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Parmenides (Wintersemester 1942/1943), ed. Manfred S. Frings, 1. Auflage 1982. 2. Auflage 1992.

  • O reconhecimento do ser, que brilha a partir do seu interior nos entes, significa em grego θέα. O olhar voltado para o captar no sentido de ver é, em grego, ὁράω. Reconhecer o olhar do encontro, em grego, θεάν — ὁρᾶν, significa θεοράω — θεωρεῖν, θεωρία. A palavra teoria significa, pensada simplesmente, a relação perceptiva…

  • O começo (Anfang) exige de nós, para quem a história se desenvolveu a partir do começo, o início (Beginn) de uma meditação (Besinnung) que pensa acerca da essência do “aberto”. Nomeando “o aberto” (Offene) e usando a palavra “abertura” (Offenheit), parecemos representar algo conhecido e compreensível. Mas, ao contrário, tudo se confunde no indeterminado. A…

  • A quarta estrofe do Dies irae, que talvez alguns tenham no ouvido, segundo a composição de Verdi, diz: Mors stupebit et natura Cum resurget creatura ludicanti responsura. “A morte paralisa tudo o que emerge quando as criaturas todas se levantam para responder ao seu juiz.” Se, porém, Rilke coloca “a criatura” (Kreatur) em oposição ao…

  • Entschlossenheit = RESOLUÇÃO, decisão ἀρετά (areta; v. arete), entendida de modo grego como “decisão” (Entschlossenheit), como o desencobrimento da essência humana determinada (bestimmte Entborgenheit des Menschenwesens) com base na ἀλήθεια (aletheia) e no αἰδώς (aidos), é algo essencialmente diferente da noção moderna de “decisão”, fundada no homem como “sujeito” (Subjekt). A essência dessa última decisão…

  • Parmenides (Wintersemester 1942/1943), ed. Manfred S. Frings, 1. Auflage 1982. 2. Auflage 1992. / Parménide, trad. Th. Piel, Paris, Gallimard, 2011. (GA54FR) / Parmenides. Tr. Andre Schuwer and Richard Rojcewicz. Bloomington: Indiana University Press, 1992 (GA54EN) / Parmenides. Tr. Carlos Másmela. Madrid: Tres Cantos, 2005 (GA54ES) INHALT EINLEITUNG Vorbereitende Besinnung auf den Namen und das…

  • Na tentativa de sondar as significações fundamentais das palavras e das palavras fundamentais, frequentemente nos deixamos orientar por representações inadequadas acerca da linguagem em geral, o que contribui para os juízos correntes e equivocados sobre a pesquisa em relação aos significados fundamentais. Não devemos pensar que as palavras fundamentais de uma linguagem possuiriam, originariamente, um…

  • Porque o deus (Gott) é, como deus, aquele que vê e aquele que vê como quem emerge para a presença, θεάων, o deus é ο δαίων – δαίμων, aquele que no ver se apresenta, ele mesmo, como o descoberto. O que se apresenta ele mesmo no ver é um deus, porque o fundamento do extra…

  • O pensar usual, seja ele científico, pré-científico ou não-científico, pensa o ente, cada vez, segundo suas regiões individuais, suas camadas separadas e aspectos circunscritos. Este pensar é um discorrer sobre o ente, cujo conhecer o domina e controla de modos diversos. Diferentemente do domínio dos entes, o pensar dos pensadores é o pensar do ser.…

  • “Mas ο temor dispõe ο homem para ο desabrochar da essência e a alegria o dispõe para o pensar prévio; mas às vezes lhe sobrevêm a nuvem escura do ocultamento, que retém o caminho direito além das ações e as coloca fora do que é a descoberta plena de sentido.” Essa palavra traz a elucidação…

  • A palavra άρετά (ή) deixa-se traduzir menos ainda do que αιδώς. “Virtude” soa por demais “moralístico”; se traduzirmos por “efetividade” (Tauglichkeit), pensando esta em relação à “habilidade” e “produção”, soa no todo de modo mais “moderno” e nos conduz à errância. αρετή significa a emergência, a abertura e a integração da essência fundamental do homem…

  • A localidade, evocada no mito final da Politeia de Platão, não está nem na “terra” nem no “céu”. Ao contrário, nessa localidade se mostra, e até mesmo exclusivamente, o que remete e acena para o subterrâneo, que pertence à terra, e para o sobreterrâneo. Subterrâneo e sobreterráneo são os locais, onde o “demoníaco” surge à…

  • Que os gregos eram “homens visuais”, para os quais o olho tinha uma grande prioridade, o que isso contribui para uma elucidação da essência da verdade como desencobrimento, abertura e (208) iluminação? Isso não contribui em nada, pois não pode ter a mínima significação. Esse fato não pode significar nada, pois o funcionamento factual do…

  • Com respeito (20) ao pensar primordial no Ocidente, entre os gregos, diferenciamos entre início (Beginn) e origem, princípio ou começo (Anfang). O início pensa o iniciar-se deste pensar num determinado “tempo”. Pensar significa, aqui, não o curso de atos de pensar representados psicologicamente, e sim o historiar-se, no qual um pensador é, diz sua palavra…

  • Isso que precede e determina toda a história chamamos de princípio. Uma vez que não se acha atrás, no passado, mas é dado previamente ao que há de vir, o princípio (Anfängliche) se faz sempre novo e de modo novo e próprio, como um presente para uma época. O princípio é o que na história…

  • Pensar é a atenção para o essencial. Em tal atenção essencial reside o saber essencial. O que usualmente chama-se de “saber” é estar informado acerca de uma certa questão e de suas relações factuais. Graças a estes conhecimentos “dominamos” as coisas. Este “saber” de dominação se dirige ao ente cada vez dado, à sua estrutura…

  • O que é nomeado com a palavra “desencobrimento” (Unverborgenheit), o que nós temos a pensar com o nome ἀλήθεια, de modo adequado ao pensar, isso não foi até agora experimentado, muito menos acolhido num pensar rigoroso. Poderia ser que a palavra “descobrimento” (Entbergung), formada de um modo próprio, fosse mais próxima à essência da ἀλήθεια…

  • É a aletheia que de antemão governa de ponta à ponta a maneira pela qual o ser mesmo se desdobra, a maneira pela qual vem a se desdobrar o mundo divino, o mundo humano, assim como a relação do ser ao ser humano e do ser humano ao ente (GA54, 166).

  • O homem moderno possui uma “experiência vivida” do mundo e pensa o mundo naqueles termos, isto é, em termos de si mesmo como um ente que, enquanto fundamento, está na base da fundação de toda a explicação e ordenação dos entes como um todo. Na linguagem da metafísica, o que está na base da fundação…

  • A lethe, o esquecimento (Vergessung), é este abrigar em retiro que faz desaparecer em caminho o passado, o presente e o futuro por conta de uma ausência (Abwesenheit) que se manifesta ela mesma como entrada em ausência, e que de pronto coloca o ser humano ele mesmo no coração do abrigar em afastando-o deste retiro,…

  • A ἀλήθεια é θεά, a deusa. Mas, de fato, somente para os gregos e, mesmo entre eles, apenas para uns poucos de seus pensadores. A verdade – uma deusa para os gregos no sentido grego – certamente. Mas o que é essência da verdade para nós? – Nós não o sabemos, porque não compreendemos a…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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