Tag: (A) Ernildo Stein

  • Ernildo Stein, A questão do método na filosofia – um estudo do modelo heideggeriano 1 Na introdução de Ser e Tempo, que trata da exposição da questão do sentido do ser, após mostrar a meta da analítica ontológica do ser-aí e de apresentar a tarefa de uma destruição da historia da antologia, Heidegger desdobra o…

  • (…) enquanto a polissemia fala em origem do significado (Bedeutung) pela significância (Bedeutsamkeit), na qual esta é o ponto que se multiplica e se dissemina em múltiplos significados, (por outro lado,) partindo de um ponto que se multiplica e se dissemina, a disseminação afirma que, na origem, temos múltiplos elementos disseminados e, por meio deles,…

  • O cuidado (Sorge) se constitui como ser do ser-aí porque nele se estabelece uma relação circular entre afecção (Stimmung) e compreensão (Verstehen), na medida em que é eliminada a ideia de representação (Vorstellung) e substituída por um modo de ser-em (In-Sein), de ser-no-mundo (In-der-Welt-sein) e de relação do ser-aí consigo mesmo (Selbstsein), como ter-que-ser (Zu-sein)…

  • Aqui, eu gostaria de iniciar o terceiro item da minha exposição, que é o enigma da interpretação (Auslegung). A hermenêutica reconhece que eu não posso despedaçar o mundo e recompô-lo a partir de critérios de racionalidade, como se faz no campo das ciências empírico-matemáticas. No paradigma hermenêutico, somos obrigados a reconhecer que somente podemos conquistar…

  • (…) “A história de uma vida, a “biografia psicanalítica”, não é propriamente uma história. No fundo, ela é uma corrente causal-naturalística, uma corrente de causas e efeitos e, ainda por cima, uma corrente construída” (GA89). Aqui, Heidegger remete a uma parte de Ser e tempo, que trata da historicidade (Geschichtlichkeit). Sabemos que a analítica existencial…

  • A reflexão de Heidegger, realizada nesse texto 1, pode ser desdobrada nos seguintes passos fundamentais: 1. liga suas afirmações ao elemento inspirador de Ser e Tempo, o problema do ser; 2. visa, entretanto, a uma superação do primeiro passo que representa essa obra básica (GA9:WiM 13); 3. verifica que a filosofia chegou a seu fim,…

  • Assim, o elemento filosófico não seria produzido por um simples procedimento ou por voluntarismo. O ato filosófico consistiria na descoberta de uma dupla estrutura inerente à nossa própria linguagem e compreensão. Heidegger fala de um acontecer sempre presente em nosso discurso que, ao mesmo tempo em que possibilitava o enunciado, nele se escondia como uma…

  • (Possibilidade – atualidade. – Já em Ser e Tempo o filósofo afirma: “Acima da atualidade está a possibilidade”, p. 38. Aqui o repete: “O possível situa-se acima do atual. “A afirmação do primado da possibilidade sobre a atualidade é um dos subterrâneos motivos fundamentais do pensamento heideggeriano. Possível, possibilidade tomam aqui sentido bem diverso do…

  • Lidando com o martelo, o estar-aí torna presente o martelo num ser-para-que (Um-zu), enquanto a partir do em-vista-de (Um Willen) de sua existência conta com um por-que (Wozu) e, dessa maneira, segura o martelo no com-que (Womit) de sua serventia. Um-zu — ser-para-que Wozu — aquilo-por-que Womit — com-que são os esquemas dos êxtases de…

  • Já exploramos a ambivalência e polaridade que Heidegger introduz para a definição do ser humano a partir do familiar e do estranho. Vimos que é propriedade única do ser humano estar posto no ente e ao mesmo tempo esquecer o ser. Disso resulta, como esclarece o filósofo, o caráter catastrófico do ser humano. Essas afirmações…

  • Poderíamos dizer que o modo como Heidegger pensa a questão do ser não exige a ideia de um ser absoluto. Já Husserl quer que apareça, no fim da última redução, um ser absoluto. Para Heidegger, essa ideia de ser absoluto não faz sentido, porque o ser depende da compreensão, isto é, do Dasein e das…

  • Seja-me aqui permitida a observação de que o que até o presente momento foi publicado das investigações sobre Ser e Tempo não tinha como tarefa outra coisa que o projeto concreto-desvelador da transcendência (cf. §§ 12-83; particularmente § 69). Isto ocorre, por sua vez, para que seja tornada possível a única intenção diretriz, que vem…

  • (109) A ideia de ser é o conceito que nos acompanha quando operamos com enunciados. Ser é algo que está ligado ao nosso compreender. Quando falamos na forma de enunciados, usando verbos, pressupomos a compreensão do ser. Há uma dupla estrutura que se dá em uma unidade. Se não dispomos, porém, dessa dupla estrutura, não…

  • Tugendhat liga o antropológico ao entender, já o compreender tem a ver com uma ontologia fundamental, isto é, com uma teoria sobre como a compreensão do ser faz parte da existência humana e do seu modo de se compreender no mundo. E chamada por Heidegger de analítica existencial ou ontologia fundamental: uma análise das estruturas…

  • (…) poderíamos mencionar Habermas, que se refere a dois modos de visualizar o universo das Ciências Humanas. Segundo ele, existem duas maneiras de abordar a realidade. Nós poderíamos considerá-la mediante a produção de conhecimentos, de conteúdos cognitivos e do desenvolvimento de universos de racionalidade cada vez mais amplos, o que nos daria explicações, por meio…

  • Devemos duvidar do intérprete situado apenas no nível da superfície, no qual há regras estabelecidas que comandam os pontos que estabelecem a relação significado-significante. Em Lacan, aparecem muitas metáforas que expõem esse problema da seguinte maneira: o intérprete não tem responsabilidade na interpretação a partir do momento em que ele pode dispor de regras para…

  • (…) Heidegger tem uma frase que diz o seguinte: “A psicanálise vê no Dasein apenas as modificações da decaída (Verfallen) (que se torna marcada pela e na pulsão (Trieb)). A psicanálise apresenta essa constituição como o propriamente humano e, assim, a psicanálise coisifica o propriamente humano, convertendo-o em uma espécie de pura pulsionalidade”. Um frase…

  • (…) Heidegger tem duas frases que percorrem Ser e tempo e voltam de várias formas em diversos trechos. Em uma (131) delas ele diz o seguinte: “O Dasein é o ente que, na sua condição de ser ente, tem a si mesmo como importante, isto é, ele importa-se consigo mesmo”. Já a outra frase diz…

  • Heidegger substitui elementos centrais da reflexão de Husserl articulados com os conceitos clássicos da reflexão. Volta-se com a própria fenomenologia para a hermenêutica da faticidade e dá origem a uma Filosofia Hermenêutica. Assim, Heidegger substitui a reflexão pela interpretação do sentido do ser do Dasein. Em lugar da questão da validade, é posta a pergunta…

  • Em nossa experiência cotidiana nos encontramos com uma realidade que não se enquadra perfeitamente no horizonte de nossas vivências. Procuramos, então, acomodá-la para que ela não nos incomode. Quando fazemos essa localização de uma certa experiência num campo de nosso psiquismo ou, em outras palavras, de nosso universo interior, imanente, nós estamos pressupondo algo que…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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