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BIRAULT, Henri

  • A última frase de Vom Wesen der Wahrheit afirma: “O processo de questionamento é em si mesmo o caminho de um pensamento que, em vez de oferecer representações e conceitos, se experimenta e se sente como uma mutação da relação com o ser” (GA9). O pensamento da essência da verdade é convertido num pensamento da…

  • Para expressar a identidade do ser e do tempo, para expressar o desaparecimento do ser e o surgimento do tempo, uma palavra que foi retida por muito tempo finalmente aparece no vocabulário de Heidegger. Essa palavra, impossível de traduzir por causa de sua simplicidade, é das Ereignis. No primeiro caso, das Ereignis geralmente significa o…

  • O nascimento do tempo — e o nascimento de uma natureza liberada de sua longa história, despojada de seus atributos metafísicos, livre e matinal. Essa é a natureza sobre a qual Hölderlin canta, apenas uma vez, em um único poema, no hino {Como em um dia de festa…} Pois ela mesma, mais velha que todos…

  • Longe de ser o primeiro ponto e o fulcro do tempo, o presente fica em terceiro lugar no cruzamento das outras duas dimensões temporais ( advir (breve-9315) e ter-sido (breve9316) ). O presente da temporalidade original rejeita a pontualidade. A encruzilhada do presente é como um buraco. À sua maneira, ele abre um espaço próprio:…

  • Ser é sempre ser ainda; ser é sempre já ser. Sobre o fundo do ter-de-ser se alinha o ter-sido. Ter-sido não é o passado ou a preterição do passado. Heidegger chama o passado da temporalidade nivelada de {das Vergangene}. O ter-sido da temporalidade extática, por outro lado, é {das Gewesene}. Como só pode ocorrer a…

  • A principal dimensão segundo a qual a presença concebida como ad-vir é temporalizada é o futuro. {Sein und Zeit} poderia, portanto, afirmar que “o futuro é o sentido da temporalidade”. Ainda hoje, essa formulação está repleta de mal-entendidos. Em {Ser e Nada}, por exemplo, Sartre contrasta sua própria valorização do presente com a pseudovalorização heideggeriana…

  • A prodigalidade do tempo: ele esbanja o ser, esbanja o lugar, esbanja o espaço. Ser, de fato, significa ter lugar. Ter lugar significa apenas se produzir. O que ocorre não tem necessariamente um lugar. O lugar, portanto, não tem primeiramente uma significação espacial ou mesmo “local”: o lugar procede inicialmente do tempo. O lugar está…

  • Ser é tempo, tempo é ser. Por meio dessa identidade, o ser perde seu peso, torna-se mais leve ou irrealizado. O ser não é mais pensado em termos de realidade; o ser emigra da realidade em direção à possibilidade. Uma nova figura de possibilidade — a mais antiga e apagada — é descoberta. Em uma…

  • Ser é tempo, tempo é ser. O pensamento nunca se deterá por suficientemente no significado dessa igualdade original. Ontologia é cronologia, cronologia é ontologia. Outro pensamento surge e é o mesmo. Esse pensamento é ainda e sempre o pensamento da presença. A identidade insistente da presença sucessivamente pensada como ser e como tempo. Ainda mais…

  • À sua própria maneira, os livros de Heidegger também não são livros. Somente Sein und Zeit tem a aparência de um. Mas, no final, esse livro é apenas a metade de um livro inacabado. E sobre essa metade apenas, é o que Heidegger escreveria mais tarde: “Sein und Zeit, para tal meditação, não designa um…

  • La crise de la philosophie se développe en une grande variété de figures. Abandonnons celles qui aboutissent à une pure et simple répudiation de la philosophie et de la pensée. Ne retenons que les plus nobles, les plus solitaires, les plus foncièrement inconciliables. Il y en a cinq. Le dépassement de la philosophie, en effet,…

  • Avant la philosophie, en effet, il y a la pensée. Avant l’interrogation ou le questionnement de la philosophie, il y a l’investigation et le consentement de la pensée. En deçà des prérogatives et de la nécessaire arrogance de la philosophie qui est et qui veut être pour elle-même son propre commencement, il y a l’expérience…

  • (**A filosofia comporta presença e ausência do pensamento. Ela não é o pensamento, mas somente um modo do pensamento, aberrante e fatal: seu modo ocidental e universal, epistemico e irônico, fundamental ou radical. A filosofia é a forma exilada do pensamento, uma forma originalmente declinante e bastarda, uma grandiosa desventura, um mal compromisso cuja realização…

  • Cf. Heidegger, Vorträge und Aufsätze (GA7), p. 81: « Nietzsches Metaphysik bringt im Willen zur Macht die vorletzte Stufe der Willensentfaltung der Seiendheit des Seineden als Wille zum Willen zum Vorschein. — Dans la volonté de puissance, la métaphysique de Nietzsche fait apparaître l’avant-dernière étape du développement de la volonté de l’étantité de l’étant comme…

  • (**Parece claramente que a essência oculta da técnica determina hoje em dia não somente a própria essência da ciência mas ainda a relação do homem a tudo isto que é.*) La crise de la métaphysique ou de la philosophie première ne concerne pas une science particulière qui pourrait être la reine, aujourd’hui détrônée mais encore…

  • Si telle est notre science, si tel est notre monde, n’est-il pas temps de leur donner ce « supplément d’âme » dont parlait Bergson? Et où trouver ce supplément sinon dans le respect ou l’exaltation de certaines valeurs — esthétiques ou éthiques — plus stimulantes ou plus rassurantes? On pense d’abord à Nietzsche et à…

  • Donde a tímida e por vezes cômica substituição da ética pela moral que testemunha frequentemente certa recusa e certo rechaço de todas estas filosofia, já desprendidas e portanto muito recentes, da ação e do engajamento. Com efeito, embora a ética como ciência particular não deixe de se situar na ordem da praxis, a palavra êthos…

  • Na sua plenitude ou positividade, a palavra veritas não apresenta qualquer vestígio da estrutura inicialmente “privativa” e “segunda” da palavra grega ά-λήθεια. Tradução, traição, disfarce. Mais do que a ignorância humana de uma parte sombria da qual a verdade procede e que arrasta sempre consigo, a dissimulação e a auto-dissimulação da dissimulação, o esquecimento que…

  • A afirmação de Heidegger de que a liberdade é a essência da verdade não tem o sentido moderno e, se quisermos, existencialista que lhe queremos dar. Longe de (474) pensar a verdade a partir da liberdade, Heidegger não tardará a relacionar essa mesma liberdade com uma verdade mais originária que a da proposição: a verdade…

  • Valor (latim valere) refere-se, em primeiro lugar, à valentia e ao poder, à saúde e à integridade de uma coisa ou de um ser. O valor ainda está livre de qualquer avaliação ou estimativa: ele é pensado em termos de ser ou perfeição. Valor sem avaliação, estima sem estimativa, é o que a palavra grega…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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