Tag: Ernildo Stein

  • Heidegger inicia o decisivo parágrafo 44 (ET44), que encerra a primeira seção com a discussão do problema da verdade dentro da analítica existencial. Mostra primeiro como a “filosofia desde a antiguidade sempre uniu entre si verdade e ser”. (SZ:212) Em Aristóteles a filosofia é a ciência da verdade e a ciência que estuda o ente…

  • A segunda parte que eu gostaria de iniciar, agora, trata da hermenêutica da faticidade ou da teoria da compreensão heideggeriana. O que Heidegger tenta elaborar é um novo método para a compreensão do ser humano, mas não desde fora, desde um grande significante. Quando temos o ser humano situado apenas no universo da temporalidade (Zeitlichkeit),…

  • (…) enquanto a polissemia fala em origem do significado (Bedeutung) pela significância (Bedeutsamkeit), na qual esta é o ponto que se multiplica e se dissemina em múltiplos significados, (por outro lado,) partindo de um ponto que se multiplica e se dissemina, a disseminação afirma que, na origem, temos múltiplos elementos disseminados e, por meio deles,…

  • Aqui, eu gostaria de iniciar o terceiro item da minha exposição, que é o enigma da interpretação (Auslegung). A hermenêutica reconhece que eu não posso despedaçar o mundo e recompô-lo a partir de critérios de racionalidade, como se faz no campo das ciências empírico-matemáticas. No paradigma hermenêutico, somos obrigados a reconhecer que somente podemos conquistar…

  • (…) “A história de uma vida, a “biografia psicanalítica”, não é propriamente uma história. No fundo, ela é uma corrente causal-naturalística, uma corrente de causas e efeitos e, ainda por cima, uma corrente construída” (GA89). Aqui, Heidegger remete a uma parte de Ser e tempo, que trata da historicidade (Geschichtlichkeit). Sabemos que a analítica existencial…

  • A reflexão de Heidegger, realizada nesse texto 1, pode ser desdobrada nos seguintes passos fundamentais: 1. liga suas afirmações ao elemento inspirador de Ser e Tempo, o problema do ser; 2. visa, entretanto, a uma superação do primeiro passo que representa essa obra básica (GA9:WiM 13); 3. verifica que a filosofia chegou a seu fim,…

  • Assim, o elemento filosófico não seria produzido por um simples procedimento ou por voluntarismo. O ato filosófico consistiria na descoberta de uma dupla estrutura inerente à nossa própria linguagem e compreensão. Heidegger fala de um acontecer sempre presente em nosso discurso que, ao mesmo tempo em que possibilitava o enunciado, nele se escondia como uma…

  • (Possibilidade – atualidade. – Já em Ser e Tempo o filósofo afirma: “Acima da atualidade está a possibilidade”, p. 38. Aqui o repete: “O possível situa-se acima do atual. “A afirmação do primado da possibilidade sobre a atualidade é um dos subterrâneos motivos fundamentais do pensamento heideggeriano. Possível, possibilidade tomam aqui sentido bem diverso do…

  • Lidando com o martelo, o estar-aí torna presente o martelo num ser-para-que (Um-zu), enquanto a partir do em-vista-de (Um Willen) de sua existência conta com um por-que (Wozu) e, dessa maneira, segura o martelo no com-que (Womit) de sua serventia. Um-zu — ser-para-que Wozu — aquilo-por-que Womit — com-que são os esquemas dos êxtases de…

  • Já exploramos a ambivalência e polaridade que Heidegger introduz para a definição do ser humano a partir do familiar e do estranho. Vimos que é propriedade única do ser humano estar posto no ente e ao mesmo tempo esquecer o ser. Disso resulta, como esclarece o filósofo, o caráter catastrófico do ser humano. Essas afirmações…