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LUIJPEN, W.

  • Evidentemente, para quem concebe o corpo humano como uma coisa entre coisas, como pertencendo ao grande grupo “dos” corpos, permanece de todo ininteligível o que acabamos de dizer. O mesmo se diga de quem quer exprimir-se mais subtilmente e pensa que o corpo humano, como humano, pode ser objeto das ciências. Enquanto, contudo, se fala…

  • LUIJPEN, Wilhelmus Antonius Maria. Introdução à fenomenologia existencial. Tr. Carlos Lopes de Mattos. São Paulo: EDUSP, 1973 O caminho de um incontrastável ponto de partida para a “ciência admirável”, que há de conter a verdade e a certeza, leva Descartes à necessidade da dúvida metódica. Tudo o que, de qualquer modo, pode ser sujeito a…

  • Descartes viveu num tempo em que a filosofia escolástica decaíra, chegando a uma deplorável inautenticidade de pensamento. Terminado o curso do célebre colégio jesuítico de La Flèche, teve de reconhecer que a única vantagem da busca do conhecimento foi a sempre crescente consciência de sua ignorância. Verificou que na filosofia nada estava decidido, não havendo…

  • LUIJPEN, Wilhelmus Antonius Maria. Introdução à fenomenologia existencial. Tr. Carlos Lopes de Mattos. São Paulo: EDUSP, 1973 A relativa prioridade do sujeito pode também ser expressa de outro modo. O mundo das coisas revela-se, sempre e necessariamente, como o não-eu. O não-ser-eu pertence à realidade do mundo das coisas. Coisas no mundo material que não…

  • Excertos de W. Luijpen, “Introdução à fenomenologia existencial” A tentativa do materialismo de exprimir a realidade do ser do homem malogra, porque aduz só um aspecto da totalidade do ser humano, embora essencial. É, conforme uma expressão de Le Senne, uma espécie de “destotalização da realidade”. O materialismo redunda num monismo para o qual na…

  • Todos os sistemas materialistas concordam em considerar o homem como o resultado de forças e processos cósmicos, do mesmo modo que as coisas. Um materialista há de dizer, portanto, que o ser do homem será chamado ser-no-mundo no sentido de que, como todas as coisas, é algo no meio das outras coisas mundanas, um fragmento…

  • Há vinte e cinco séculos se filosofou e o resultado foi o surgimento de inumeráveis sistemas contraditórios. Conquanto o pensamento filosófico seja muito mais antigo do que a ciência positiva que conhecemos hoje, não há nem sequer um reduzido número de proposições sobre as quais os filósofos estejam de acordo.1 Pode-se mesmo dizer que talvez…

  • Falando do corpo humano, urge, antes de tudo, que tomemos precaução para estar certos de tratarmos realmente do corpo humano. Caso contrário, ver-nos-íamos levados a falar do corpo humano como “um” corpo pertencente ao grande grupo “de” corpos,1 dos quais a gente se ocupa quando diz, p. ex., com o físico: “se um corpo, todo…

  • Do exposto se vê bem que ainda se necessita de muitas coisas para usar o termo “existência” de um modo realmente judicioso. Isso, amiúde, não acontece de fato, fazendo com que uma terminologia tão técnica como a fenomenológica seja empregada, às vezes, numa espécie de jargão, com o que se tenta dar uma aparência de…

  • A profundidade da crítica com que Descartes procede em sua procura de um ponto de partida indubitável do filosofar começa a produzir consequências já na primeira verdade da filosofia. O sujeito-como-cogito está fora de dúvida. Que é, porém, o sujeito ? Descartes não pode responder que o sujeito se encontra imerso na corporalidade ou envolto…

  • Falando do corpo humano, urge, antes de tudo, que tomemos precaução para estar certos de tratarmos realmente do corpo humano. Caso contrário, ver-nos-íamos levados a falar do corpo humano como “um” corpo pertencente ao grande grupo “de” corpos,1 dos quais a gente se ocupa quando diz, p. ex., com o físico: “se um corpo, todo…

  • Em sentido estrito, não se pode provar que o homem é existência. Isso significa, em primeiro lugar, que a noção do homem como existência nunca será o resultado de um processo mental chamado nas ciências humanas positivas prova. Todas as ciências positivas supõem uma ideia da essência do homem, ao menos por se considerarem capazes…

  • Já dissemos que não teria o menor sentido “refutar” o materialismo e o espiritualismo, como se com isso quiséssemos eliminar de nosso pensamento qualquer das duas tendências, empreendimento equivalente à ideia de que tanto o materialismo como o espiritualismo não apresentam nenhuma verdade digna de menção. A fenomenologia existencial procura expressamente trilhar um caminho intermediário,…

  • A análise do que Heidegger chama o “nada” (Nichts) leva-nos à mesma conclusão. A tarefa das ciências é esclarecer, o que implica que procuram reduzir o Sendo cósmico a seus antecedentes, às forças e processos cósmicos que lançam o Sendo no ser. Como é, porém, propriamente possível tal explicação ? Se também o homem fosse…

  • Quando procuramos penetrar na história do pensamento, temos de constatar que a tentativa de dizer o que é o homem termina na procura de um penoso equilíbrio. Tanto os sistemas materialistas como os espiritualistas testemunham claramente as dificuldades perante as quais se encontra o pensamento ao pretender exprimir o que é o homem. Ao mesmo…

  • A tese de que a verdade filosófica, para ser autenticamente filosófica, deve ser verdade-para-mim, é muito exagerada por alguns. Seguindo-se Kierkegaard, afirma-se às vezes que a verdade filosófica não é, de per si, verdade-para-todos, com valor geral ou intersubjetiva. Encontram-se em Jaspers textos — com outros que parecem dizer o contrário — que, com a…

  • Uma filosofia constituída é pensamento solidificado, palavra falada (parole parlée). O pensamento solidificado, contudo, tem sua origem na palavra falante (parole parlante),1 na expressão pessoal da realidade. Sendo o filosofar um assunto pessoal, não pode encontrar, como palavra falante, seu ponto de partida senão na presença pessoal do filósofo que sou à realidade que aí…

  • A ideia precedente necessita de um importante complemento e, ao mesmo tempo, de uma diferenciação. Ainda que o filósofo tenda a um pensamento pessoal, seria ilusório crer que o poderia levar a termo sem a tradição. Como filósofo sou uma pessoa, um eu, e meu filosofar só é legítimo sendo o meu filosofar. Toda pessoa,…

  • LUIJPEN, Wilhelmus Antonius Maria. Introdução à fenomenologia existencial. Tr. Carlos Lopes de Mattos. São Paulo: EDUSP, 1973 Desde Descartes e Locke acreditava-se ser objetivo só o mundo-para-o-físico. O passo seguinte foi que também no ato de perceber o mundo se designava como objetivo unicamente o que as ciências podiam dizer sobre ele. Mas o que…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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