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Gerd Bornheim (1929-2002)

  • Excertos do livro “A Crise da Razão”, org. Adauto Novaes. Pretendo fazer aqui uma apresentação sobre o tema da razão, e inicio com algumas observações preliminares. Saliento, em primeiro lugar, que isso que se chama de razão, e que se expande hodiernamente como uma atividade dotada de uma auto-suficiência de fato extraordinária, na verdade teve…

  • Excerto de “O Idiota e o Espírito Objetivo”. O problema de uma filosofia especificamente nacional, que encontre no caráter autóctone o seu critério de autenticidade (ia dizer validez), vem sendo reiteradamente colocado no Terceiro Mundo. Evidentemente, esse desiderato inscreve-se num complexo bem mais vasto de questões: trata-se do processo que pretende superar uma situação de…

  • (Bornheim1976) II Análise da Admiração Ingênua Devemos analisar inicialmente o fenômeno da admiração tal como se verifica em sua manifestação primária, em seu primeiro desabrochar, ainda dentro de um horizonte de ingenuidade e espontaneidade, buscando-lhe as características mais fundamentais. Quais são estas características e como compreendê-las? A primeira é o sentido de abertura que a…

  • (Bornheim1976) I Posição do Problema O comportamento originante do filosofar e a possibilidade de esclarecer a problemática que tal comportamento coloca, constituem o objeto do presente estudo. Baseado na convicção de que não se trata de um problema que possa ser descartado como simplesmente secundário ou de menor importância, o autor parte, assim, do pressuposto…

  • (Bornheim1989) Na sua primeira fase, Sartre fala em ontologia e pretende dar conta da condição humana como tal; a partir dos anos 60 prefere a palavra antropologia, publica a Crítica da razão dialética e pergunta pela condição humana tal como ela se manifesta hoje. A grande virada concentra-se toda na descoberta da história, entendida através…

  • (Bornheim1989) O tema da liberdade é o núcleo central do pensamento sartriano e como que resume toda a sua doutrina. Sua tese é insólita: a liberdade é absoluta ou não existe. Sartre recusa todo determinismo e mesmo qualquer forma de condicionamento. Assim, ele recusa Deus e inverte a tese de Lutero; para este, a liberdade…

  • (Bornheim1989) O grande desbravador de caminhos, nesta questão, foi Hegel. A sua intuição genial, expressa na dialética do mestre e do escravo, foi mostrar que a consciência depende, em seu próprio cerne, para ser, do reconhecimento de outra consciência: eu só sou na medida em que o outro me reconhece como tal. Heidegger não é…

  • (Bornheim1989) A experiência da náusea põe de manifesto ao menos três coisas. Em primeiro lugar, a necessidade de converter a revelação do absurdo em um sentido que justifique a existência humana: o existencialismo deve ser um Humanismo. Em segundo lugar, a náusea revela, para mim mesmo, que eu sou consciência – a consciência é o…

  • (Bornheim1989) A questão do método é muito ampla, mesmo porque o pensamento de Sartre se desdobra em três fases fundamentais. A primeira, em que se constitui o existencialismo propriamente dito, dominada pela principal obra de Sartre, O ser e o nada (1943), adota o método fenomenológico. A Segunda, inspirada por preocupações de ordem marxista, assimila…

  • (Bornheim1989) O existencialismo é das doutrinas mais características de nosso século. Todo o seu empenho está em pensar o indivíduo concreto, a partir de sua existência cotidiana, desprovida de qualquer relevo especial. O único filósofo que aceita a palavra existencialismo para designar a sua própria doutrina é Sartre. Mas ele toma de Heidegger (outro filósofo)…

  • Em Gerd A. Bornheim a questão de finitude torna o mesmo posicionamento. Ele começa salientando que “o esquecimento do ser deve ser entendido através da entificação do ser. O modo como se verifica a entificação pode ser visto no conceito metafísico de participação; se o ser, é, por exemplo, a ideia, todo outro que não…

  • (…) a categoria da vivência (Erlebnis) pretende tomar o posto daquilo que o primeiro Sartre chama de consciência (Gewissen), isto é, daquela realidade avassaladoramente translúcida, um quase-absoluto que encontra o seu fundamento no nada (Nichts) e que constitui, pode-se dizer, o objeto exclusivo de O Ser e o Nada. Pois a consciência é agora engolida…

  • (…) não se misturem conceito (Begriff) e noção (Vorstellung). O primeiro é científico, e o que o caracteriza é uma definição que, além de intemporal, se faz no elemento da exterioridade; a noção, ao contrário, implica outro tipo de rigor, o filosófico, assim definido por Sartre: “Uma noção, para mim, é uma definição com interioridade,…

  • (…) empatia não deve ser confundida com simpatia, com o oposto de antipatia, conceitos estes que permanecem adstritos à subjetividade, no sentido de vivências que se têm em relação aos outros e a si mesmo. A empatia “só se dirige ao outro”, restituindo-lhe a intimidade; ela medra no solo da “objetividade”. (BORNHEIM, Gerd. O Idiota…

  • A physis compreende a totalidade de tudo o que é. Ela pode ser apreendida em tudo o que acontece: na aurora, no crescimento das plantas, na nascimento de animais e homens. E aqui convém chamar a atenção para um desvio em que facilmente incorre o homem contemporâneo. Posto que a nossa compreensão do conceito de…

  • O Jornal Existencial Online publicou uma entrevista exclusiva, feita pela psicóloga Flávia Machado, com um dos mais respeitados representantes do Existencialismo no Brasil, o filósofo, professor e doutor Gerd Bornheim. Segue a íntegra da entrevista, que foi realizada no dia 14 de abril e complementada no dia 07 de julho de 2000. FLÁVIA: Como o…

  • (…) o pensador maior do tema da diferença é sem dúvida o já clássico Heidegger. A expressão consagrada é “diferença ontológica”, que abre espaço para pensar a separação entre ser e ente. Apenas o lembrete: se a metafísica confunde o ser com o ente, em especial com Deus, esse ente absorve o ser, e o…

  • (…) Heidegger começou muito cedo a perceber o necessário privilégio da especulação ontológica. Segundo o seu próprio testemunho, o ponto de partida de suas perquirições fez-se em oposição aos neokantianos e à fenomenologia. Realmente, sabe-se do amplo predomínio das diversas orientações neokantianas na universidade alemã do princípio do século. E as inovações que começaram a…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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