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MAXENCE CARON (1976)

  • D’un point de vue grammatical, le terme « soi » se rapporte à la troisième personne, selon le schéma pronominal moi/me, toi/te, soi/se. Si le soi se caractérise donc originellement dans la langue comme appartenant à la troisième personne, il possède bien en lui quelque chose comme une valeur impersonnelle d’altérité : je me rapporte…

  • A questão inicial que se coloca ao jovem Heidegger, como explica no pequeno texto Mon chemin de pensée et la phénoménologie. A multiplicidade de sentidos de “ser” em Aristóteles, uma multiplicidade que não se resolve em nenhum sentido unitário, mesmo que surja contra o pano de fundo de um horizonte de mesmidade; entendamos : a…

  • A razão pela qual a fenomenologia perde assim a sua vocação para a Coisa e se dispersa nas coisas ou nos fenômenos, é este gosto ilimitado por análises concretas que não cumprem a exigência de um regresso à fonte do desdobramento do ego. É precisamente isto que atrai muitos zelotas a Husserl, inebriados pelo luxo…

  • O desacordo fundamental entre a fenomenologia, tal como Husserl a quis legar àqueles que considerava seus discípulos, e a fenomenologia, tal como Heidegger pretendeu abri-la às possibilidades que nela existem, é a questão do solo, ou seja, a origem da subjetividade. Como nota J.-F. Courtine, “é a questão do solo (Boden) que é decisiva para…

  • Em 1924, na sua conferência sobre o conceito de tempo, Heidegger minimizou o caráter de “meu” do fenômeno do ser-sempre-meu (Jemeinigkeit), chamando a este fenômeno Jeweiligkeit, isto é, ser-a-cada-vez, e sublinhando assim que a aparência do meu é apenas um sinal de uma verdade mais essencial. Heidegger sublinha assim o que deve ser reconhecido como…

  • A introspecção só é possível a partir de uma compreensão do ser e, por conseguinte, a partir de uma transcendência do si mesmo sobre o seu próprio corpo e sobre qualquer situação definida onticamente. Em se intro-espectando, o si mesmo está sempre noutro lugar que não aquele onde pensa estar, e quanto mais intenso for,…

  • Por outro lado, o ser-sempre-meu (Jemeinigkeit), tal como é exposto no § 9 de Sein und Zeit, não representa qualquer sentimento de ordem psicológica. “O Dasein é sempre meu”: isto não significa que o local do seu desdobramento seja o senso interno através do qual nos experimentamos na nossa individualidade. Pelo contrário, qualquer senso interno…

  • O que é, pois, fundamental neste ser-sempre-meu (Jemeinigkeit) é o modo como ele próprio é possível, bem como o polo de onde provém; Heidegger mostra-nos que um ser que é para si mesmo, que é/está em relação a si, não pode de modo algum ser um simples ente. Ter o ser-sempre-meu como característica essencial é…

  • (…) o Dasein não é o sujeito, nem está destinado a substituir o sujeito, o que significaria ocupar um lugar onticamente determinado que sabemos ser impróprio para a profundidade da ipseidade. Quando Heidegger escreve “o Dasein faz tal e tal coisa”, “o Dasein atua de tal e tal modo”, “o Dasein pensa isto ou aquilo”,…

  • (…) Dasein: aí-ser, que significa: aí (há) ser. Ou: aí, há um distrito de aparição. O Dasein é província de manifestação através da sua proximidade pré-comprometida com o ser. É o fato de haver nele o ser enquanto tal que assegura ao Dasein a possibilidade de um aí. O ser, neste “ente” particular que é…

  • Heidegger não diz “o Dasein” para evitar dizer “o homem” ou “o sujeito”, como que por uma espécie de coquetismo linguístico especulativo inexplicável, porque se trata menos, na noção de Dasein, de designar o ente que esta noção qualifica, do que de nos dar a pensar o que ela supõe deste ente. De todos os…

  • O impessoal (das Man) deriva dessa estrutura do si mesmo (Selbst), que, na proximidade do invisível, abre a possibilidade do surgimento do visível, com o qual acaba se fundindo. O si, então, cai na categoria de um ser-aí cotidiano, que nada mais é do que o disfarce do desdobramento por meio do qual ele chega…

  • Toda essa análise nos mostra, então, que a proposição “Dasein é a cada vez meu” não significa que o Dasein é um eu, mas que o Dasein se desdobra como um eu, sendo o desdobramento, de qualquer forma, mais original do que o desdobrado. Ser-cada-vez-meu é a manifestação fenomenológica de um ser que ek-siste. E…

  • A Vontade de Poder é a nova interpretação da essência do sujeito, um sujeito agora abertamente chamado por Nietzsche ao domínio da terra; e a Vontade de Poder é também a caracterização do ser do ente; assim, o sujeito que é Vontade de Poder é chamado, por um lado, a fazer-se senhor (561) do ente…

  • Heidegger é o filósofo que quis pensar em suas últimas consequências, e até mesmo na estrutura do próprio si, a predominância do ser por meio do qual tudo vem a ser e por meio do qual a essência do homem adquire sua liberdade. A questão do si e a questão do ser são inseparáveis, uma…

  • O homem não é/está aí, ele é o Aí, o lugar privilegiado de uma clareira, um espaço desimpedido para liberar a possibilidade de manifestação: “o homem desdobra a sua essência de tal modo que ele é o aí, isto é, a clareira do ser” (GA9, p. 325; Q III e IV, p. 81). O homem…

  • Somos no mundo, logo habitamos em uma região que nos torna manifesto o mundo junto ao qual podemos ser. Há duas significações do conceito de mundo em Heidegger: por um lado o mundo que mundaniza, e por outro lado o mundo que é mundanizado por esta mundanização. É porque estamos em ligação fundamental com o…

  • Esta diferença fundamental, no entanto, jamais assinalada pela nossa consciência, e que destaca-se da simples análise disto que contém a expressão “in-sein”, permite igualmente compreender as duas características do si mesmo destacados por Heidegger algumas linhas adiante: a Sorge (a cura), condição de possibilidade da Besorge (a ocupação). “No ser-em-o-mundo voltado para, aberto sobre algo,…

  • O ego cogito, o Eu, a razão, o espírito, a pessoa: “estas regiões, em conformidade à omissão completa do ser, permanecem não questionadas quanto ao ser e à estrutura de seu ser” 1. Esta nota de Heidegger põe em evidência a contemporaneidade existente entre o esquecimento da estrutura do si mesmo e a omissão de…

  • Pela diferença instaurada entre o eu e o si, Heidegger parte em demanda disso que tornará o si aquilo que lhe é próprio (eigen); estabelece a ipseidade em seu Eigentlichkeit. Ora, este ser-si-mesmo-propriamente revela o si como aquele que, impregnado de ser, designa para o ser como para seu fundo. Este fundo o domina e…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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