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Besinnung (1938-1939) [1997] — Meditação
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O projeto essencial da verdade com respeito à clareira teve em seu primeiro início, em sua identidade com a circunscrição essencial da verdade à correção, aquele elemento não desdobrado que os primeiros gregos designaram no nome e na figura da deusa ἀλήθεια: algo que traduzimos de maneira simples e pertinente como desvelamento e que, contudo,…
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“Cultura” (Kultur), no sentido de cultivo (Pflege) e realização (Verwirklichung) de “valores” (Wert) e isto uma vez mais como “meta” (Ziel) ou como “meio” (Mittel) da humanidade (Menschentum) populista ou nacional ou humana, ou ainda como “expressão” (Ausdruck) da vida (Leben) popular, pressupõe a cada vez a concepção do ser como maquinação (Auffassung des Seins…
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Besinnung (1938/39), ed. F.-W. von Herrmann, 1997, XIV, 438p. Traduções HEIDEGGER, Martin. Meditação. Tr. Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2010. (GA66MAC) HEIDEGGER, Martin. Meditación. Tr. Dina V. Picotti C.. Buenos Aires: Editorial Biblos, 2006. (GA66DPC) HEIDEGGER, Martin. Mindfulness. Tr. Parvis Emad & Thomas Kalary. London: Continuum, 2006. (GA66EK) I. Einleitung II. Der Vorsprung…
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O aí se clareia no ser-aí. Esse, porém, se essencia como a constância do entre; uma constância que se funda no pertencimento ao acontecimento da apropriação. O entre é apropriado em meio ao acontecimento pelo acontecimento apropriativo como o lugar no qual esse acontecimento se encontra em sua essenciação. A essa essenciação pertence: o entre…
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Há muito o homem se encontra desafinado. Sem aquilo que insere a cada vez a sua essência na constância da salvaguarda de um aberto, no qual o seer acontece apropriativamente. A desafinação foi substituída até aqui pela estimulação para sentimentos e vivências que só humanizam o homem na casualidade daquilo que ele está agora mesmo…
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O “instante” é o repentino da queda de tudo aquilo que é fundável e que ainda resta sem ter sido jamais fundado na clareira do seer. O “instante” é o repentino do levante do homem em meio à insistência no entre dessa clareira. O “instante” não possui nada em comum com a “eternidade” do ente…
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Mas decisão 1 é: se nós auscultamos e dizemos ou se nós nos arremetemos primeiramente, em um estranho esquecimento do ser, em direção à tarefa de extrair o homem do ente por um cálculo, ainda que por meio da hipótese de catástrofes; pois “catástrofe” permanece apenas uma locução se, desconhecendo acontecimentos apropriativos abissais das origens…
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A animalidade do homem (ζῷον, animal) conquista agora a sua vitória; o que não significa que agora tudo é pensado “animalescamente”. Por ser inequivocamente tosco, algo deste gênero também permaneceria inofensivo. Dizer que a animalidade vence significa: “corpo vital” e “alma” como as determinações iniciais e constantes (como quer que venhamos a concebê-las) do animalesco…
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1) não é realizada por indivíduos quaisquer, mas por “singulares”, dis-tintos. Esses singulares, porém, pertencem como traçados ao seer, ainda menos do que toda e qualquer “comunidade” eles nunca são “por si” “de maneira ego-ísta”. 2) A experiência fundamental, por isto, também não é “realizada” no sentido de que seria ideada, imaginada e levada a…
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1) O que ele é? 2) Quem ele é? As próprias perguntas já são respostas, isto é, decisões. O que é o homem? Esta pergunta procura determinar o elemento quididativo e o determina como animalidade. Quem é o homem? Esta pergunta deve estabelecer o quem e – ? O quem só pode ser pensado propriamente…
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Toda determinação da essência do homem está suspensa na questão: como é que concebemos o ente na totalidade ao qual o ente – chamado homem – está enquadrado? Assim, a tarefa de demarcação essencial desse ente é salva e transportada para uma interpretação do ente na totalidade já realizada ou pouquíssimo pensada em suas condições…
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Ο antropomorfismo é a convicção expressa ou inexpressa, assumida ou inconscientemente acolhida de que o ente na totalidade é o que ele é e como ele é por força e de acordo com a representação que transcorre no homem, isto é, no animal dotado de razão, como um transcurso vital entre outros. O ente, e…
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Nem os deuses criam o homem, nem o homem inventa os deuses. A verdade do seer decide “sobre” os dois, na medida em que vigora acima deles, mas acontece apropriativamente entre eles e, com isto, pela primeira vez ela mesma para o vir-ao-encontro. Sempre de acordo com o modo no qual o seer encontra a…
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A tonalidade afetiva pertence ao acontecimento da apropriação; como voz do seer, ela afina o que acontece apropriativamen-te (de-terminado afinadoramente para a fundação da verdade do seer) em uma tonalidade afetiva fundamental – tonalidade afetiva que se torna o fundamento de uma fundação da verdade do seer no ser-aí; tonalidade afetiva, que conjuga afinadoramente o…
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O acontecimento da apropriação, não a tonalidade afetiva, é que convém no primeiro início ao desdobramento essencial do seer; mas os dois são de qualquer modo pensados, sem serem reconhecidos em sua essência, em outras figuras; o acontecimento da apropriação encobre-se no pertencimento do νοῦς e do λόγος ao ser, um pertencimento que, indômito e…
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Quanto mais se considera o ente como efetivamente real, tanto mais eficaz também precisa se tornar o “sujeito”, tanto menos ele ainda pode se manter como “espírito” (Geist), “saber” (Wissen) e conhecimento (Erkenntnis), tanto mais ele precisa se arrogar como cheio de vida (Leben) (“corpo vital” (Leib) e “alma” (Seele)), de modo que um dia…
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O que significa, porém, a propriedade e a im-propriedade do ser-aí? A im-propriedade é concebida como decadência no ente; com isso, insinua-se o fato de a meditação sobre o ser continuar aqui essencial e o único elemento diretriz. A decadência no ente é a concordância que oculta a si mesma com a maquinação. O (262)…
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Ainda no interior da metafísica, a posição do homem como um ente em meio ao ente enquanto tal é indicada por meio da “compreensão de ser”. Depois de tudo aquilo que foi definido sobre a “compreensão” no contexto diretriz da questão acerca da (261) verdade do seer, isso significa, contudo, o seguinte: projeção da verdade…
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A filosofia é do seer; ela pertence a ele, não apenas como o modo de sua apreensão, por exemplo, mas como a essenciação da verdade pertencente ao seer. Nesta verdade, a filosofia possui sua história: porque ela é o ab-ismo, porém, a verdade do seer se enreda de antemão e durante muito tempo em uma…
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Ser-aí é sempre a cada vez meu; o que isso quer dizer? Que a insistência no aí — aquela renúncia a toda exterioridade própria ao interior do sujeito e do “eu” — precisa ser assumida e realizada puramente e apenas no si mesmo; que somente quando a verdade do seer é total e unicamente a…