SZ:87 – Be-deuten – signi-ficar

Schuback

O compreender, que a seguir será analisado mais profundamente (cf. § 31 (art38)), contém, numa abertura prévia, as remissões mencionadas. Detendo-se nessa familiaridade, o compreender atém-se a estas remissões como o contexto em que se movem as suas referências. O próprio compreender se deixa referenciar nessas e para essas remissões. Apreendemos o caráter de remissão dessas remissões de referência como ação de signi-ficar. Na familiaridade com essas remissões, a presença “significa” para si mesma, ela oferece o seu ser e seu poder-ser a si mesma para uma compreensão originária, no tocante ao ser-no-mundo. O em virtude de significa um ser para, este um ser para isso, esse um estar junto em que se deixa e faz em conjunto, esse um estar com da conjuntura. Essas remissões estão acopladas entre si como totalidade originária. Elas são o que são enquanto ação de signi-ficar (Be-deuten), onde a própria presença se dá a compreender previamente a si mesma no seu ser-no-mundo. Chamamos de significância o todo das remissões dessa ação de significar (Bedeuten). A significância é o que constitui a estrutura de mundo em que a presença já é sempre como é. Em sua familiaridade com a significância, a presença é a condição ôntica de possibilidade para se poder descobrir os entes que num mundo vêm ao encontro no modo de ser da conjuntura (manualidade) e que se podem anunciar em seu em-si. A presença como tal é sempre esta presença com a qual já se descobre essencialmente um contexto de manuais. Sendo, a presença já se referiu a um “mundo” que lhe vem ao encontro, pois pertence essencialmente a seu ser uma referencialidade.

Todavia, a própria significância, com que a presença sempre está familiarizada, abriga em si a condição ontológica da possibilidade de a presença, em seus movimentos de compreender e interpretar, poder abrir “significados”, que, por sua vez, fundam a possibilidade da palavra e da linguagem.

A abertura da significância como constituição existencial da presença, o ser-no-mundo, é a condição ôntica da possibilidade de se descobrir uma totalidade conjuntural. (p. 137-138)

Vezin

Macquarrie

Original

  1. NH: a. Le Da-sein au sein duquel l’homme déploie tout son être.[↩]
  2. b. Mais non en tant qu’opération d’un sujet, d’un je supposé opérant, bien au contraire : Dasein et être.[↩]
  3. NH: c. Erreur. La langue ne forme pas un dépôt alluvionnaire, elle est, au contraire, le déploiement original de la vérité en tant que là.[↩]
  4. ‘Das . . . Verstehen . . . hält die angezeigten Bezüge in einer vorgängigen Erschlossenheit. Im vertrauten Sich-darin-halten hält es sich diese vor als das, worin sich sein Verweisen bewegt.’ The context suggests that Heidegger’s ‘diese’ refers to the relationships (Bezüge) rather than to the disclosedness (Erschlossenheit), though the latter interpretation seems a bit more plausible grammatically.[↩]
  5. ‘Das Verstehen lässt sich in und von diesen Bezügen selbst verweisen.’ It is not entirely clear whether ‘von’ should be translated as ‘of’, from’, or ‘by’.[↩]
  6. ‘be-deuten’. While Heidegger ordinarily writes this word without a hyphen (even, for instance, in the next sentence), he here takes pains to hyphenate it so as to suggest that etymologically it consists of the intensive prefix ‘be-’ followed by the verb ‘deuten’ — to ‘interpret’, ‘explain’ or ‘point to’ something. We shall continue to follow our convention of usually translating ‘bedeuten’ and ‘Bedeutung’ by ‘signify’ and ‘signification’ respectively, reserving ‘significance’ for ‘Bedeutsamkeit’ (or, in a few cases, for ‘Bedeutung’). But these translations obscure the underlying meanings which Heidegger is emphasizing in this passage.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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