Tag: Ferreira da Silva

  • A Sociologia do Conhecimento, enquanto estuda as relações entre o conhecimento que temos dos outros e as particulares condições sociais e culturais, já havia pressentido o problema da relatividade do noso ser-com-o-outro. A forma segundo a qual apreendemos e vivemos a realidade do outro e, concomitantemente, (238) os comportamentos decorrentes dessa particular apreensão variam extremamente…

  • É a partir de uma experiência do divino que devemos alçar-nos a uma experiência idônea do Ser. Seguindo as insinuações dessa experiência veremos, em primeira linha, que o fundo oculto da realidade não é uma substância inerte ou indiferente, ou uma Ideia, mas sim uma inexaurível Fonte de Atrações, uma instância mágico-transcendente que suscita o…

  • Admitindo-se que a animalitas do homem é um domínio projetado ou iluminado, devemos modificar e completar a concepção heideggeriana do Ser, para um maior aprofundamento nos fenômenos da ontogenia da corporalidade racial. Referimo-nos a uma possível experiência trópica do Ser, ou do Ser como poder essencialmente trópico. A linguagem do pensamento essencial de Heidegger apoia-se…

  • A exterioridade do objeto em relação ao pensamento nunca significou a sua exterioridade e independência em relação ao projeto instituidor das coisas e do próprio pensamento. A experiência de uma independência das coisas não nos faria romper o círculo de imanência no qual estamos abandonados, mas nos faria ler no próprio objeto a cifra histórica…

  • O mérito memorável do historicismo constitui justamente em demonstrar que a realidade circundante e o próprio homem (98) não têm um perfil fixo. Não existe um ser-assim essencial das coisas, uma configuração indelével que esteja acima do fluxo dos modos de ser. Se quisermos aceder a uma verdadeira objetividade, não devemos buscá-la no nível das…

  • Essa coexistência ou convivência que a morte destrói se realiza no mundo e através do mundo como uma conivência de interesses e paixões num mesmo setor de realidade. É assim que, no cristianismo primitivo, a palavra mundo significa um modo de ser da realidade humana, um lugar de extravio e perdição, implicando uma determinação existencial…

  • A atual terminologia existencialista inclui a morte entre as situações-limite, isto é, entre as situações que constituem uma determinação insuperável da vida, que não podem ser contornadas ou transformadas pela ação, erigindo-se como barreira à nossa liberdade. Toda situação é urgência e exige determinados comportamentos e reações e, uma vez consciente, faz apelo a uma…

  • Assim como o Ente não tem qualquer independência em relação às suas condições constitutivas transcendentais, do mesmo modo o homem não possui qualquer fundamento próprio além da história de sua constituição transcendental. Por esse motivo Heidegger considera que o poder mais original do homem consiste no sentido ek-sistencial e ek-stático do existir, no estar-fora-de-si do…

  • Todo comportamento humano move-se e desenvolve-se num aberto, num mundo desvelado, onde não só as coisas, mas simultaneamente o agente atuante e as suas démarches e disponibilidade de atuação já estão pré-figuradas. A figurabilidade do mundo e do homem, o pôr-se-em Imagem da história, estão em dependência radical da fonte produtiva da imaginação. A liberdade…

  • A razão pela qual nos excusamos de discorrer sobre a origem e o fim do mundo, na acepção comum, é a de que admitimos, com Kant, que a ideia de mundo como um todo de fenômenos não é idêntica, estruturalmente, às outras ideias. Quando nos referimos a um livro, a uma árvore ou a qualquer…