Tag: Greisch
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O “ter medo” ele mesmo. Ele corresponde, de certo modo, ao polo “sujeito” da experiência intencional. Contrariamente a toda uma tradição racionalista, Heidegger evita falar em imaginação ou fantasia. De fato, essa terminologia leva quase necessariamente a uma depreciação ontológica do afeto em questão. O medo distorce a realidade, daí a necessidade de “manter a…
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As duas perguntas retóricas com as quais o parágrafo se abre lançam um desafio que toda análise subsequente buscará enfrentar: a angústia é um “afeto insigne” precisamente na medida em que nela (e somente nela), “o Dasein é transportado por seu próprio ser diante de si mesmo” (SZ 184). Assim, a angústia nos leva de…
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Dizer que a compreensão é uma exploração incessante de “possibilidades” é o mesmo que atribuir uma estrutura projetiva a ela. “Projeto” (Entwurf) é, portanto, a noção complementar do “ser-jogado” que caracteriza o afeto: “O projeto é a constituição existencial do ser da margem de jogo do poder ser factual” (SZ 145). Compreender, então, é descobrir…
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Avec l’analyse de l’énoncé, qui inclut nécessairement la dimension de la communication, nous sommes déjà entrés dans l’ordre du langage. Il reste à définir le statut existential de celui-ci (Cf. GA 20, 361-376). Deux termes figurent dans le titre du § 34 : Rede et Sprache. Comment faut-il les traduire ? Toute traduction présuppose une…
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“Existir”, então, significa algo diferente de “ocorrer”. O simples “ter lugar” caracteriza os entes aos quais a pergunta “quem? não pode se aplicar. Entretanto, o verbo “existir” e o substantivo existentia tinham o significado de “ter lugar” na ontologia tradicional. Para explicar esse significado específico, Heidegger fala de Vorhandenheit (“ser-à-mão” = ter lugar). Pela mesma…
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3/ O “porquê” do medo. O medo, poderíamos dizer, sempre envolve um “desafio”. Ele não apenas teme algo, mas teme por alguém, o Dasein em sua ipseidade. “O por quê o medo tem medo é o próprio ente que tem medo: o Dasein. Somente um ente para o qual em seu ser está em jogo…
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É de fato o problema diltheano da história que ocupa um lugar importante no trabalho de Heinrich Rickert, a quem Heidegger dedica o terceiro capítulo de seu curso (GA56/57, 169-176). Rickert estava, sem dúvida, certo em se interessar pelo problema do status adequado dos conceitos históricos em sua tentativa de desenvolver uma “introdução lógica às…
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Para compreender o impulso geral dessa obra, devemos começar desfazendo um mal-entendido: o papel emblemático dado ao problema dos múltiplos significados do ser não significa, de forma alguma, que Heidegger tenha se precipitado imediatamente no estudo da metafísica aristotélica. Em vez disso, foi à sombra majestosa das Recherches logiques de Husserl, descobertas em 1909, quando…
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A definição do possível, não como uma categoria lógica (a lógica das modalidades), mas como um modo de ser, nos apresenta um paradoxo. A última estrofe do poema Cello-Einsatz de Paul Celan, na coleção Atemwende, expressa isso à sua maneira: alles ist weniger als es ist, alles ist mehr. (Paul Celan, GW, II, 76) Essa…
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(…) la notion de Schuld se répartit autour de trois foyers sémantiques qui éclairent les options différentes des traducteurs. La décision stratégique de Heidegger par rapport à ces lignes de force sémantiques consiste à concevoir « l’idée de l’être-en-dette à partir du mode d’être propre du Dasein ». Or, cela requiert une formalisation qui fait…