Tag: Birault
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Donde a tímida e por vezes cômica substituição da ética pela moral que testemunha frequentemente certa recusa e certo rechaço de todas estas filosofia, já desprendidas e portanto muito recentes, da ação e do engajamento. Com efeito, embora a ética como ciência particular não deixe de se situar na ordem da praxis, a palavra êthos…
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Para expressar a identidade do ser e do tempo, para expressar o desaparecimento do ser e o surgimento do tempo, uma palavra que foi retida por muito tempo finalmente aparece no vocabulário de Heidegger. Essa palavra, impossível de traduzir por causa de sua simplicidade, é das Ereignis. No primeiro caso, das Ereignis geralmente significa o…
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O nascimento do tempo — e o nascimento de uma natureza liberada de sua longa história, despojada de seus atributos metafísicos, livre e matinal. Essa é a natureza sobre a qual Hölderlin canta, apenas uma vez, em um único poema, no hino {Como em um dia de festa…} Pois ela mesma, mais velha que todos…
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Longe de ser o primeiro ponto e o fulcro do tempo, o presente fica em terceiro lugar no cruzamento das outras duas dimensões temporais ( advir (breve-9315) e ter-sido (breve9316) ). O presente da temporalidade original rejeita a pontualidade. A encruzilhada do presente é como um buraco. À sua maneira, ele abre um espaço próprio:…
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Ser é sempre ser ainda; ser é sempre já ser. Sobre o fundo do ter-de-ser se alinha o ter-sido. Ter-sido não é o passado ou a preterição do passado. Heidegger chama o passado da temporalidade nivelada de {das Vergangene}. O ter-sido da temporalidade extática, por outro lado, é {das Gewesene}. Como só pode ocorrer a…
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A principal dimensão segundo a qual a presença concebida como ad-vir é temporalizada é o futuro. {Sein und Zeit} poderia, portanto, afirmar que “o futuro é o sentido da temporalidade”. Ainda hoje, essa formulação está repleta de mal-entendidos. Em {Ser e Nada}, por exemplo, Sartre contrasta sua própria valorização do presente com a pseudovalorização heideggeriana…
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A prodigalidade do tempo: ele esbanja o ser, esbanja o lugar, esbanja o espaço. Ser, de fato, significa ter lugar. Ter lugar significa apenas se produzir. O que ocorre não tem necessariamente um lugar. O lugar, portanto, não tem primeiramente uma significação espacial ou mesmo “local”: o lugar procede inicialmente do tempo. O lugar está…
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Ser é tempo, tempo é ser. Por meio dessa identidade, o ser perde seu peso, torna-se mais leve ou irrealizado. O ser não é mais pensado em termos de realidade; o ser emigra da realidade em direção à possibilidade. Uma nova figura de possibilidade — a mais antiga e apagada — é descoberta. Em uma…
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Ser é tempo, tempo é ser. O pensamento nunca se deterá por suficientemente no significado dessa igualdade original. Ontologia é cronologia, cronologia é ontologia. Outro pensamento surge e é o mesmo. Esse pensamento é ainda e sempre o pensamento da presença. A identidade insistente da presença sucessivamente pensada como ser e como tempo. Ainda mais…
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À sua própria maneira, os livros de Heidegger também não são livros. Somente Sein und Zeit tem a aparência de um. Mas, no final, esse livro é apenas a metade de um livro inacabado. E sobre essa metade apenas, é o que Heidegger escreveria mais tarde: “Sein und Zeit, para tal meditação, não designa um…