Tag: GA40
Einführung in die Metaphysik (Sommersemester 1935), ed. Petra Jaeger, 1983.
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Possuir simples conhecimentos (Kenntnisse), por extensos que sejam, não constitui um saber (Wissen). Mesmo quando estes conhecimentos são organizados num plano de estudos e por exames, e dirigidos para aquilo que é, do ponto do vista prático, o mais importante, eles não constituem um saber. Mesmo quando estes conhecimentos, que temos, delimitando-os, reconduzindo-os à medida…
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Einführung in die Metaphysik (Sommersemester 1935), ed. Petra Jaeger, 1983. / Introduction à la métaphysique, trad. G. Kahn, Paris, Gallimard, 1967. / Grammaire et étymologie du mot « être ». Introduction en la métaphysique (chap. ii), trad. P. David, Paris, Éd. du Seuil, coll. « Points », 2006. (La traduction de G. Kahn est faite…
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1. O vigor, o império vigoroso, no qual se move a ação instauradora de vigor do homem, constitui todo o âmbito das maquinações, to machanoen, que lhe são confiadas. Não tomamos a palavra “maquinação” em sentido pejorativo. Por ela entendemos algo de essencial que se nos apresenta na palavra grega techne. Techne não significa nem…
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Para confirmar este encontro singular entre Aristóteles e Hölderlin num comentário à Física e, de um modo mais geral, esta intersecção da metafísica com a sua própria essência, basta referir a conferência Introdução à Metafísica (GA40), de 1935. Esta está dividida em quatro partes (1 / A questão fundamental da metafísica; 2 / A gramática…
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Assim, do que fica dito até agora, se evidencia o seguinte: ao classificarmos, de início, como um fato, ser (primeiro sem nome) para nós o Ser uma palavra vazia de significação flutuante, des-classificamo-lo e, des-classificando, o de-gradamos em sua própria eminência. Na realidade, porém, a compreensão do Ser, embora indeterminada, possui para a nossa existência…
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Sem embargo, antes de procurarmos apreender, em sua verdade, o que ocorre com esse fato (a unidade ser e não-ser), tentemos ainda, e pela última vez, tomá-lo, como algo conhecido e banal. Suponhamos, que esse fato simplesmente não exista. Admitamos, que não haja essa significação indeterminada, e que não entendamos sempre, o que “ser” significa.…
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Frente ao fato de nos ser o significado da palavra, “ser”, um vapor indeterminado, está esse outro fato de o sempre entendermos e distinguirmos com certeza do não-ser. Mas esse último não é um segundo fato. Constituem ambos entre si uma única unidade. Essa unidade perdeu para nós o caráter de fato. Não a encontramos…
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De fato não é possível falar do Nada e dele tratar, como se fosse uma coisa, como a chuva lá fora ou uma montanha ou simplesmente um objeto qualquer. O Nada permanece, em princípio, inacessível a toda ciência. Quem pretende falar verdadeiramente do Nada, tem necessariamente que deixar de ser científico. Isso só será uma…
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Philosopher, c’est questionner sur ce qui est en dehors de l’ordre. Cependant, étant donné que, comme nous n’avons encore fait que l’indiquer, ce questionner produit un choc en retour sur lui-même, ce qui est en dehors de l’ordre, ce n’est pas seulement ce sur quoi on questionne, c’est aussi le questionner lui-même. Cela veut dire…
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A menção e correção desses dois equívocos não pretendem fazer com que os senhores entrem de repente numa clara relação com a filosofia. Todavia os senhores devem ficar logo desconfiados e suspeitando, quando juízos os mais correntes e até inclusive supostas experiências, os assaltarem de surpresa. Isso ocorre muitas vezes de um modo muito inocente…
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Por isso também a filosofia não é um saber, que, à maneira de conhecimentos técnicos e mecânicos se possa aprender diretamente ou, como uma doutrina econômica e formação profissional, se possa aplicar imediatamente e avaliar de acordo com sua utilidade. Todavia, o que é inútil, pode ser, e justamente o inútil, uma força. O que…
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Toda questão essencial da filosofia acha-se necessariamente fora de seu tempo. Por duas razões principais. Ou porque a filosofia se projeta para muito além da atualidade. Ou então, porque faz remontar a atualidade a seu passado-presente originário. Como quer que seja, o filosofar é e permanecerá sempre um saber, que não só não se deixa…
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Como todas as demais questões nela diretamente radicadas, nas quais se desenvolve, a questão do “por quê” é irredutível a qualquer outra. Impele à procura de seu próprio por quê. A primeira vista e considerada de um ponto externo, a questão “por que o por quê?” assemelha-se a uma repetição jocosa, que se poderia repetir…
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No tempo do primeiro e decisivo desabrochar da filosofia ocidental entre os gregos, por quem a investigação do ente como tal na totalidade teve seu verdadeiro Princípio, chamava-se o ente de physis. Essa palavra fundamental, com que os gregos designavam o ente, costuma-se traduzir com “natureza”. Usa-se a tradução latina, “natura”, que propriamente significa “nascer”,…
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(…) Le commencement de la philosophie grecque fait alors – et c’est tout à fait conforme à l’idée que le sens commun se fait d’un commencement – l’impression de quelque chose de primitif, comme nous disons encore d’après le latin. Les Grecs deviennent ainsi en somme une espèce un peu améliorée de Hottentots, et par…
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Esse acontecimento da transformação da re-velação pela dis-torção em não-distorção e dessa em correção deve ser considerado conjuntamente com a transformação da physis em idea, do logos, como reunião, no logos, como enunciado. No fundo disso tudo se elabora, então, para o próprio Ser, aquela interpretação definitiva, que a palavra ousia solidifica e consolida. Ela…
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Se compreendermos devidamente tudo isso, já não havemos de querer negar, que, com a interpretação do Ser como ideia, se interpõe um abismo frente ao princípio originário. Ao falarmos aqui de “decadência”, é de se advertir que tal decadência ainda se conserva, apesar de tudo, num nível elevado, sem se degradar nos níveis baixos. Podemos…
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Antes pelo contrário, o que será evocado agora, a linguagem, a compreensão, a disposição afetiva (Stimmung), a paixão e a edificação, não pertencem menos à força do vigor imperante do que o mar, a terra, o animal. A diferença reside apenas no modo do vigor. Os últimos exercem o seu vigor, circundando e carregando, constringindo…
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No fim surge, como nome normativo e predominante do Ser, a palavra idea, eidos, “ideia”. Desde então a interpretação do Ser, como ideia, domina todo o pensar ocidental, por através da história de suas transformações, até os dias de hoje. Nessa proveniência está também fundado o fato de que, na conclusão grandiosa e final da…
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“Muitas são as coisas estranhas, nada porém há de mais estranho do que o homem”. Nesses dois primeiros versos já, de antemão, se esboça tudo aquilo que, durante todo o canto, procurar-se-á alcançar nos vários versos e esculpir na estrutura das palavras. Dito com uma palavra: o homem é to deinotaton o que há de…