Tag: Dastur
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Para pensar a não substancialidade e a pertença essencial do Quatro (Geviert), Heidegger, tal como Fink, recorre ao conceito de jogo, que implica uma relação dinâmica entre os diferentes elementos: “A este jogo que nos faz aparecer, ao jogo de espelhos da simplicidade da terra e do céu, chamamos “o mundo”. O mundo é na…
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Boss tinha ficado impressionado com a forma como Heidegger fala, na secção 26 (ET26) de Ser e Tempo, sobre a “preocupação antecipatória”, ao ponto de ver nela a descrição da relação terapêutica ideal, porque a sua própria teoria da transferência coincide exatamente com uma tal prática de libertação no quadro de uma análise que deve…
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Heidegger afirma em Cerisy, em 1955, que “não existe uma filosofia heideggeriana”. Não haveria, portanto, em sentido estrito, “heideggerianos”: nem escola, nem discípulos, menos ainda uma “seita”. Não ser o fundador de nenhuma escola ou de nenhuma religião é o que é próprio de Sócrates, que é talvez o pensador mais puro do Ocidente por…
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Ver “The Turning”, em Heidegger, The Question Concerning Technology and Other Essays, tr. W. Lovitt (Nova Iorque: Harper and Row, 1977), 42; ver também “The Question Concerning Technology” (GA7), em ibid., 38: “Salvar é reconduzir à essência para a fazer aparecer pela primeira vez da forma que lhe é adequada”; e “Building, Dwelling, Thinking” (GA7),…
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Dizer que este método é grego é dizer que é filosófico e que é ordenado por aquilo a que Husserl chamou nas Investigações Lógicas “o princípio da ausência de pressuposição”. O método cartesiano, por outro lado, é matemático: em vez de deixar que o que se mostra seja puramente presente, ele é medido por evidências…
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A dimensão performativa do pensamento de Heidegger é já percetível nos seus primeiros escritos. É inseparável do projeto de uma “hermenêutica da facticidade” (que é o título de um curso de 1923 publicado como GA63 (1988) e traduzido como Heidegger, Ontologia: Hermenêutica da Facticidade) — isto é, de uma compreensão da existência que permanece inerente…
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(…) A historicidade (Geschichtlichkeit) caracteriza não só a “cultura” humana, mas o próprio ser. Para Heidegger, nada é exterior à história do ser. Trata-se, portanto, de uma retomada, na abertura de um mundo, daquilo que o funda abissalmente. Assim, a instauração de um mundo não é de modo algum uma fuga à “realidade”, mas, pelo…
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A instalação do mundo e a pro-dução da terra pertencem uma à outra como a clareira e a ocultação. A obra de arte em que os dois processos têm lugar é o local de uma luta entre a terra e o mundo; ela é o instigador dessa luta e não apenas a sua representação. Mas…
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É na medida em que é uma tal abertura — que impede que seja ele confundido com o que a filosofia moderna chama de “sujeito” e que ela entende como uma interioridade opondo-se à exterioridade dos objetos — que o Dasein, porque não é indiferente a seu próprio existir, pode, todavia, designar a si mesmo…
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Falar da relação “terapêutica” é, portanto, uma espécie de pleonasmo semelhante ao que nos fez falar do “Dasein humano” (GA89:ZS, 120). O nome singular de Verhältnis é Sorge, ocupação e cuidado do ser, que é o único que pode permitir que um ser, no seu triplo sentido, tenha um encontro. Não devemos, pois, ficar espantados,…