amène à demeurer en repos autour d’un simple foyer (das Einfache). Dans mes travaux antérieurs consacrés à Platon et à Heidegger, j’ai longuement exposé les traits du Geviert heideggerien, présents dans une…
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A conferência de 1937, O Eterno Retorno do Mesmo, que procura pensar a filosofia de Nietzsche como o fim da metafísica porque regressa à origem do pensamento grego, está dividida em “quatro secções” cujos “quatro pontos seguintes” expõem o seu conteúdo: A.Exposição provisória da doutrina do Eterno Retorno do Mesmo. B. Exposição de uma posição…
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(…) Uma posição metafísica fundamental é determinada : 1. pelo modo como o homem enquanto homem é ele próprio enquanto se conhece a si próprio; 2.pelo projeto do ente sobre o ser; 3.pela delimitação da essência da verdade humana; 4.pelo modo como o homem toma cada vez a “medida” e a dá para a verdade…
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(…) O ser e o ente participam um do outro, todo ente derivando seu ser do Ser e o Ser desdobrando-se através de todo o ente, no seio de uma Duplicidade original, que sempre encobre, na medida em que se dobra sobre a sua dualidade, a unidade que o constitui como tal, isto é, a…
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(O dichten, como ato de poetizar na língua, é um dizer ou um ditar sob a forma de um signo que torna manifesta a coisa dita. E o poema, em sua dicção essencial, é a manifestação mesma disto que aparece como ente, quer dizer a manifestação incansável e repetida do Ser.) Que signifie alors poétiser…
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Este conjunto de quatro causas é claramente, para usar o termo do próprio Aristóteles (delon), um sistema completo e fechado; o autor da Metafísica não se cansa de voltar a ele, denunciando a insuficiência dos seus predecessores. Podemos hesitar quanto ao número de categorias e à sua completude, como faz Pierre Aubenque quando defende que…
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1 Natureza e Graça (Sobre-Natureza). 2. natureza e arte 3.natureza e história 4 Natureza e Espírito. Mas, pela primeira vez, esta quadripartição, ainda com raízes em Aristóteles, é aproximada de Hölderlin, de quem Heidegger cita a terceira estrofe do hino Como num dia de festa…, para identificar a Natureza que o poeta canta com o…
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Estamos, então, em posição de pensar em tal “pátria”, retornando à “proximidade do Ser” enraizada no Da do Dasein? Podemos restabelecer a situação inicial do homem habitando o local apropriado do pensamento? Sem entrar nos detalhes do argumento aqui, vou relembrar certos pontos essenciais sobre “ser” e “mundo” que tentei estabelecer em um trabalho anterior…
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Com uma regularidade impecável, o ritmo da escrita de Heidegger seguirá, a partir de então, as pulsações do ser. Às cinco épocas da história da metafísica, dedicadas ao vaguear do ser, correspondem, em O Tempo da Imagem do Mundo (GA5), os “cinco fenômenos essenciais dos Tempos Modernos” (ciência, tecnologia, estética, civilização, o despojamento dos deuses),…