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JACQUES DERRIDA (1930-2004)

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  • (Derrida2001) “Dizer o evento, é possível?” Então, à pergunta, o que quero responder é simplesmente “sim”. Não “sim” ao evento, “sim” dizer o evento é possível; quero dizer “sim” como um sinal de agradecimento, em primeiro lugar. A filosofia sempre se pensou a si mesma como arte, experiência, história da questão. Os filósofos, mesmo quando…

  • (Raffoul2010) O impossível torna-se a possibilidade do possível. Aqui podemos vislumbrar o pensamento renovado do possível e do impossível no pensamento de Derrida: o impossível como possível e o possível como impossível, a possibilidade do impossível. O impossível já não seria o oposto do possível, nem o limite onde o possível termina, mas, ao contrário,…

  • (Raffoul2010) Para Derrida, a relação com a aporia é o enfrentamento de uma experiência, a experiência de um limite que precisa ser suportado; como se uma aporia, longe de indicar um fechamento, representasse um limite através do qual algo se anuncia de forma afirmativa. É por isso que não se trata de “parar nela nem…

  • (Rorty1999) […] Um pragmatista deve também insistir (com Goodman, Nietzsche, Putnam e Heidegger) que o modo como uma coisa é em si própria não existe, sob qualquer descrição, para além de qualquer uso que o ser humano lhe queira dar. A vantagem de insistir nestes pontos é que qualquer dualismo que encontremos, qualquer divisão que…

  • (Rorty1999) […] a noção de frases como ferramentas é uma noção que associamos a Wittgenstein em vez de a Heidegger e a Derrida. Apesar do pragmatismo de Ser e Tempo (salientado por Mark Okrent e discutido na parte I deste volume), e apesar dos paralelos Derrida-Wittgenstein apresentados por Henry Staten e os paralelos Davidson-Derrida apresentados…

  • Lacan começa lembrando alguma coisa muito clássica e tradicional, por mais que isso adquira um ar de novidade sob a pena de Lacan. O quê? Lacan começa declarando que o próprio do homem, a origem do homem, o lugar no qual a humanidade começa é a Lei, a relação com a Lei (com um L…

  • A relação de Derrida com a fenomenologia baseia-se não apenas em seus estudos detalhados de Husserl, mas também em sua complexa relação com Heidegger. Assim, em Positions, Derrida afirma: O que tentei fazer não teria sido possível sem a abertura das questões de Heidegger… não teria sido possível sem a atenção ao que Heidegger chama…

  • (…) Como certamente já se aperceberam, esta questão do poder é importante para mim, e creio que é necessário dar-lhe uma atenção especial por duas razões. Por um lado, na tradição dominante do tratamento dos animais pela filosofia e pela cultura em geral, a diferença entre os animais e os homens foi sempre definida segundo…

  • Sublinho este valor de Unheimlichkeit, que há anos tento mostrar aqui que desempenha um papel essencial e tão decisivo como o valor de walten, mas que é tão pouco notado pelos leitores mais astutos de Heidegger. Ora, esta referência à Unheimlichkeit, tão difícil de traduzir, por outras razões, como walten (estranheza inquietante, estar fora de…

  • A honra da razão — será isso razão? A honra é razoável ou racional por completo? A própria forma desta pergunta pode ser aplicada analogicamente a tudo o que avalia, afirma ou prescreve a razão: preferir a razão, é racional ou, e isto é outra coisa, razoável? O valor da razão, o desejo da razão,…

  • Descartes não abalou, pois, a ontologia medieval. Esta, detendo-se na distinção entre o ens creatum e o ens infinitum ou increatum, não se interrogou sobre o ser desse ens. O que se passa, quanto à Renascença ou a modernidade do pensamento filosófico, é só o “implante de um preconceito funesto” que retardou uma analítica ontológica…

  • Ser sujeito do significante, porém, isso também quer dizer, e ainda quer dizer, duas coisas indissociáveis, que se acoplam na subjetividade do sujeito. O sujeito do significante está sujeitado ao significante. Lacan não para de insistir sobre a “dominância” do “significante sobre o sujeito”1, assim como sobre a “ordem simbólica que é, para o sujeito,…

  • O imenso risco provém daquilo que, contudo, se mantém um fraternalismo do “semelhante”. Esse risco é duplo (e ele seria válido também para o discurso de Lévinas, digamos en passant): por um lado, esse fraternalismo nos liberta de toda obrigação ética, de todo dever de não ser criminoso e cruel, justamente com vistas a todo…

  • Que se chama então de espírito, Geist? No Sein und Zeit, trata-se, de início, de uma palavra cujo significado permanece mergulhado numa espécie de obscuridade ontológica. Heidegger o recorda e pede, quanto a isto, a máxima vigilância. Essa palavra remete a uma série de significados que têm um traço comum: opor-se à coisa, à determinação…

  • (…) no entender de Kant – ele diz isso propositadamente – só existem duas famílias de religião e, em suma, duas fontes ou dois troncos da religião – e, portanto, duas genealogias a respeito das quais ainda se deve perguntar por que motivo compartilham o mesmo nome, próprio ou comum: a religião de mero culto…

  • De certa maneira, as questões éticas sempre estiveram aí, mas se alguém entende por ética um sistema de regras, de padrões morais, então não, não estou propondo uma ética. O que me interessa são, de fato, as aporias da ética, seus limites, especialmente em torno das questões de dom, perdão, segredo, testemunho, hospitalidade, vivente –…

  • A tradução (de phármakon) por “remédio” não poderia ser, pois, nem aceita nem simplesmente recusada. Mesmo se se acreditasse salvar desse modo o polo “racional” e a intenção laudativa, a ideia de um bom uso da ciência ou da arte do médico, ainda se teria todas as chances de se deixar enganar pela língua. A…

  • Mesmo que palavras como “crime contra a humanidade” façam agora parte da linguagem quotidiana. Este acontecimento foi, ele próprio, produzido e autorizado por uma comunidade internacional numa data específica e de acordo com um padrão específico da sua história. Uma história que se entrelaça, mas não se confunde, com a história de uma reafirmação dos…

  • Por isso, arrisco-me a fazer esta proposta: sempre que o perdão serve um objetivo, por mais nobre e espiritual que seja (redenção, reconciliação, salvação), sempre que visa restabelecer a normalidade (social, nacional, política, psicológica) através do trabalho de luto, através de uma qualquer terapia ou ecologia da memória, então o “perdão” não é puro —…

  • No § que se segue (em GA29-30) à confissão sem confissão, e ao compromisso de se afastar da Täuschung a propósito da Täuschung em Sein und Zeit, Heidegger sublinhará sucessivamente, colocando-as em itálico, as palavras “Möglichkeit” (possibilidade) e “Vermögen” (poder, faculdade, etc.). A raiz comum, Mögen, de que já falamos longamente, autoriza esta transição, mesmo…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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